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Um dos eventos mais importantes pra divulgação científica nos últimos 30 anos foram as ditas "guerras sobre a ciência" (science wars) iniciadas pela pegadinha do Alan Sokal sobre pseudo-áreas acadêmicas que trocaram a investigação por militância política e engenharia social.
Ler "Imposturas Intelectuais" de Sokal & Bricmont é obrigatório para qualquer pessoa que se ponha como defensora da ciência em público. O livro mostra que os seus adversários não são só os criacionistas, terraplanistas, homeopatas. São também pessoas com mestrado e doutorado.
Essas últimas tomaram setores inteiros de áreas das humanidades, e, dependendo do departamento e da universidade, tomaram por completo o que se ensina lá. Endeusam parteiras de ideias pseudocientíficas como Judith Butler. Ao defender que suas especulações em nome do ativismo...
...são fatos, vocês estão literalmente cruzando a trincheira das tais guerras, passando a defender o lado de lá. Eu sei que maniqueísmo é feio e tal, mas às vezes há só duas opções: ou você acredita que há fatos e teorias baseadas neles que descrevem uma realidade objetiva, ou...
...então que todos os empreendimentos intelectuais humanos podem ser redutivamente descritos como construções de narrativas com ideias que são sempre relativas à subjetividade, à cultura, ao tempo, etc. Isso é um ataque direto à respeitabilidade das teorias científicas.
Então, sinto muito, os divulgadores precisam escolher. Ou dão uma de joão sem braço com quem tem dinheiro inclusive público pra atacar a ciência e pregar a confusão, ou fazem divulgação científica direito.
