Thread by @oswaldtoshiro

Sobre o que venho falando nas últimas semanas e que deixou muitos amigos indignados comigo.

Sei que ainda é muito cedo para esse tipo de diagnóstico, mas percebam o padrão: economia e segurança.

Toda crítica que faço ao campo da esquerda passa por isso. +

Repito o que já escrevi antes: como explicar o dólar alto, o preço da gasolina, do diesel, da carne, o desemprego, a informalidade, a retirada de direitos trabalhistas, a falta de investimento em saúde, educação, meio ambiente, e tudo parecer andar bem para o cidadão médio? +

Há um aumento vertiginoso da categoria evangélica no Brasil, que apoia tanto as ideias ditas conservadoras de Bolsonaro quanto as medidas econômicas e de segurança. A tríade Bolsonaro, Moro e Guedes continua firme e forte no horizonte de esperança da maior parte da população. +

Lembrem de todos os escândalos ocorridos no ano envolvendo a família Bolsonaro e Sérgio Moro. Para o cidadão médio, esse governo é, acima de tudo, uma ideia que ainda precisa ser apoiada. Não há alternativa de outro campo ideológico. As pessoas ainda apostam na direita. +

E coisas assim vão alimentando a esperança do cidadão médio, do empresariado, do microempreendedor, do evangélico neopentecostal em busca de prosperidade financeira, etc. Tudo parece se encaixar em um grande paradoxo que envolve economia e segurança. +

E nesse misto de 'pequenos avanços superficiais' e enormes montanhas de problemas, polêmicas, bizarrices, estragos monumentais da imagem do Brasil no exterior, destruição da educação, da cultura, do meio ambiente, etc, parte considerável do povo mantém o olhar firme no engano. +

Não mudaremos a percepção do brasileiro sobre o que ocorre sem uma mudança radical de discurso. E ele precisa ser forte o suficiente para bater de frente com a mídia neoliberal, com o poder financeiro e com a psicologia neoconservadora-arcaica de grande parte da sociedade.