1- Há três curvas para amortecer. A primeira é da epidemia. A segunda é a da recessão. A terceira é a da instabilidade política que vai resultar disso tudo. As três exigem que medidas comecem a ser tomadas agora.
2- Achatar as três curvas tem preço, não sai grátis. Portanto, é melhor começar logo a planejar onde será preciso gastar. O fato é que o Brasil não levou a sério e está ficando atrasado demais para agir....
3. Contratar gente. A epidemia deve durar e o sistema de saúde ser facilmente sobrecarregado. É preciso aumentar a contratação temporária de pessoal em saúde, além de mudar marcos legais, como o de telesaúde. Contratação ajuda inclusive no combate à recessão.
4. Expandir assistência. Imediatamente, dá pra fazer algo que cobre 1/3 da população e cabe bem no orçamento. Mas a @bollemdb está correta no que tem dito, isso é só o começo, provavelmente vai precisar mais.
5. Não é Disney. A crise já está posta e a confiança já era. Dólar a 5 não são empregadas domésticas comprando para ir a Disney. Os parâmetros mudaram e a política econômica tem que mudar junto. Construir confiança agora é mostrar que a recessão vai ser enfrentada com seriedade.
6. Cobrir dívida. Quanto do PIB vale gastar para evitar 1% de crescimento, acumulado para sempre? Enfrentar tudo vai custar dinheiro = dívida. Cobrir dívida = cedo ou tarde, elevar tributos. Não é o fim do mundo, e certamente melhor que recessão.
7. Tributos. Vamos parar com isso de "tributos estrangulam a economia". Tributar transferência de dividendos e lucros para pessoas, por exemplo, induz reter lucros na empresa para reinvestimento, pode ser um estímulo à economia, o contrário do que se diz.
Há tributos melhores e piores. Progressivos, como Imposto de Renda, são melhores para aumentar a arrecadação. Afetam menos a economia que os demais. Especialmente se o aumento for via redução de isenções tributárias aos mais ricos.
8. Só no IR PF as isenções a planos de saúde equivalem a 13 bilhões de reais, meio Bolsa-família gasto com menos de 7% da população. Juntanto IR PJ e outras isenções relacionadas à saúde, deve passar um pouco de 20 bilhões. Daria para aumentar o Bolsa para 1/3 da população.
9. Isso sem contar a mudança na tributação suavizada para investimentos de aplicações e a o grande montante de dinheiro da isenção de tributos sobre lucros na Pessoa Física. e último.
Falta dinheiro agora, mas há de onde tirar no futuro para pagar o que for usado na crise.
Falta dinheiro agora, mas há de onde tirar no futuro para pagar o que for usado na crise.
10 e último. O que está em jogo é mais do que uma gripe forte. É um projeto de nação, a escolha por quem deve sofrer para que alguém possa ganhar.
Aqui a Monica de Bolle argumentando que é preciso mais:
