Thread by @Ilonabecskehazy

Trédi longa, que o assunto merece:

O que o GF pode fazer pela educação brasileira? Apenas o que está previsto no art 211 da CF (senado.leg.br/atividade/cons…). Isso quer dizer que não opera escolas de educação básica, apenas IES diretamente ou por meio de autorização (as privadas).1/n

A função supletiva pode-se dar por meio de ações e programas, como o do livro didático, q distribui livros p/ todas as escolas do Brasil, a partir de uma seleção dos professores. Uma aberração que aos poucos vai sendo corrigida, com uma seleção conjunta feita para cada rede. 2/n

Essa função também pode se dar por meio de repasses condicionados para construção e escolas e compras de equipamento, barateando, por exemplo o custo do planejamento de obras padronizadas. 3/n

Nesta gestão do GF, foram, até o momento, ativadas duas políticas de indução de qualidade. Apolítica de alfabetização (PNA planalto.gov.br/ccivil_03/_ato…) e a de parcerias para escolas cívico-militares anunciada em 5/9. 4/n

A primeira tem sido ignorada pelos comentaristas. A segunda, já recebeu algumas críticas superficiais de quem não leu o decreto. Qual o cenário? Vamos lembrar de que os dados de desempenho da educação brasileira são vergonhosos, 5/n

em parte porque a péssima gestão do setor até o momento, não foi seriamente combatida. Por exemplo, o PNE prevê alfabetização até o 3o ano da educação básica. Em que país do mundo se alfabetiza tão tarde (para não dizer TÃO MAL) quanto no Brasil? 6/n

Além disso, o mesmo PNE previu ⬆️ o gasto com educação para 10% do PIB, almejando desempenho no Pisa que mal toca seu nível 2. Um escândalo que mereceu 👏 de muitos, incluindo ONGs do setor, que vinham funcionando como assessoria de imprensa do @MEC_Comunicacao até dez/2018. 7/n

Veio então a oportunidade de fazermos um currículo nacional, uma vez que cada estado (praticamente) já tinha o seu, por mais mambembe que fosse. Mais um bolinho de ONGs, muitas viagens, eventos, encontros, diárias e consultorias pagas com o $$ do contribuinte e eis que 8/n

os brasileiros têm q amargar com um documento mal feito, sob medida para não incomodar o status quo (editoras, acadêmicos e ONGs, ppal/). Tudo muito bem amarrado. Ai de quem falar mal. Diz muito sobre o País que tão pouca gente tenha percebido o q foi cuidadosamente amarrado. 9/n

Digamos q o atual GF não mude nada. Não faça nada de novo na educação. NINGUÉM vai se incomodar DESDE q se repassem os recursos com q as bocas estão acostumadas. Assim, atrelar recursos a critérios, cobrar desempenho e melhorar as referências técnicas passa a ser criticado. 10/n

Por que? Pois incomoda muito. Tira pequenos poderes de quem gravita em torno do @MEC_Comunicacao, tem potencial para incomodar grandes empresas, corta verba de quem vendia programas de baixa qualidade a alto custo e assim vai. E é aí que entra a "ideologia". 11/n

Aquele papo confuso de quem quer justificar o injustificável. Então vamos à realidade: 1) o estado brasileiro quebrou; 2) a mentalidade dos brasileiros mudou em relação à ele - o contribuinte quer menos impostos e mais serviços; 3) a insatisfação com um estado pesado pela 12/n

ineficiência, ineficácia e corrupção ganhou voz e força política e 4) os novos sistemas de comunicação expuseram tudo isso como nunca dantes. Muito bem. Ninguém tem obrigação de apoiar nenhum governo, MUITO MENOS de maneira acrítica. Pelo contrário. E há um agravante atual 13/n

q alguns insistem em chamar de polarização, mas q eu apenas vejo como a explicitação do conflito distributivo por recursos estatais. Qm estava sendo enganado e se deu conta, está ressabiado e qm estava acostumado a enganar sem ser incomodado, foi apanhado com a 💋 na botija. 14/n

Há uma questão contextual: este GF escolheu enfrentar seus opositores com um discurso ora agressivo, ora sarcástico (o que também o é). Isso não é propriamente uma novidade nos termos, mas é na intensidade e no apoio popular manifesto de nova forma: diária e 15/n

em canais compartilhados, que antes eram exclusivos dos poderosos. O GF poderia não fazer nada pela educação, como outros governos anteriores, mas teria que gastar. Se não gasta, perde apoio. Pode fingir que está trabalhando ou pode fazer programas efetivos. Já sabemos que a 16/n

opção gasto está descartada neste início de governo. Então vamos trabalhar ou fingir que. Para tal, anuncia-se uma política de alfabetização com base em evidências empíricas e fazer parcerias entre estados e as forças armadas para aproveitar K humano que estava 17/n

à disposição do estado. Está claro que os recursos, além de mais curtos, vão mudar de mãos. E é ISSO que está deixando as boquinhas incomodadas. Nos dois casos (alfabetização e uso de pessoal com experiência - e respeito institucional da população), há farta literatura 18/n

que se (obviamente) não garante resultados, pelo menos dá um certo conforto institucional de não se errar muito. Quem ficou pedindo pacto pela educação até poucos meses, se recusa a estudar as fartas referências e joga para sua própria galera. É do jogo. Resultado? 19/n

Vai ficar tudo na mão de quem deveria estar no comando mesmo, desde sempre: autoridades educacionais em nível federal, estadual e municipal é não nos satélites q se alimentam do $ do contribuinte. Talvez seja um bom recomeço. A ver. 20/n