Ontem uma deputada do PSol postou esse dado e foi interpelada como se o dado estivesse errado ( ñ está) e depois acusada de desonesta por não acrescentar o gasto relativo ao PIB com funcionalismo. Postei esse dado algumas vezes, última em outubro. Porque ele é importante? +
Assim como em qualquer comparação com países da OCDE (países com PIB per capita maior), essa serve de parâmetro geral, um ponto de partida para o debate. O dado indica que o Brasil não tem servidores públicos em excesso, como mostra também o Atlas do @ipeaonline. +
Temos um número de servidores públicos baixo na comparação internacional. Na esfera federal, um números semelhante ao de décadas atrás com uma população maior e mais serviços sendo ofertados. Isso indica que o n de servidores não é o problema, mas outros fatores. +
Para isso que serve o dado, para dizer que não senoide partir da premissa que é razoável reduzir o número de servidores públicos para solucionar nossos problemas. A reforma a se pensar deve focar na governança, na alocação, nos privilégios, na avaliação, nas distinções. +
Argumentei com algumas pessoas ontem sobre a fidedignidade do dado pq não me considero desonesto por divulgá-lo. Pelo contrário, o fato das pessoas o conhecerem faz com que o debate parta de patamar mais qualificado. O debate é profundamente complexo, envolve nuances econômicas.
E o espírito não é comparar de forma linear. Qualquer comparação com a o OCDE tem de ser cautelosa, são países com ordem de grandeza de PIB per capita muito diferentes. O espírito é constatar que o problema não é o número de servidores, mas a concentração de privilégio no topo.
Complicado é o tratamento homogêneo dos 11,5 milhões de servidores públicos, a insinuação de que representam um fardo. A comparação de média (que é bizarra) salarial com setor privado, sem calibragem relativa a informalidade e outras variáveis (BM) tb é ultra limitada.
Muitas pesquisas precisam ser feitas sobre, estratificações, diferenciações e simulações de impacto de diferentes medidas nos três poderes e nas diferentes carreiras. Parece que os autores do Atlas do Ipea estão avançando nisso. Via de regra, as castas são mt protegidas. 🙁
