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Longa thread do "Future-se", a partir da apresentação do Mec:

1) Universidades vão ganhar mais dinheiro na medida em que consigam vender mais seus produtos, patentes, saberes etc. É a morte da produção pública: Ifes agora virarão base formativa plena para o mercado.
2) O que não for tecnologia ou inovação (99% dos exemplos dados pelo Mec) está fadado à Lei Rouanet e publicidade. Humanidades vão alimentar o "capitalismo social" (expressão deles) das grandes empresas.
3) Professores poderão ficar com parte do que venderem ao mercado. Sinal verde para fim futuro de valorização das carreiras. Morte das humanidades (de novo). Morte das pesquisas sem retorno econômico (de novo).
4) Patrimônio das universidades vai para fundos imobiliários pra virar shopping (exemplo do próprio Mec). Fim da expansão física dos campi.
5) Valorização do esforço e da inovação via criação de start ups. Universitário terá, em primeiro lugar, o empreendedorismo dentro de si (palavras do Mec). Pesquisa, conhecimento, formação humana etc. fica em segundo plano.
O negócio é tão sensacional que o ministro da educação já disse DE CARA que 70% dos projetos FRACASSAM de primeira. Que dos 30% que sobram metade fracassa de segunda. Que dos 15% que sobram 1/3 fracassa em seguida.
Sim: o Mec apresentou um projeto no qual NOVENTA PORCENTO dos esforços, segundo o próprio MINISTRO, fracassa. E o verbo foi esse: "fracassar".

Mas o Ministro disse que os 10% que dão sucesso sustentarão os fracassados.
O Mec usou a metáfora do Neymar. Sim: quer fazer com as universidades e institutos federais o que o Santos fez com Neymar.

Não escondem o projeto: o sucesso de meia dúzia de universidades vai financiar o fracassondas demais.
A ideia? Criar centros de excelência que encherão o bolso de dinheiro privado, minguando os recursos públicos para ser dividido entre as fracassadas...

Esses centros de excelência sobreviverão no médio e longo prazo.

E os fracassados? Iniciativa privada está aí para assumir...
Em suma: um projeto que valorizará ao máximo quem dá lucro dentro das instituições. E humanidades, por exemplo, que não geram patente ou lucro, estão condenadas aos pingos que receberão do "capitalismo social".
Mas não só isso: as pesquisas não lucrativas de outras áreas dependerão da grana das lucrativas.

Questão óbvia: frente à falta de recursos públicos, gestores preferirão expandir atividades lucrativas ou as não lucrativas?
Não precisamos de muito tempo para sacar que o future-se de alguns será o afunde-se de outros.

E isso vai ter muita adesão das universidades e institutos. Com apoio de coleguinhas doidos pra transformar seus ganhos escusos em faturamento mensal.
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