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Um dos engenheiros presos hoje é coautor de artigo sobre gestão de risco geotécnico em barragens de rejeito. O artigo venceu o prêmio José Machado, da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos, para o período 2016-2018. Há coautores que são funcionários da Vale.
O artigo está disponível no ResearchGate: researchgate.net/publication/32…
Trechos: 1) Barragens de rejeito são estruturas complexas onde o material armazenado no reservatório não tem comportamento geotécnico trivial (...) quando os alteamentos são realizados para montante (...) o rejeito que antes atuava como sobrecarga passa a atuar tb como fundação
2) Ainda é prática corrente avaliar a segurança... de modo determinístico. (...) Sabe-se que esse paradigma deve ser superado, uma vez que um resultado determinístico satisfatório pode estar associado a uma probabilidade de ruptura alta.
3) A Eng Geotécnica lida com materiais que naturalmente apresentam variabilidade de suas propriedades e, consequentemente, os resultados de análises também são variáveis. Quanto maior a variabilidade (...) maior a probabilidade de ocorrência de falha.
4) A probabilidade de ruptura não pode ser avaliada isoladamente, sem estar associada às suas consequências. (...) Define-se o risco como o produto da probabilidade de ruptura pelo custo de suas consequências, sendo portanto um valor monetário.
5) O projeto GRG - Gestão de Riscos Geotécnicos é uma iniciativa da Vale ... avaliar a condição de segurança de suas estruturas geotécnicas... possibilitar geri-las, tendo um valor monetizado de risco como balizador para tomada de ações preventivas ou de monitoramento.
6) A metodologia elaborada para o GRG, apesar de embasada em teorias consagradas, possui aplicação pioneira no Brasil e no mundo, tendo sido desenvolvida pela Vale S.A. com a colaboração de um painel de consultores.
Comentário meu: os consultores que ajudaram a elaborar a metodologia de análise de risco aparentemente são também quem a aplica em cada barragem e quem assina os laudos de segurança.
O artigo é muito interessante e revelador, mas o fato de Fundão não ter sido mencionada em lugar algum é muito relevante. Como é que uma metodologia inovadora de gestão de risco em barragens de rejeito IGNORA o maior evento de ruptura no mundo até o momento de sua publicação??
Para Itabiruçu, em Itabira, o artigo conclui que o coeficiente de risco, da ordem de 0,0001%, multiplicado pela expectativa de custo das consequências de um rompimento (R$44 bi, pior caso), dá um valor de R$404 mil, considerado "baixo".
Detalhe importante: em Itabiruçu o método de alteamento é o de jusante, em q o maciço da barragem é elevado a partir do "lado seco". O método condenado (Fundão e Feijão) é o de montante, em que novos maciços são construídos na borda da barragem anterior, usando O PRÓPRIO REJEITO.
Com isso, Feijão estava com 86m, sendo que em Itaipu a maior barragem, excetuando o trecho de concreto, tem 70m e é de enrocamento, material com muito mais controle de características e parâmetros geotécnicos.
Os donos da mina são também os autores da metodologia de avaliação de risco, os aplicadores da metodologia, estão envolvidos com os peritos que a atestam e com os órgãos que devem fiscalizar, e ainda financiam a campanha dos políticos que fixam as normas.
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