Conversei com especialistas em saúde pública para entender o que o governo americano fez para conter o coronavírus. A resposta: a administração de Trump diminuiu as chances de contê-lo 👇👇👇 www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/03/…
Desde sua posse, Trump tem desmontado o aparato de segurança que poderia ter desacelerado a epidemia nos EUA. Cientistas têm também deixado o governo, que faz pouco caso da ciência.
Obama tinha criado uma equipe de emergência na Casa Branca depois da crise do ebola, por exemplo. Trump eliminou o time em 2018.
Mais de 1.600 cientistas deixaram agências do governo nos dois primeiros anos do mandato de Trump. Entre eles, especialistas que poderiam ter ajudado a conter o vírus.
Um dos meus entrevistados disse que o governo foi pego de surpresa. Mas em 2005 ele já tinha escrito um artigo alertando para a possibilidade de uma epidemia como esta. Sim, há 15 anos — e ainda houve surpresa.
Trump também repetidamente fez pouco caso do risco (como Bolsonaro, que chamou o vírus de “fantasia”). Analistas aqui dizem que isso contribuiu para que pessoas se expusessem ao vírus ainda mais.
Dito tudo isso, uma professora do Texas avisou: pandemias são velozes em contradizer as mentiras espalhadas por políticos. Com mais casos e mortes, a população vai cobrar o governo. Há uma eleição presidencial em novembro aqui.
“Agiram como se o coronavírus fosse um oponente político que pode ser atacado, constrangido e silenciado”, me disse um especialista americano. “Mas o vírus não está preocupado com Twitter ou com entrevistas coletivas.”
