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O Globo fez o que se deve fazer: reportagem. Para quem queria ver, eis as ameaças que sofria o parlamentar Jean Wyllys oglobo.globo.com/brasil/as-amea…
Os autores das ameaças sabiam o endereço do deputado e de seus familiares. Escreviam coisas hediondas. Diariamente. Já houve um assassinato de uma vereadora do mesmo Estado e do mesmo partido. As investigações apontam para a ação de milícia.
A matriz ideológica de Wyllys é oposta à minha. Já fiz "n" críticas a sua atuação parlamentar. Estava no plenário quando ele cuspiu em Bolsonaro e execrei isso no Twitter. Quando editava o Painel, tive embate com ele, que disse uma coisa à coluna e depois voltou atrás no Twitter.
Mas nenhuma discordância ideológica permite culpar a vítima. Nunca. Isso vale para Marielle, para a facada de Bolsonaro, para Wyllys, para Hollyday. E a ninguém de fora cabe determinar se uma pessoa deve reagir de maneira a, b ou c quando tem sua vida ameaçada. Se chama empatia.
Quando uma sociedade começa a condescender com ameaças a um representante eleito por ele não professar sua crença política ou por ele fazer parte de um grupo social que não é o seu, este país caminha célere para a barbárie. Eu estarei sempre no caminho oposto.
Estou com Mourão, Rodrigo Maia e outros que colocaram a sensatez à frente do cálculo político ou de ilações irresponsáveis: o Estado faliu quando não consegue assegurar que um representante eleito (e não importa com quantos votos, a regra é a mesma para todos) exerça seu mandato.
Que se apurem as ameaças e, se houver crime, que e punam os culpados. Se Wyllys resolveu renunciar, direito dele, que assuma o suplente. Criar tramas a partir disso, com narrativas, sem checagem é leviandade.
Na primeira redação que trabalhei havia uma placa: "Não chute. Cheque". Já que todo mundo resolveu brincar de ser jornalista, deveria fazer uma placa desta e colocar em casa. Checar. E aí voltamos à REPORTAGEM do Globo do início deste fio. Leiam.
