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A história de hoje, como diversas outras histórias, começa com a descoberta de um grande amor.

Nina estava em uma festa quando conheceu Bruna e foi amor imediato.

Nina nunca se sentiu tão cortejada e bem tratada quanto ao lado de Bruna.
Apesar de ter nascido em família relativamente rica e cheia de posses, Nina tinha vida independente e passava por sérios problemas de grana.

Recém demitida, tentando uma coisa aqui, uma coisa ali, Nina se apertava como podia e vivia totalmente dentro das suas posses.
Já Bruna era evidentemente bem sucedida profissionalmente.

Trabalhando com obras, ela tinha um carrão, morava em um apartamento lindo e vivia viajando. Comprava as roupas que queria e parecia se dar hiper bem na vida.

De pouco em pouco, Bruna foi entrando na vida de Nina.
Bruna começou comprando presentinhos, e roupas, sapatos e outras coisas mais caras. Bruna levou Nina para viajar pagando tudo. Bruna começou a dar mimos fabulosos para a amada.

Quando Nina viu, já era dependente do Plano de Saúde de Bruna e estava completamente apaixonada
Até que o relacionamento foi se tornando abusivo.

Também de pouco a pouco, Bruna foi exigindo satisfações, cobrando sobre a rotina de Nina, perguntando sobre interações em redes sociais e demandando comportamentos mais “recatados”.
Uma curtida no Instagran significava uma enorme briga.

Falar com alguém em uma festa era a morte.

Um atraso de 10 minutos resultava em exigência de vasculhar o celular de Nina em busca de provas de traição.

Nina começou a se sentir sufocada e agredida.
Bruna ia, cada vez mais, demonstrando ser uma pessoa abusiva, dominadora, possessiva, violenta e ciumenta (a soma perfeita para um relacionamento de merda).

Juntando forças, Nina criou coragem a resolveu terminar, não sem um grande escarcéu.
Durante 3 meses Nina se manteve firme em não voltar. E Bruna seguiu o roteiro: cercou a ex, bisbilhotou redes sociais, fez intrigas, infernos, assuntou com amigos em comum.

O pós-término foi tão ruim que Nina separou uma grana que não tem e começou a frenquentar uma psicóloga.
Obviamente, como parte das sessões, Nina falou muito sobre seu relacionamento com Bruna, e de tanto falar, a psicóloga vaticinou que provavelmente, Bruna sofreria de algum Transtorno de Personalidade, talvez Narcisista, TPN.

Analisando de forma crua, fazia sentido.
Aí a psicóloga foi explicando o que era o Transtorno de Personalidade Narcisista e Nina foi encaixando Bruna em tudo.

Grandiosidade, fantasia de poder, autopercepção de ser único, necessidade constante de admiração pelos outros, bla bla bla...
No meio da sessão, Nina comentou:

- Era assim mesmo. Ela vivia pedindo emprestadas minhas jóias de família, por exemplo. Ela se sentia superior com elas.

- E ela te devolveu essas joias? - perguntou a psicóloga.

- Devolveu sim.

- Mas as mesmas joias...?
Nina foi acometida de um enorme desespero!!!

Encerrou a sessão pelo meio, saiu correndo igual doida, quase bateu o carro, chegou em casa, abriu um cofre antigo e correu para um ourives de confiança da família.

Chegou lá com quase uma centena de joias e pediu: verifique tudo.
E, como vocês já podem supor, as joias eram todas falsas. Não havia ouro, não havia rubi, não havia brilhante, nada... aquele monte de joia de família não valia nem mil reais...

Agora, o momento de breve explicação, para seguir na história.
Como já disse, a família de Nina era relativamente rica. Tiveram casas, enpresas, dinheiro grosso. Aos poucos isso foi sumindo, mas não as joias.

As joias...
A bisavó de Nina teve somente uma filha, a avó de Nina, que herdou todas as joias.

A avó de Nina não teve filha, somente filhos, então guardou as joias para as netas.

A avó de Nina só teve uma neta, Nina, que herdou 3 gerações de joias riquíssimas.
Eram anéis, braceletes, pingentes. Brincos e colares. Pérolas, rubis, brilhantes.

Na avaliação de Nina, tudo valia cerca de 30 mil reais, que ela guardava pelo valor sentimental e para um dia, se fosse o caso, vender e começa um negócio.
Quando Bruna começou a namorar com Nina, descobriu as joias.

Frequentemente pedia para usá-las e Nina permitia.

Bruna aproveitava a oportunidade para trocar as joias verdadeiras por réplicas sem qualquer valor.
Ao longo do namoro, Bruna pedia para usar joias em momentos importantes, em festas, em viagens - e sempre ficava com as joias por dias, até devolvê-las para o cofre da amada.

Devolver as bijuterias, pois as joias verdadeiras sumiram.
Nina me ligou faz um mês pedindo ajuda.

Ela foi furtada. A mulher que ela amava levou a maior riqueza que ela tinha, tanto de grana quanto sentimental.

Ela já tinha procurado outros advogados e todos foram enfáticos: não tinha o que fazer.

Quis ouvir minha opinião.
Analisando os fatos de forma fria:

Nina nunca comprou as joias, então não tem qualquer certificado das joias. Quase ninguém tinha visto as joias, pois ela mantinha segredo. Nina não sabe quando e onde elas foram trocadas. Nina não tem provas de que foi Bruna. Nina não tem nada.
Perguntei se ela tinha mensagens trocadas, e-mails em que houvesse menção às joias - não há nada. Aparentamente, Bruna fez a coisa tão bem feita que pensou em não deixar rastros.

As únicas pessoas que poderiam testemunhas a favor de Nina são parentes.
Os amigos que viram as joias assumem que não sabiam serem joias de Nina.

Não há fotos, provas, laudos, nada.

E a palavra de uma contra a outra.

No auge da fúria, Nina ainda ligou para confrontar Bruna, e a resposta foi mais ou menos esta:
“Querida, você sempre me emprestou suas bijuterias. Claro que eram bijus, você mesma disse. Tem prova disso? Tem laudo? Então é a tua palavra contra a minha. E por favor, para de bancar a louca, ou vou na polícia e te denuncio. Isso é assédio. Te conforma com o término.”
A recomendação mais sensata: Nina, se mantenha longe, evite cobrar ou constranger, pois ela vai virar o jogo contra você.

E as joias da família de Nina, que poderiam servir a um recomeço, viraram fumaça em festas, bebida, viagens e outros prazeres que jamais se saberá.
E um adendo.

- Nina, você jamais percebeu que as joias voltavam diferentes?

Ela explicou que confiava na namorada e jamais fiscalizou a devolução das joias.

Algumas vezes ela percebia algumas coisas diferentes sim, mas Bruna sempre tinha uma desculpa...
- Ah, amor, esse anel estava gasto, mandei colocar mais ouro.

- Ah, mandei polir e limpar esse brinco, por isso está mais claro.

- Dei um banho de jato na pedra, ficou mais luminosa.

Com o pretexto de estar cuidando das joias, ela escondeu o crime.
E mais uma vez uma história real e com fim triste.

Nina está em completa depressão. Só faz chorar. Não quer saber de emprego. Perdeu as joias que guardou tanto, da bisavó e da avó. Podia ter vendido e recomecado a vida, mas não...
E Bruna segue curtindo a vida como grande engenheira, viajando e comprando roupas novas, jantando em locais caros, já buscando uma nova namorada/vítima, que possa sustentar seus sonhos vazios de grandeza e soberba.

Fim.
Que você faria, @bicmuller? Que você faria, @kribshna?
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