Há quem acredite, há quem discorde. Fato é que o Flamengo foi lá e venceu, mesmo sem jogar. Aliás, mesmo em um jogo pouco jogado. Uma exibição fraca e cheia de erros, mas suficiente para garantir três pontos importantíssimos.
Mas clássico se joga? Se vence? O excelente @csguimaraes escreveu na semana passada sobre essa frase. O texto é sobre o Gre-Nal, mas vale para Flamengo x Vasco também.
Criou-se no Brasil uma falsa dicotomia entre jogar bem e vencer. Como se escolha fosse jogar bem OU vencer. Na verdade, é jogar bem PARA vencer.
O caminho mais curto para a vitória é jogar bem. Por isso, clássico se vence E se joga.
O Flamengo venceu, APESAR de não ter jogado bem. Nada bem. Foram muitos erros, muita confusão... Tecnicamente, um dia muito ruim. Fisicamente, o time parece ter sentido no segundo tempo (o que é uma preocupação grande para a insana agenda dos próximos dias).
O Vasco também foi mal. Achou um gol aos 9 minutos e apenas se defendeu depois.
Tentou esfriar o jogo, mesmo faltando 80 minutos, mas não conseguiu nem prender a bola. O time cruzmaltino só teve seis posses de bola mais longas do que 30 segundos.
O Flamengo teve 22 posses de bola maiores do que 30 segundos ao longo do jogo.
Perdendo desde o início, atacou pacientemente. Teve dificuldade de entrar na defesa e esbarrou em um dia pouco inspirado dos jogadores de frente, mas pelo menos não se desesperou.
Depois de virar o placar aos 25 do segundo tempo, também passou a tentar esfriar. Mas só conseguiu ficar com a bola DUAS vezes por mais de 30 segundos. Nenhuma nos 15 minutos finais. Começou a errar demais, aceitou a pressão e sofreu mais do que deveria.
De fato, o jogo do Flamengo não funcionou como o esperado. Ainda sem Everton Ribeiro e Arrascaeta, a ideia era similar à do jogo contra o Sport: Gerson era um armador pela direita, Diego era um meia centralizado e Bruno Henrique atacava como um ponta pela esquerda.
Mas os mecanismos criados para jogar em cada um dos lados era diferente. Contra o Sport, o lado esquerdo funcionava assim: Filipe Luís arrastava a marcação para dentro com o intuito de deixar Bruno Henrique no mano-mano, recebendo de frente.
O futebol não é sobre fazer a bola chegar seu melhor jogador, mas sobre como e quando ela vai chegar.
Encontrar BH de costas, com a marcação apertada, é uma coisa. De frente, no um-contra-um e sem cobertura, é outra.
O tal jogo de posição reflete muito sobre isso.
Vamos ver, então, todas as vezes em que BH recebeu a bola na ponta esquerda contra o Sport. O padrão fica bem claro.
Três jogadores do Sport podiam chegar na cobertura.
Quando alguém do Flamengo subia por ali, fixando a marcaçãodeles , BH levava perigo. Quando ninguém fixava os marcadores, a marcação dobrava e BH se complicava. Reveja o vídeo…
Agora vejamos todas as vezes que ele recebeu a bola na ponta esquerda contra o Vasco. Especialmente no primeiro tempo, se vê muitas vezes Filipe Luís e BH no mesmo corredor e algumas tentativas de bola longa nas costas da defesa.
No segundo tempo, aparece um padrão mais parecido com o do jogo anterior. Mas o gol sai justamente em um lançamento nas costas, como aqueles do primeiro tempo, uma jogada combinada para esse jogo.
Do lado direito, no entanto, o mecanismo era completamente diferente...
Como Gerson é um armador, a ideia era usá-lo para arrastar a marcação para dentro, abrindo o corredor para a passagem do lateral por fora.
Contra o Sport, foi assim que o Flamengo levou perigo. Repare em Isla, sempre explodindo para atacar o espaço.
Mas Isla foi para a seleção e entrou Matheuzinho. Contra o Vasco, o lateral direito foi mais conservador nas ultrapassagens e algumas vezes apareceu atraindo a marcação para dentro, emulando aquela dinâmica do lado esquerdo.
Gerson é diferente de BH, portanto as dinâmicas precisam que ser pensadas para cada um.
Recebendo por fora, sem o apoio explosivo do lateral e/ou de um meia agressivo que ataque a área, dificilmente ele vai criar muito pelo lado.
Contra o Vasco o time ficou confuso. Os padrões não eram claros e não potencializaram os jogadores. Nas poucas vezes que as jogadas encaixaram, o time esbarrou em muitos erros individuais. Foi, no geral, uma noite ruim.
Mas time piorou quando Michael entrou e Gerson foi jogar centralizado.
O jogo virou um fim de pelada, com o Vasco saindo de qualquer maneira e deixando a defesa exposta. O Fla não se defendia com segurança, não prendia a bola e não aproveitava os contra-ataques...
Dado todo o contexto, a maratona, o covid, as lesões, convocações, não-sei-quantos-jogos em não-sei-quantos-dias, o Flamengo vem buscando sobreviver enquanto encontra seus melhores padrões. Ainda oscila.
