O governo acabou. Agora é apenas questão de tempo. Essa é a boa notícia. A má notícia é que perderemos muitas vidas pela irresponsabilidade do presidente. (segue)
No pronunciamento o presidente dobrou a aposta na estratégia suicida de minimizar a letalidade do vírus, defender a saída milagrosa da cloroquina e priorizar a atividade econômica sobre a proteção à vida. (2)
Não há a menor chance da estratégia vingar. No final do próximo mês, quando a curva acelerar e tivermos centenas ou milhares de mortos e uma população em confinamento há várias semanas, sua popularidade vai cair a um nível tão ou mais baixo do que a de Dilma ou Temer. (3)
A pesquisa do Datafolha sobre o Brasil e a do Ibope sobre São Paulo mostram que a população compreende e apoia as medidas sanitárias e está cada vez mais irritada com a irresponsabilidade do presidente. Imagine dentro de um mês. (4)
A questão é como nos livramos desse presidente. Podemos tentar a traumática, desgastada e demorada saída do impeachment, optar pela heterodoxa saída do afastamento por insanidade mental ou torcer por uma improvável renúncia ou afastamento médico.
