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🇧🇷 Vocês conhecem a história da Irena Sendler? Em tempos tão sombrios, é bom lembrar de pessoas assim para aquecer o ♥.

Vou falar um pouco dela com vocês.

Segue o fio.
Irena foi uma enfermeira polonesa nascida em 1910, na Varsóvia. O pai dela, Stanislaw, foi um médico humanitário que dedicou sua vida a tratar os mais pobres, principalmente judeus.

Se inspirando no exemplo deixado pelo pai, Irena seguiu seus passos durante a 2. Guerra.
A partir de 1940, judeus poloneses foram removidos de suas casas pelos Nazistas e passaram a ficar concentrados nos famosos guetos. Por ocasião, o Gueto da Varsóvia foi o maior da Europa.
Dentro de uma área de aproximadamente 3.4km², mais de 400 mil pessoas foram despejadas, aglomeradas e confinadas.

Para os judeus, a comida era limitada a 184 calorias por dia.

Em comparação, a média para os alemães "comuns" era de 2.613 calorias diárias.
Logo uma epidemia de tifo se espalhou, piorando uma situação que naquele ponto já era mais do que desumana.
Como enfermeira e membro do departamento de bem-estar social, Irena foi autorizada a entrar no Gueto para fazer inspeções cujo objetivo era prevenir que a epidemia se espalhasse.

O medo era que a doença ganhasse força e começasse a atingir a população "comum".
Foi o "pretexto" que ela precisava para colocar em prática o que havia aprendido com seu pai: olhar para o outro sem fazer distinção.

Irena passou a levar para dentro do gueto comida, roupas e remédios.
Em 1942, a Gross-Aktion Warsaw, operação para deportação dos judeus do Gueto da Varsóvia para os campos de extermínio, foi iniciada.

A urgência para que algo mais profundo fosse feito só cresceu.
Com a ajuda de um grupo de amigos e colegas de trabalho, as ações de Irena se expandiram. Logo, começaram a planejar e desenvolver métodos para retirar bebês e crianças de dentro do Gueto, antes que esses fossem deportados ou mortos.
Aproximou-se das famílias e, sem garantir o sucesso das operações, prometeu que ao menos tentaria dar a essas crianças uma chance de sobreviver.

Convencer as mães não era tarefa fácil, mas o mais profundo desespero acabava vencendo.
No decorrer de quase dois anos, Irena, com a ajuda de seus colegas, resgatou quase três mil crianças.

Os meios para retirá-las de lá eram, entre outros, dentro de caixas de papelão, cestos de lixo e sacos de batata.
Mais do que isso, Irena criou e manteve um registro detalhado: arquivou nome de nascimento, data, dados importantes sobre a família, e a nova identidade de cada criança.

Fez isso com todos (ou quase) que resgatou.
Seu objetivo era facilitar o processo para que as famílias se reencontrassem depois da guerra.

As crianças resgatadas eram enviadas para famílias polonesas, orfanatos e conventos, aonde recebiam nomes cristãos.
Em 1943, toda a operação foi descoberta.

Irena foi presa pela Gestapo e brutalmente violentada.

Foi espancada. Seus pés e pernas foram quebrados.

Suportou a tortura e jamais entregou o nome de seus colaboradores e/ou das crianças ou famílias as quais ajudou.
Por fim, foi condenada a morte.

Enquanto aguardava a execução, foi salva por um soldado Alemão que a levou para um suposto "interrogatório secundário", gritando então para que ela fugisse.
A partir de então, adotou uma falsa identidade e continuou trabalhando, inclusive durante a revolta de Varsóvia.
Muitos anos mais tarde, foi reconhecida e premiada.

Sua foto foi estampada nos jornais, e só então aqueles que eram crianças quando a conheceram puderam saber o nome da mulher que arriscou tudo - inclusive a própria vida - para salvá-los.
Irena faleceu em 2008, aos 98 anos.
Recomendação de filme: "O Corajoso Coração de Irena Sendler".
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