ROGER SCRUTON NA GAZETA DO POVO — A THREAD
Se faz uma confusão danada sobre o que é ser conservador e o que é o conservadorismo. Não é um problema exclusivamente brasileiro, mas, como o termo entrou em voga recentemente por aqui, parece que a falta de clareza atingiu a todos.
Confunde-se direita, reacionarismo e outros termos e conceitos com o conservadorismo. A bagunça é geral. O conservadorismo é pop e o pop não poupa ninguém.
Por isso, se você ainda não conhece ou não leu a obra de Sir Roger Scruton, que infelizmente morreu (🔗gazetadopovo.com.br/ideias/morre-a…) neste domingo (12), aos 75 anos de idade, chegou a hora.
A Gazeta do Povo publicou um extenso ensaio sobre o pensamento do filósofo britânico, chamado de “o maior conservador de sua geração”, e vários textos de sua autoria, todos obrigatórios para quem deseja entrar em contato com o melhor do pensamento realmente conservador.
Neste texto (🔗gazetadopovo.com.br/ideias/o-que-p…), Martim Vasques da Cunha (que verteu para o português o livro ‘A Alma do Mundo’) mostra como o filósofo ganhou notoriedade no Brasil, a ponto de ter quase todas as suas obras publicadas por aqui.
Outro texto (🔗gazetadopovo.com.br/ideias/roger-s…), um perfil póstumo escrito por Michael Brendan Dougherty, do National Review, revela como Sir Roger Scruton se descobriu conservador, em plena Paris de 1968, quando a juventude rebelde elegeu Foucault como seu guia ideológico.
Scruton resume bem a contaminação gerada pelo teórico: “‘As Palavras e as Coisas’, de Foucault, a Bíblia dos soixante-huitards [os manifestantes de 1968], o texto que parecia justificar toda forma de transgressão, mostrando que obediência é apenas derrota.
É um livro ardiloso, escrito com uma mendacidade satânica, apropriando-se seletivamente de fatos para mostrar que cultura e conhecimento nada mais são do que "discursos" de poder. O livro não é uma obra de filosofia, mas um exercício de retórica.
Seu objetivo é a subversão, não a verdade, e argumenta que "a verdade" requer vírgulas invertidas, que muda de época para época, e é ligada à forma de consciência, a "episteme", imposta pela classe que lucra com sua propagação.
O espírito revolucionário, que busca coisas no mundo para odiar, encontrou em Foucault uma nova fórmula literária. Procure poder em todos os lugares, ele diz a seus leitores, e você o encontrará. Onde há poder, há opressão. E onde há opressão há o direito de destruir.”
Também publicamos o último discurso de Sir Roger Scruton (🔗gazetadopovo.com.br/ideias/roger-s…), quando o filósofo recebeu o prêmio de Defensor da Civilização Ocidental. Ele tinha sido recentemente diagnosticado com câncer.
O texto (🔗gazetadopovo.com.br/ideias/roger-s…) faz uma defesa apaixonada do legado e da importância da nossa civilização. Vale se demorar em cada frase: “Quanto mais você analisa, mais você percebe quão abrangente e universal é a herança da nossa civilização.
E isso é algo que tendemos a esquecer hoje em dia. Não é um legado restrito. É algo que está realmente aberto a todos os tipos de inovações, que aceita a totalidade do ser humano como seu tema.”
Neste outro artigo de Scruton (🔗gazetadopovo.com.br/ideias/sir-rog…), ele defende a ideia de que o perdão e a ironia são dádivas da nossa civilização. “A ironia é algo bem diferente do sarcasmo: é uma forma de aceitação, e não uma forma de rejeição.
Ele também aponta para dois caminhos: por meio da ironia, aprendemos a aceitar tanto o outro, para o qual volto meu olhar, quanto a mim mesmo, aquele que está olhando.”
Ao longo desta semana vamos publicar diariamente alguns dos melhores textos já escritos por Sir Roger Scruton, textos que fazem a defesa e definem o verdadeiro conservadorismo.
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