O São Paulo precisava em algum momento, depois de tantas trocas descabidas de técnico, apostar em manutenção de trabalho. Ainda é pouco, mas fez. Agora, precisa provar que a defesa ao trabalho de Diniz feita hoje não será da boca pra fora em ocasiões mais críticas.
O discurso alinhado de comissão técnica, elenco e diretoria deveria ser um bom sinal. Mas o clube ficou tão em descrédito nos últimos anos que é natural que tenha gente desconfiando. Meu ponto é que agora há uma evolução e me parece questão de tempo para converter em resultado.
O torcedor médio vai sempre torcer o nariz pra quem prega por mais desempenho do que resultado. Mas acredito que o São Paulo, se seguir o que tem prometido ao bancar Diniz, estará menos dependente do acaso. Há uma rota (e cada um pode gostar ou não do estilo).
Óbvio que o São Paulo precisa, talvez mais do que qualquer clube, de resultados. Mas resultados que sejam fruto de um trabalho consistente, que levem a um título. E isso passa por confiar em um projeto. Quase ninguém mais ganha por acaso.
Ano passado, se ganhasse o Paulistão, seria total acaso. Qual seria o legado? Apostar nos jovens? Talvez, mas só fizeram isso no desespero depois de ver um time pesado e envelhecido fracassar. Não foi nada pensado.
Não que manter o trabalho de Diniz e o modelo de jogo dele sejam garantia de que vai ser campeão. Mas mostra que o clube sabe por onde chegar a um resultado final. Há processos. E falo tudo isso sem ser fã ou defensor do Diniz, que fique registrado.
Ah, mas e os gols perdidos? Vejo como fruto da falta de confiança e da pressão que o São Paulo carrega há anos. Agora, diferente de outros momentos, também vejo que uma hora vai deslanchar. Se vai ser suficiente pra grandes conquistas é outro papo e seria incerto com qualquer um.
Diretoria faz um monte de trapalhadas há anos, só conseguiu acertar na base da tentativa e erro e arrisca tudo quando deixa salário atrasar ou não identifica carências no elenco. E os jogadores, alguns muito bons, precisam entregar mais. Diniz, hoje, é "inocente" a meu ver.
