Thread by @davilyra

A proposta de não morar no palácio soa bem, mas tem um aspecto negativo: toda a questão de segurança física e de comunicação já foi desenhada para o Alvorada, não para a residência particular escolhida. A troca do local de moradia, de cara, geraria novos gastos.

https://twitter.com/joaoamoedonovo/status/1033919348207960064

Abrir mão dos privilégios é essencial e um excelente exemplo. Mas parte das ações, por mais importantes que pareçam, podem acabar sendo só simbólicas. Vide o caos que foi para os americanos com o Trump usando a Trump Tower como Casa Branca 2.

No caso específico da moradia presidencial, Amoêdo pode abrir mão e até privatizar a Granja do Torto. Pode diminuir o staff e até tentar diminuir o tamanho do terreno do Alvorada. Pode e deve cortar outras grandes mordomias como os funcionários pagos com impostos.

Mas abrir mão do Alvorada talvez não seja uma coisa prudente, mesmo na questão de gastos. Sem contar o transtorno que seria para o brasiliense médio ter de aguentar o comboio presidencial se deslocando todo dia para ir ao Palácio do Planalto -- coosa já resolvida com o Alvorada.

Gosto da idéia em teoria, em princípio e em simbolismo. Operacionalização que é outra coisa...

Detalhe: caso queiram entender um pouco dissi, vale à pena ver como era a questão do Collor morando na "Casa da Dinda" durante o seu mandato. A PF construiu estruturas extras de segurança por lá, tinha rondas que atrapalhavam a vida dos moradores da região, etc.

Outro fator importante é que o Alvorada pode servir para recepcionar autoridades estrangeiras de forma que uma residência privada não serviria (sim, aqui também há simbolismo, mas questões de segurança também). Não usar o palácio pode significar mais gastos nessas horas...

Se o presidente não passasse de um funcionário glamourizado do Detran (o que deveria ser o caso), abrir mão das residências oficiais seria muito fácil e a coisa mais lógica do mundo. Infelizmente a gente ainda não vive nesse cenário.

Uma presidência do Amoêdo nos aproximaria do que a presidência deve ser: algo que não tem papel determinante na vida das pessoas, porque ele devolveria o poder de decisão aos indivíduos, tirando sos políticos. Mas haveria uma transição aí no caminho e a gente deve entendê-la.

Por que fazer uma crítica pequena como essa? Porque essa é a típica ação simbólica que o Amoêdo não precisaria do congresso para fazer, mas que se não cumprir pode gerar muito problema para sua imagem. Só é inteligente e correto fazer promessas quando se pode cumpri-las.

E imagina o caos que a mídia faria, quando com um mês de presidência, ele não tivesse aberto mão do Alvorada porque PF/Abin/Exército determinaram que não seria seguro para o presidente morar em outro lugar? Imagina como o bafafá não ferraria agendas mais importantes?

Outro motivo importante de se apontar alguns problemas originais em propostas do @joaoamoedonovo: ele está disposto a aprender e repensar as idéias -- trabalhando-as melhor --, ele cresceu horrores como candidato nos últimos meses justamente por isso.

Algumas informações sobre os custos/distúrbios ao pagador de impostos para manter a segurança do Trump na Trump Tower em NYC:
fortune.com/2017/02/22/tru…

abc7ny.com/politics/stree…

foxnews.com/us/2017/08/04/…

foxnews.com/us/2017/08/04/…

Algumas reportagens sobre a Casa da Dinda de Collor:
g1.globo.com/politica/opera…

g1.globo.com/distrito-feder…

poder360.com.br/congresso/coll…

atlas.fgv.br/marcos/governo…

veja.abril.com.br/blog/felipe-mo…