Thread by @louverture1984

Sábado de noite.

Uma garrafa de vinho (solito, pois a @ não tá bebendo pois "embarazada"). Abre o e-mail antes de dormir porque...

...bem, porque é burro.

Aluno mandou e-mail perguntando: "o que eu quis dizer com historiadores devem se perguntar mais E SE????"

Tipo, numa aula, cometi o erro de falar que historiadores têm esse mau hábito de dizer que o SE não conta, que temos que levar em consideração só o acontecido e que, no frigir dos eggs, seria massa a gente pensar em possibilidades dentro do nosso campo disciplinar. Ou seja: E SE?

É um jogo, claro. Mas é a ideia de que o conhecimento não é fechado, ele abre possibilidades - de reflexão, de pergunta, de olhar sobre uma fonte ou outra. Felizmente, ou não, a história não é ciência exata.

Cada possibilidade exige, contudo, quebrar a cabeça. Tem infinitas possibilidades, mas algumas são mais plausíveis do que as outras.

Se Hitler tivesse morrido na Primeira Guerra Mundial, teríamos nazismo? E se Stalin tivesse morrido de varíola na infância, o que seria da URSS?

Um indivíduo é responsável por todo um processo histórico? Como as coisas seriam se um pequeno detalhe fosse diferente? Esse jogo, que parece não ter fundamento científico (e não tem mesmo), pode abrir para novas perguntas.

Novas perguntas, novas formas de ler o passado. A gente pode aprender sobre questões que nem tínhamos pensado só por pensar num mísero E SE.

Contudo, pode ser só o vinho. E amanhã eu respondo o aluno...