Thread by @MarceloFreixo

Os mais pobres serão prejudicados pela reforma da previdência, que está sendo votada hoje na Câmara. Quer entender o motivo?

Então segue a linha...

Quem recebe até um salário mínimo sairá no prejuízo. Isso porque os ganhos com a redução de 0,5 da alíquota, totalizando R$ 4,1 bi, são muito menores do que as perdas provocadas pelo aumento do tempo de contribuição e idade mínima, que soma R$ 65,6 bi. O preju será de R$ 60,5 bi!

Resumindo: apesar da redução da taxa, os trabalhadores terão que contribuir por mais tempo. E as injustiças não param por aí...

As mudanças no cálculo do benefício vão reduzir as aposentadorias. Em vez de considerar apenas a média das 80% maiores contribuições dos trabalhadores, Guedes quer contabilizar todas elas, inclusive as menores, o que jogará para baixo o valor dos benefícios.

Vamos pensar num exemplo concreto? Imagine um pedreiro que atualmente se aposentaria com R$1.415. Se a reforma for aprovada, ele receberia apenas R$ R$ 1.018! Menos R$ 397 no orçamento...

O abono salarial, que é um reforço importante de um salário mínimo no orçamento das famílias mais pobres, também pode ser cortado. Hoje, quem ganha até R$ 2 mil pode receber o benefício. Com as mudanças, o limite cai para R$ 1.364!

E na pensão por morte, a reforma prejudicá as mulheres pobres. Em vez de receber todo o valor do benefício, elas terão direito a apenas 60% do total mais 10% por dependente. E sem a garantia do mínimo! Guedes e Bolsonaro querem sacrificar as famílias quando elas mais precisam...

Por fim, Guedes fala que 15% dos mais ricos acumulam quase metade das rendas da previdências (47%). A questão é que a renda domiciliar per capita desses brasileiros tratados como "mais ricos", segundo o próprio governo, é a partir de R$ 1.601!

Os ricos de verdade não serão atingidos, porque têm aposentadoria privada e não precisam da Previdência Social.

Não é à toa que a desigualdade entre pessoas com mais de 60 anos é menor do que entre a população em geral. Isso ocorre graças à Previdência Social, que Guedes e Bolsonaro querem desmontar.

A Reforma não acaba com privilégios, ela sacrificará ainda mais os mais pobres.