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Fio | Você sabe o que foi o Holocausto Brasileiro?

O Hospital Colônia, em Barbacena/MG, foi responsável pela morte de 60 mil pacientes, dos quais 70% sequer foram diagnosticados com doenças mentais.
Todas as fotografias aqui usadas são do fotógrafo Luiz Alfredo, de 1961.
A origem da expressão “trem de doido”, que hoje tem conotação positiva em Minas Gerais, tem origem na primeira metade do século passado, quando trens de todas as partes do Brasil chegavam a Barbacena.

Eles levavam, em grandes vagões de carga, os pacientes do Hospital Colônia,
instituição responsável pela morte de cerca de 60 mil pessoas.

À época em que houve o maior número de mortes, entre os anos 1960 e 1970, a situação do hospital ganhou o apelido de “Holocausto Brasileiro”.
Fundado em 1903, com capacidade para 200 leitos, a instituição começou a inchar em 1930 e atingiu o status de maior hospício do país durante o Estado Novo.

Àquela altura, a clínica e a medicina não eram preocupações para a administração do hospital. Para o Colônia, eram enviadas
“pessoas não agradáveis” como adversários políticos, prostitutas, homossexuais, mendigos, pessoas sem documentos e todo tipo de párias sociais. Estima-se que 70% dos pacientes não tinham diagnóstico de doença mental.

Pelo menos 60 mil pessoas morreram entre os muros da Colônia.
Em sua maioria, elas eram internadas à força. Nos períodos de maior lotação, 16 pessoas morriam a cada dia, vítimas de inanição e do eletrochoque. Ao morrer, davam lucro, pois seus corpos eram vendidos às faculdades de medicina.

Foram 1.853 corpos vendidos para 17 faculdades...
de medicina até o início dos anos 1980. Quando houve excesso de cadáveres e o mercado encolheu, os corpos foram decompostos em ácido, no pátio da Colônia, diante dos pacientes, e suas ossadas foram comercializadas”.
Luiz Alfredo, o fotógrafo tinha apenas 21 anos quando viu esse horror. Ele conta que a reportagem n’O Cruzeiro repercutiu, mas não foi forte o suficiente para mudar a situação, que só ganhou contornos mais humanos depois de 1980.

A casa funciona até hoje sob a administração da
Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG) e conta com 160 pacientes daquela época. Em 1996, em memória às vitimas do Colônia, foi inaugurado o Museu da Loucura, no núcleo do hospital. #FotosDeFatos
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