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Otávio M. B. @junec0
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Uma das coisas que eu mais gosto de dezembro são as listas de melhores do ano. Resolvi fazer uma, mas temática: os melhores livros que eu li sobre crise democrática/populismo/ascensão da extrema direita no último ano e meio. O tema é bom e já tem coisas bacanas por aí. Segue:
1) "What is Populism", do Jan-Werner Muller.
A melhor introdução ao tema. O livro é curto, direto e, talvez por isso mesmo, não muito profundo. Define populismo de forma meio solta, mas consegue -- ao meu ver -- estabelecer o ponto pretendido. Até onde eu sei, sem tradução.
2) "How Fascism Works", do Jason Stanley.
Livro nos mesmos moldes que o 1). Curto, o foco aqui é menos na história do fascismo enquanto movimento e mais nas táticas e propagandas da máquina fascista. O menos interessante de todos que li sobre o assunto. Sem tradução no Brasil.
3) "Como as democracias morrem, do Daniel Ziblatt e do Steven Levistky.
Talvez o livro de não-ficção mais falado no país este ano. Pautou tanto o nosso debate público que o Levistky até ganhou coluna na Folha durante as eleições. Foi traduzido por aqui pela Zahar.
4) "The People vs. Democracy", do Yascha Mounk.
Possivelmente o meu favorito. Ao dividir os regimes entre iliberais democráticos e democracias não-liberais, o livro explicou muito falando pouco. Vai ser traduzido pela Cia das Letras e lançado ano que vem.
5) "Why Liberalism Failed", do Patrick J. Deneen.
A leitura conservadora do populismo. O culpado aqui é o sucesso do liberalismo, que se internaliza em todos os aspectos da vida e causa grande sofrimento. A editora Âyiné deve traduzi-lo ano que vem.
6) "The Demon in Democracy", do Ryszard Legutko.
A leitura do populismo pelo populismo. Legutko é membro do partido Lei e Justiça que governa a Polônia, então o livro é mais defesa do que crítica. Vale ler junto do ensaio da Applebaum na Piauí. Sem tradução por aqui.
7) "Ruling the Void", de Peter Mair.
Mesmo não tratando *exatamente* do tema, este livro está muito acima da média para não ser citado. Mair centra seu ponto na decadência dos partidos e no desencanto geral com a democracia. E tudo isso mostrando os dados. Também sem tradução.
8) "Democracy for realists", do Larry Bartels e C. Achen.
Um livraço, em todos os sentidos. Os autores basicamente destroçam a teoria do eleitor racional e defendem que a identidade é a melhor variável para explicar o comportamento do eleitorado. Sem tradução, mas deveria ter.
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