Em geral, o time é pouco combativo quando não tem a bola. Ocupa o espaço, mas não faz pressão.
Não foi um caso isolado. Enquanto o adversário avança, o Botafogo anda para trás, recua e dá espaço. Não fecha o passe, não agride, não desarma.
Repare no segundo gol, de Marinho. Há nove botafoguenses (mais o goleiro) perto da própria área, mas o atacante faz o que quer.
Na largada do campeonato, o time fez 8 gols e sofreu 8. Somou 16 pontos.
Na sequência mais recente, fez 7 gols e sofreu 18, com apenas seis pontos.
Algo degringolou na defesa alvi-negra.
Nos 10 primeiros jogos, 128 desarmes certos, 20 interceptações certas e 108 faltas cometidas.
Nos 10 últimos, 130 desarmes, 20 interceptações e 142 faltas cometidas
Apenas o aumento no número de faltas é um indicador importante. Uma média 14,2 faltas por jogo, como nos jogos recentes, colocaria o time como oitavo mais faltoso. Parece que a equipe não consegue mais se defender a apela para parar o jogo.
O Botafogo sofreu 151 finalizações lá no começo do campeonato para tomar 8 gols e 152 agora para tomar 18, mais que o dobro!
Era - e continua sendo - o time que sofre mais finalizações no campeonato!
Apesar de ter sofrido praticamente o mesmo número de finalizações, a quantidade de finalizações certas dos adversários saltou de 46 para 65! Um aumento de 50%!
O @dede_zon me explicou que o mérito era da defesa do Fla.
“Um profissional acerta a cesta se estiver livre na entrada do garrafão, mas a defesa faz ele arremessar mal assim!”
Essa ideia é transferível para o futebol
O treinador disse numa entrevista para O Globo que se colocassem duas pessoas para “sair na porrada” e um dos dois pudesse usar um porrete, ele gostaria de ter o porrete.
“A bola é como um porrete”
Teria hoje a 5ª melhor média do campeonato em ambas as estatísticas.
Mas o time finalizava pouco e fazia pouquíssimos gols -e isso incomodava.
Mesmo assim, levou 51 gols, mesmo número de Newscastle (5º colocado), 2 a mais que o Arsenal (4º). Não sofreu gol em 14 dos 38 jogos (4º melhor).
O Swansea usava a bola para se defender. Se o adversário não tem a bola, não pode marcar gols, e Brendan Rodgers entendia isso melhor que ninguém.
A bola não era porrete. Era escudo.
Adepto das metáforas violentas, disse que era muito difícil “tomar uma favela” portando apenas um estilingue com dez bolinhas de gude.
Nas palavras dele mesmo: “em qualquer jogo eu vou jogar para ganhar, seja contra Fla, Palmeiras. Estou num clube grande. Não sou educado para jogar pelo empate”
O número de finalizações subiu de 83 nos primeiros jogos para 97 nos últimos.
Mas o número de fin. certas subiu de 33 (40%) para apenas 36 (37%) e os número de gols caiu um pouco.
A posse de bola caiu de 55,4% para 49,2%
O Botafogo não se contentou com seu escudo. Queria um porrete, mas ficou sem nada!
Barroca conseguia manter uma defesa segura (7ª menos vazada do 1º turno) controlando muito bem a profundidade ( )
A defesa sabia "diminuir o campo efetivo” e deixar os adversários impedidos.
Média 50% maior do que o Flamengo consegue fazer com Jorge Jesus, que é tão bom nisso que triplicou a média de Abel - de 0,7 para 2,2!
O time não tem mais a bola, marca mais recuado, convida os adversários para o seu campo e não tem intensidade para pressionar e roubar a bola. A receita para um desastre!
Agora tem oito jogos para encontrar uma nova metáfora - violenta ou não - para o seu jogo.
O próximo desafio é contra o líder.