Nina estava em uma festa quando conheceu Bruna e foi amor imediato.
Nina nunca se sentiu tão cortejada e bem tratada quanto ao lado de Bruna.
Recém demitida, tentando uma coisa aqui, uma coisa ali, Nina se apertava como podia e vivia totalmente dentro das suas posses.
Trabalhando com obras, ela tinha um carrão, morava em um apartamento lindo e vivia viajando. Comprava as roupas que queria e parecia se dar hiper bem na vida.
De pouco em pouco, Bruna foi entrando na vida de Nina.
Quando Nina viu, já era dependente do Plano de Saúde de Bruna e estava completamente apaixonada
Também de pouco a pouco, Bruna foi exigindo satisfações, cobrando sobre a rotina de Nina, perguntando sobre interações em redes sociais e demandando comportamentos mais “recatados”.
Falar com alguém em uma festa era a morte.
Um atraso de 10 minutos resultava em exigência de vasculhar o celular de Nina em busca de provas de traição.
Nina começou a se sentir sufocada e agredida.
Juntando forças, Nina criou coragem a resolveu terminar, não sem um grande escarcéu.
O pós-término foi tão ruim que Nina separou uma grana que não tem e começou a frenquentar uma psicóloga.
Analisando de forma crua, fazia sentido.
Grandiosidade, fantasia de poder, autopercepção de ser único, necessidade constante de admiração pelos outros, bla bla bla...
- Era assim mesmo. Ela vivia pedindo emprestadas minhas jóias de família, por exemplo. Ela se sentia superior com elas.
- E ela te devolveu essas joias? - perguntou a psicóloga.
- Devolveu sim.
- Mas as mesmas joias...?
Encerrou a sessão pelo meio, saiu correndo igual doida, quase bateu o carro, chegou em casa, abriu um cofre antigo e correu para um ourives de confiança da família.
Chegou lá com quase uma centena de joias e pediu: verifique tudo.
Agora, o momento de breve explicação, para seguir na história.
As joias...
A avó de Nina não teve filha, somente filhos, então guardou as joias para as netas.
A avó de Nina só teve uma neta, Nina, que herdou 3 gerações de joias riquíssimas.
Na avaliação de Nina, tudo valia cerca de 30 mil reais, que ela guardava pelo valor sentimental e para um dia, se fosse o caso, vender e começa um negócio.
Frequentemente pedia para usá-las e Nina permitia.
Bruna aproveitava a oportunidade para trocar as joias verdadeiras por réplicas sem qualquer valor.
Devolver as bijuterias, pois as joias verdadeiras sumiram.
Ela foi furtada. A mulher que ela amava levou a maior riqueza que ela tinha, tanto de grana quanto sentimental.
Ela já tinha procurado outros advogados e todos foram enfáticos: não tinha o que fazer.
Quis ouvir minha opinião.
Nina nunca comprou as joias, então não tem qualquer certificado das joias. Quase ninguém tinha visto as joias, pois ela mantinha segredo. Nina não sabe quando e onde elas foram trocadas. Nina não tem provas de que foi Bruna. Nina não tem nada.
As únicas pessoas que poderiam testemunhas a favor de Nina são parentes.
Não há fotos, provas, laudos, nada.
E a palavra de uma contra a outra.
No auge da fúria, Nina ainda ligou para confrontar Bruna, e a resposta foi mais ou menos esta:
E as joias da família de Nina, que poderiam servir a um recomeço, viraram fumaça em festas, bebida, viagens e outros prazeres que jamais se saberá.
- Nina, você jamais percebeu que as joias voltavam diferentes?
Ela explicou que confiava na namorada e jamais fiscalizou a devolução das joias.
Algumas vezes ela percebia algumas coisas diferentes sim, mas Bruna sempre tinha uma desculpa...
- Ah, mandei polir e limpar esse brinco, por isso está mais claro.
- Dei um banho de jato na pedra, ficou mais luminosa.
Com o pretexto de estar cuidando das joias, ela escondeu o crime.
Nina está em completa depressão. Só faz chorar. Não quer saber de emprego. Perdeu as joias que guardou tanto, da bisavó e da avó. Podia ter vendido e recomecado a vida, mas não...
Fim.