Thread by @mani_wara

vamo falar de coisa boa? 🎤🎵

indígena tbm faz música contemporânea! por isso separei alguns artistas de vários lugares do mundo pra vcs conhecerem e ouvirem.

lembrando: tá chegando ao fim a campanha de financiamento coletivo do Yby Festival de Música Indígena. vai ser em SP ✨

BRASIL: Gean Ramos

da etnia Pankararu, pernambucano, o violeiro foi indicado ao prêmio internacional Indigenous Music Awards em 2018 na categoria Melhor Artista Internacional. ele vai estar no Yby, e recomendo que vejam. tbm traz repente no seu repertório ao vivo.

Gean é músico autodidada, tem quase 20 anos de carreira e segundo ele sua música “retrata a vida moderna do povo indígena e quilombola que dirige carro, faz faculdade e continua mantendo sua tradição, respeitando os mais velhos e as crenças”

ouça aqui:

CHILE: Wechekeché Ñi Trawün

grupo de hip hop Mapuche, nasceu de um trabalho em um centro comunitário de Santiago que buscava resgatar o orgulho mapuche entre a juventude. tbm experimentam com ritmos do pop, cumbia e reggaeton.

O Wechekeché Ñi Trawün canta em espanhol e em sua língua originária, e suas letras trazem as reivindicações sociais dos povos indígenas do Chile.

ouça:

PANAMÁ: Banda La Tribu

formada pelos irmãos Barrantes, estão na ativa há 8 anos. já lançaram um álbum e se preparam para lançar o segundo. recentemente, ganharam um concurso do Hard Rock Café em que competiam com bandas de toda a Abya Yala, incluindo brasileiras

os irmãos são da etnia Guna (a etnia que possui em seu vocabulário a nomenclatura "Abya Yala", inclusive) e tinham medo de serem rechaçados pelos mais velhos. foram surpreendidos ao serem vistos como embaixadores da cultura Guna.

assistam:

GUATEMALA: Sara Curruchich

de origem Maia e Kaqchikel, Sara é cantora, compositora, toca marimba e violão. fez parte de um grupo de rock e de um grupo feminino de marimba, antes de seguir carreira solo.

Sara já cantou acompanhada da Filarmônica de Dresden (Alemanha), já ganhou prêmio de Artista Revelação e usa sua projeção para denunciar a ocupação de terras por empresas multinacionais, além do assassinato de lideranças indígenas.

ouça:

ARGENTINA: Tonolec

duo de pop-eletrônico que existe há 14 anos, formado por Diego Pérez e Charo Bogarín. sua música tem influência da etnia Qom, por serem próximos desse povo na cidade onde o Tonolec nasceu, e Guarani, por Bogarín ser descendente de um importante cacique.

o Tonolec tem músicas na língua Qom (também conhecida como Toba), Guarani e espanhol e fazem denúncias baseadas nas pautas indígenas:

EQUADOR: Pachacamac

banda de metal originada em Quito, seu nome faz referência a um deus Inca. no logo também se encontra uma referência à cosmovisão andina dos três mundos (Uku Pacha, Kay Pacha e Hanan Pacha) representada pela árvore.

o Pachacamac canta em Quéchua e lançou o primeiro álbum em 2018. denominado “Ayni”, cujo significado é “cooperação” ou “solidariedade”.

ouça aqui:

MEXICO: Lila Downs

cantora, compositora e atriz, Lila tem origem Mixteca e seu som cumbia, bolero, ranchera e música mexicana. canta em Mixteco, Zapoteca, Purépechua e Nahua. ah e em inglês e espanhol também. já acumula 27 anos de carreira (!!)

Lila já ganhou três Grammys (sendo dois Latinos), colaborou com artistas internacionais (sendo um deles Caetano Veloso) e participou de trilhas sonoras de filmes (sendo um deles "Frida", de 2012)

já pode gritar comigo MARAVILHOSAAA

NOVA ZELÂNDIA: Stan Walker

cantor e ator Maori, ficou famoso ao participar do Australian Idol em 2009 e se tornar campeão. canta em Maori e em inglês, e na sua música e em seus videoclipes exalta a cultura do seu povo e o respeito aos seus antecessores.

no clipe "New Takeover", o ponto de virada da sua carreira em que conseguiu falar sobre a sua ancestralidade, Stan carrega o que é considerada a bandeira Maōri. chamada de Tino rangatiratanga, a bandeira representa a autodeterminação

é poderoso demaaais:

ESTADOS UNIDOS: Taboo

conhecido por ser do Black Eyes Peas, Taboo, da etnia Shoshone, seguiu carreira solo e continuou falar do direito dos povos indígenas, algo que já fazia desde o BEP. rapper e DJ lançou uma música sobre o protesto #NoDAPL

o #NoDAPL era uma pauta indígena contra o oleoduto da empresa Dakota Access Pipeline. por esse clipe, Taboo concorreu a um prêmio da Mtv. o clipe dessa música mostra cenas reais dos protestos que aconteceram por meses.

CANADÁ: A Tribe Called Red

duo de música eletrônica com nome inspirado em A Tribe Called Quest, nasceu Ottawa e mistura elementos de música de povos indígenas da região com hip hop instrumental, dupsteb, reggae e moombahton.

os integrantes são das etnias Moicano, e Cauyga, com ex-integrantes da etnia Nipissing. ativos desde 2007 e com três álbuns lançados, já foram indicados a premiações no Canadá por seus álbuns, singles e performances.

é difícil indicar um clipe só deles:

DO MUNDO INTEIRO ou eu que não descobri de onde exatamente: IR - Indigenous Resistance

coletivo de artistas e DJs de dub, que faz parcerias com pessoas do mundo inteiro, e que, a cada mix, conta histórias de indígenas dos locais em que estão colaborando. no BR, foi sobre Galdino

seu primeiro álbum foi lançado há 12 anos. um dos objetivos do coletivo é unir histórias de indígenas e africanos em diáspora

UFA! acabou por hoje

essa lista, mais detalhada, também se encontra aqui: medium.com/@desabafos/m%C…

montei uma playlist com esses artistas no spotify e no youtube pra facilitar, caso queiram seguir

➡️no spotify: open.spotify.com/playlist/5aDGI…

➡️no youtube: m.youtube.com/watch?v=B_pM3V…

e quem puder contribui, aqui vai o link do financiamento do Yby Festival de Música Indígena, que vai ter um montão de artista de música contemporânea

o Yby acontece do dia 29/11 a 01/12 em São Paulo/SP

benfeitoria.com/ybyfestival