Essa temporada atípica ainda é completamente imprevisível. Não dá para saber o que vai acontecer ali na frente.
Mas vale lembrar que também oscilou em 2019, mesmo nos bons momentos... Ou ninguém aí assistiu o clássico contra o Botafogo no Engenhão?
A grande notícia do sábado foi a primeira virada de placar na era Domenec. O time já havia sofrido MUITO depois de tomar o primeiro gol em outros jogos (
Ufa! O Flamengo sofreu, mas conseguiu vencer o Goiás no último lance.
Ou melhor… O Flamengo criou, martelou, mas a bola cismou de não entrar até o último lance. Assim é o futebol. O sofrimento foi mais pelo resultado (até o fim) do que pela performance em si.
Vamos à análise!
Antes do apito inicial, havia uma dúvida sobre qual seria o time, uma vez que o Fla está no meio de uma agenda insana. Domenec teve que fazer um exercício de escalação condicional: o time e as substituições planejadas na terça dependiam também do planejamento para quinta.
Isso porque, segundo o próprio Domenec, o pico de desgaste dos jogadores se dá 48h após a partida. Ou seja, provavelmente ele não pensa em repetir (quase) ninguém nos dois jogos.
Talvez contando com a volta dos convocados para quinta, colocou o que tinha de melhor no momento.
Flamengo e Vasco vivem trajetórias inversas no campeonato. Um começou oscilando e vem se afirmando, o outro começou voando e vem caindo. Na verdade, ambos começam a gravitar suas posições "naturais" na tabela.
Não é surpresa para quem vinha prestando atenção nos números…
Logo no início do campeonato, um assunto começou a chamar a atenção: a falta de pontaria do Flamengo vinha incomodando. Mergulhei profundamente no tema para entender onde estava o problema.
De fato, o Flamengo ainda não era completamente dominante (como ainda não é) nos jogos, mas já era um time que ficava bom a bola, conseguia progredir razoavelmente, criava chances, finalizava... A bola simplesmente não entrava. Faltava o toque final.
Subiu na fogueira, mas se mostrou sempre rápido, seguro, tranquilo, eficiente... E o mais importante: testado em vários contextos diferentes e sempre se saindo bem.
Em sua estreia, pegou um contexto muito específico: com o time de garotos, o Flamengo recuou, se fechou e forçou o Palmeiras a forçar o jogo pelo lado.
Jogou pelo lado direito da zaga. Ele e Otávio foram quase impecáveis defendendo a área.
Já contra o IDV no Maracanã, jogou pelo lado esquerdo, ao lado de Noga.
O time que até subia o bloco de marcação, mas não pressionava intensamente. Preparava uma arapuca para contra-atacar mortalmente. Neneca teve que fazer até mais defesas, mas a zaga também foi segura.
Existe empate com gosto de vitória? Sinceramente não sei.
Mas certamente existe jogo com gosto de Flamengo.
O rubro-negro terminou a exaustiva semana das liminares com um sorriso no rosto. Não (apenas) pelo ponto conquistado, mas por um verdadeiro domingo de Flamengo.
Com todos os problemas, o Fla foi a campo um time de garotos.
Alguns completamente desconhecidos de boa parte da torcida. Há quem diga que “o time foi reforçado por quatro jogadores experientes”, mas a verdade é exatamente oposta. Eram sete moleques da base, a maioria estreando.
E o domingo foi todo deles. Entraram em campo contra um grande rival, colocaram a bola no chão e jogaram com toda a calma do mundo. Nada de bicões desesperados, de jogadores intimidados, de movimentações aleatórias… Para a surpresa de todos, o Flamengo jogou como um time.
Pelo jeito, o futebol brasileiro decidiu que vale a pena ter um jogo em que o assunto menos discutido, o que menos importa, é o futebol. O tal jogo jogado. Aquilo que deveria ser o mais importante.
É o que acontece quando fazemos as perguntas erradas...
Pelo jeito, o protocolo atual prevê todo tipo de situação, menos uma: surtos coletivos dentro de um elenco.
Pelo que tem sido dito, não há plano para esses casos, não há diretrizes claras, não há linha de corte, objetividade.
Acontece que estamos lidando com um tipo de problema específico: é um problema encadeado.
Isso significa que cada pessoa só é infectada pela pessoa ao seu lado. Ou seja, os casos não aparecem de maneira uniforme e aleatória por aí.
Quem achou que o vício ia acabar com a vida, errou. Só joguei uma temporada e depois fiquei três meses sem sequer abrir o jogo, mas voltei hoje. Será que agora engrena? Hehehe
Comecei um novo save com o Swansea. O objetivo é usar e abusar das categorias de base e fazer as contratações mais realistas possíveis como meu camarada @GuCarratte ensina. Até agora, pré-temporada perfeita e ótimo início na liga jogando com uma formação pouco usual...
Metade da temporada se foi, chegou o Natal e o Swanseão da massa tá lá, contra tudo e contra todos, desafiando a lógica e as expectativas, firme e forte na zona dos play-offs!