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RT @ProfZi
Gostaria MUITO de ler as opiniões de @Escritor4 e @alexandregarcia sobre as medidas do @mec, como o corte de verbas nas instituições federais.
O primeiro por saber tudo de Educação, e o jornalista, por saber tudo de politica.
Boa tarde.
Os impactos no enxugamento dos recursos já são sentidos há um tempo pela comunidade acadêmica, com a precarização das condições de trabalho, de infraestrutura e também de permanência estudantil.
As Ifes (Instituições Federais de Ensino) sofrem desde 2015 com repetidas reduções nos valores repassados pela União para custeio e manutenção das instituições.
De acordo com a Associação Nacional Dos Dirigentes Das Instituições Federais De Ensino Superior (Andifes), em 2017, o custeio das universidades federais foi reduzido em R$ 1,7 milhão, e os investimentos tiveram uma queda de R$ 40,1 milhões.
Em comparação com o orçamento de 2016, levando em conta o Índice de Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o orçamento das universidades federais teve uma perda de 11,8% e o corte nos investimentos foi de 46,2%.
Além disso, há o problema de que o governo não libera a totalidade dos recursos, já escassos.
O limite liberado para custeio foi de 70%, enquanto apenas 40% foram liberados para investimentos.
Já de acordo com o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (CONIF), o orçamento e investimento da rede de Institutos Federais teve uma queda acentuada a partir de 2016.
Em 2017 com o corte, os institutos receberam apenas R$ 291 milhões. De 2014 a 2017, o investimento por aluno caiu em 24% e a permanência estudantil também sofreu uma queda.
A decisão ocorre após a repercussão negativa causada pelas declarações do ministro @AbrahamWeint , que anunciou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que a promoção de “balbúrdia” nos câmpus e de festas inadequadas ao ambiente universitário ...
...seria um dos critérios usados para a escolha das instituições afetadas pelo congelamento de verbas.
De acordo com o ministro, as universidades que promovessem “bagunça” ou “evento ridículo”, em vez de melhorar o desempenho acadêmico, teriam recursos bloqueados.
O ministério avaliou, porém, que a decisão poderia ser questionada na Justiça e, por isso, decidiu recuar.
O plano é aplicar agora o contingenciamento de cerca de 30% para todas as universidades do País até que a pasta publique regras mais claras para a definição de cortes.
A decisão "pode ser suspensa" se for aprovada a reforma da Previdência ou se a economia der sinais de retomada. O corte é uma questão técnica.
O ciclo de crescimento do ensino superior privado acabou, ao menos no ritmo e na intensidade registrada nos últimos dez anos.
O cenário, a partir de agora, principalmente para as instituições mais novas e com menos alunos, é enfrentar uma sucessão de fusões, incorporações e falências.
Nove universidades federais somam déficit de R$ 400 milhões em 2015.
Nove das 15 maiores universidades federais acumularam déficit de quase R$ 400 milhões em 2015. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) fechou o ano com déficit de R$ 125 milhões.
Assim como na UFRJ, outras universidades do país viram os cortes afetar o funcionamento de atividades básicas e ao menos um terço das instituições federais. É a falência total do sistema educacional brasileiro.
Houve uma grande expansão na rede federal pública de educação iniciada na década passada.
Como isso pode ter impactado na saúde financeira das universidades.
A expansão foi feita num momento em que se acreditava que a economia ia continuar crescendo muito, mas quando já havia sinais de que isso não aconteceria.
Houve uma tentativa de se expandir de qualquer maneira o sistema. Ele cresceu muito, e estamos pagando o preço.

Talvez tenha sido um equívoco a criação dos Institutos Federais, de transformar escolas técnicas de nível médio em universidades.
Mas não se resolve esse problema fechando as universidades, impedindo que ela funcione no dia a dia, porque aí só vai agravar o problema.
Esses cortes afetam a verba de custeio das universidades, não pegam os gastos fixos e a parte de pessoal.
As universidades já estão apertadas há algum tempo, isso já vem de anos anteriores.
Se tiver que cortar, isso tem que ser feito com critério, não pode ser uma regra geral. Cortes generalizados nunca são boas políticas.
É uma questão de onde está a prioridade do governo.
Mas, as universidades devem ensinar o quê?
É para continuar formando quais profissionais na graduação?
Nós queremos universidades de qualificação mundial no Brasil?
Queremos universidades de ponta comparadas às de outros países?
O que devemos ensinar aos estudantes universitários?

Não se discute o ensino superior no Brasil, discute-se o acesso ao ensino superior, por isso, não existe uma política universitária, uma política educacional do ensino superior.
O povo brasileiro considera a educação como principal fator de mudança na sociedade. O Japão, a Coreia, a China, a Alemanha questiona, pois, o seu modelo educacional.
Enquanto isso, no Brasil, os Ministros da Educação saem felizes do Governo porque deram merenda às crianças carentes.
Melhorar a educação brasileira, de um modo geral, pode ser uma utopia?
Depende, naturalmente, da existência de uma política séria, no setor, conduzida por pessoas competentes e desinteressadas de proveito pessoal ou político.
Uma pergunta se impõe: alguém do governo terá coragem, diante desse quadro, de falar nas perspectivas do Ensino Médio? O que funciona há mais de 60 anos está sendo destruído.
Com professores desmotivados, na verdade, a perspectiva é rala. Mais uma esperança que se esvai, no esgotado espírito do sofrido magistério brasileiro.
Qual é o milagre que se espera? É nesse panorama que, hoje, se abre uma larga discussão em torno do futuro da educação brasileira.
O que parece estar evidente, na sociedade brasileira, é o cansaço do atual modelo de educação e na formação de professores. Em quantidade e qualidade não responde aos nossos anseios.

Até quando?
Toda vez que se aborda um plano de governo, em que nível, surge a expressão qualidade do ensino. Uma tristeza! Verifica-se que tudo é de uma lentidão irritante.
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