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Depois de ver The Great Hack o ponto que mais me chocou foi saber que as últimas eleições americanas foram decididas por apenas 70 mil pessoas num universo de 300 milhões de habitantes.
Isto não só demonstra a corrupção estrutural e anti-democrática do colégio eleitoral como também alerta para a necessidade de investir na qualidade dos votos e na capacidade crítica de quem vota.
Trump venceu graças a uma campanha de propaganda online que visou converter para a sua causa um vasto grupo de pessoas influenciáveis e que não mostravam qualquer interesse no processo eleitoral.
Estas pessoas foram bombardeadas por anúncios, notícias falsas, e vídeos que ajudaram a montar uma realidade paralela para a qual Trump seria a única hipótese viável.
Estas pessoas foram usadas de forma inconsciente. Foram vítimas da sua própria incapacidade de pensar criticamente, e de se certificarem da qualidade e veracidade da informação que estavam a receber.
Nas últimas eleições europeias criticámos bastante a abstenção e o desinteresse geral pela participação pública. Contudo, deve ser esse o nosso foco?
De que vale ter 100% de participação se a escolha cair em partidos como o Basta, o PNR, ou a Iniciativa Liberal?
Mais do que participação, precisamos sim de melhor qualidade de voto. É necessário construir mecanismos que permitam às pessoas estarem melhor informadas antes de exercerem o seu dever de votar.
Começar por uma reforma educativa com foco no pensamento crítico, na capacidade de questionar e de analisar um tema, e que ensine a pesquisar informação e a procurar por fontes fidedignas.
O pior é que muitos de nós não nos apercebemos que isto estava a acontecer porque não fomos classificados como alvos prioritários para este tipo de campanhas.
Aquilo que cada pessoa vê nas suas redes sociais não é apenas influenciado pelas pessoas que segue, ou pelas páginas que gosta, mas também por anúncios e propaganda feitos exclusivamente à sua medida.
Se, por um lado, isto ajuda-nos a encontrar boas promoções, por outro proporciona uma oportunidade de aproveitamento e manipulação política à escala global e à distância de um clique.
Infelizmente, a única forma de nos protegermos disto é desligar, ou garantir que a nossa presença online retrata uma personalidade convicta e dificilmente influenciável.
Os restantes, enfim, os restantes vivem uma realidade paralela, distante da sua própria, mas que alimenta o ódio e o extremismo, e que permite que os melhores mestres da manipulação cheguem ao poder.
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