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Quando o Manchester City foi comprado por bilionários do mundo árabe em 2008, o mercado foi à loucura.

O clube foi atrás de uma grande contratação e acabou levando Robinho de Madri para a Inglaterra.

O que ninguém sabia na época era o que estava por trás...
A realeza de Abu Dhabi buscava novos investimentos para propagar uma boa imagem ao redor do mundo. O futebol foi o meio escolhido.

A Premier League já vinha sendo tomada por magnatas estrangeiros, então despontou como opção ideal.
O Abu Dahbi United Group (ADUG), liderado pelo sheik Mansour, foi atrás do Arsenal, mas entendeu que o clube não estava à venda.

Assim, foram procurar outras opções fora de Londres.
Um clube logo chamou a atenção.

O Mancherster City tinha uma torcida razoavelmente grande, ficava em um dos maiores mercados do Reino Unido, tinha rivalidade com os grandes e jogava em um estádio novinho praticamente doado pelo poder público depois dos Commonwealth Games de 2002
O clube era um caos na gestão do ex-primeiro-ministro da Tailândia, Thaksin Shinawatra, mas na verdade a bagunça vinha de muito antes.

Os torcedores do City carregavam um peso próprio, uma aura de negatividade. Era um povo desacostumado a vencer e muito mau humorado.
Aparentemente, até isso agradou os árabes, que viram a possibilidade real de construir um clube vencedor sem a pressão inerente que vem junto com um United, Arsenal ou Liverpool, por exemplo.

Em 2008, então, chegaram a um acordo.
Havia, porém uma condição.
Para convencer os novos compradores de maneira definitiva, o City precisava fazer uma contratação de peso, mostrando que seria capaz de atrair estrelas mundiais.

Começava então uma busca desesperada. Uma das janelas de transferências mais alucinadas de todos os tempos.
Berbatov estava trocando o Tottenham pelo United, o City tentou se meter no negócio, mas uma intervenção direta de Sir Alex Ferguson garantiu que o atacante fosse para o lado vermelho de Manchester.

Depois de mais algumas propostas, nenhum negócio havia sido fechado...
O tempo estava se esgotando. A janela de transferências estava próxima do fim e os executivos do City trabalhavam incessantemente para garantir a transição para os novos donos - e os investimentos que viriam dali.
Em um determinado momento, um dirigente disse numa videoconferência: "Isso aqui está uma bagunça"

"Bagunça", em inglês, é "messy"

O que aconteceu em seguida?!

Por uma falha de comunicação, o clube acabou fazendo uma proposta de £ 70 milhões por Lionel Messi
Não deu certo, é claro.

Enquanto isso, um outro time inglês tentava tirar o camisa 10 do outro gigante espanhol.

Robinho acertou sua ida ao Chelsea e embarcou para assinar o contrato em Londres no último dia da janela.
"O Robinho já estava viajando de Madri para Londres. Nós conseguimos nos enfiar no meio dos detalhes do voo, colocamos ele em um avião privado e aí os empresários precisaram trabalhar em cima dele”, disse o ex-diretor Garry Cook em entrevista
O Manchester City praticamente sequestrou Robinho, fez uma proposta financeira irrecusável e conseguiu sua super estrela.

O jogador nem foi a Manchester. Assinou o contrato em Londres mesmo. Não dá pra ter certeza se ele sabia exatamente qual clube azul acabava de comprá-lo
Com isso, o ADUG comprou o clube, investiu mais de £ 320 milhões apenas em transferências nos dois primeiros anos e criou um novo gigante no futebol mundial.
Uma dessas contratações foi Yayá Touré. O volante marfinense ficou oito temporadas por lá e foi um dos jogadores mais importantes nessa transição.
Agora surgem notícias de que o marfinense é especulado no Botafogo, que já contratou o Japonês Keisuke Honda.

Não há dúvidas de que Touré é um craque e seria incrível vê-lo por aqui, mas seria uma contratação bastante curiosa, ainda mais pela situação financeira frágil do clube.
"Não tem nada concreto para mim e para o nosso setor. Não veio nenhuma estrutura financeira. Não foi algo suficientemente para frente. Acho que a situação do clube é difícil. Tem que ser feito com cuidado, responsabilidade", o vice de finanças do Botafogo disse sobre Touré
Por enquanto, não passa de especulação. Alguém jogando verde para ver se colhe maduro.

No entanto, o Botafogo é, como se sabe, um dos mais ativos na discussão sobre a lei do clube-empresa e alimenta esperanças de equacionar suas finanças com a ajuda de investidores.
Será que a Botafogo S/A nasce - ou precisa nascer - com uma demonstração quase surreal de força?

Paralelos históricos sempre são imprecisos. A história nunca se repete igual, mas sempre há ecos.

O Botafogo estaria buscando inspiração no Manchester City?

Só nos resta aguardar
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