Um dos assuntos dessa semana foi a frase de Toto Wolff, que a equipe não mexia no W11 há bastante tempo. Isso deixou a comunidade em polvorosa e motivou uma série de comentários, alguns impróprios. Por isso, segue a thread...
Um #F1 leva de 10 a 15 meses para ficar pronto, desde o início do projeto até o término da sua fabricação. É um conjunto de aplicação de tecnologia e gestão em altíssimo nivel
Estão diretamente envolvidos de 300 a 500 pessoas entre projeto e construcao. Muitas vezes, em períodos de 24/7. Mas isso é papo para outra thread
No caso da @MercedesAMGF1 , o W11, de acordo com as palavras do Diretor Técnico James Allison, começou a ser concebido 16 meses antes....
Normalmente, as equipes maiores tem um time que trabalha no carro da temporada corrente e outro no carro futuro. E vão trocando informações entre si
Ao longo do desenvolvimento do projeto, são definidas basicamente duas linhas de atuação: as adaptações que devem ser feitas para cada tipo de circuito e os pacotes de melhoria
As adaptações, após do conceito básico ter sido definido, vão variar de acordo com o tipo de pista: pacote para alta velocidade, média, baixa...
Os pacotes de desenvolvimento são gerados quando a especificação final é concluída. E ganha um momento quando o carro começa a ir para a pista e os dados obtidos na fábrica são validados
Além disso, começa a observação do que os outros times estão fazendo. Assim, começa a se ver o que pode ser aproveitado...é a boa e velha cópia
A Mercedes seguiu esse figurino. Mas o W11 nasceu tao bom que não demandou uma grande ação no desenvolvimento. Se perceber, o trabalho foi mais focado em adaptação às mais diversas pistas. Não houve grandes alterações em asas e apêndices
Não quer dizer que o time não desenvolveu o carro. As peças estão lá. Mas simplesmente não viu a necessidade de usar.
No ano passado, aconteceu algo semelhante: a Mercedes não tinha mexido muito e introduziu uma nova suspensão dianteira na Rússia e novos bargeboards em Singapura
Mas este ano há um agravante: Nas mudanças introduzidas para o corte de custos, ficou acertado que o carro de 2020 seria o mesmo para 2021. E seria liberadas algumas áreas para modificações. Os tais "tokens"
Cada equipe tem direito a usar duas janelas de desenvolvimento. O @smilani80 abordou isso em coluna de 05/06
Diante disso, a atualização passou a ser um jogo de xadrez. Junte isso aí fato de que este ano ainda poderá se ter alguma liberdade para usar túnel de vento e computadores...
Para o próximo ano, a Mercedes terá menos 10% do limite estabelecido, de 60 horas semanais. Como o foco já será 2022, nada mais justo que usar para ajustar 2021 agora...
Pelo cronograma, o W11B já deve estar em fase final de desenvolvimento. O grande foco deve estar na compensação da perda de 10% de carga com a redução da área do assoalho para que a Pirelli não tenha que mexer muito nos pneus...
Isso influência todo o pacote. Junte isso às limitações citadas, você entende o porque da Mercedes não dar tanta atenção ao W11.Mas ele está sendo monitorado. Não tenha dúvida que há margem para uso de alguma solução
Só que muita gente repete que o carro estaria "abandonado", o que está longe de ser verdade.Quer um exemplo de carro que quase não foi mexido e foi campeão? Williams FW14B, de 92. Era para ser um modelo provisório. Mas foi tão superior que foi usado o ano todo.
O FW15 foi desenvolvido ao longo do ano, posteriormente adaptado ao novo regulamento e correu em sua versão C em 93 e teve uma versão D em 93/94 para os trabalhos de desenvolvimento da suspensão convencional
Voltando: como 21 deverá ser dedicado ao desenvolvimento do carro de 22 e com as limitações, a Mercedes prioriza agora o W11B. Afinal, os carros não poderão ser muito mexidos ao longo da temporada
Mas ainda há uma atenção. Tudo está sendo monitorado e, se necessário, será usado. Um carro não é tão "abandonado", por pior que seja. Mas algumas coisas são tão jogadas no ar e acabam distorcidas...
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BRAWN GP - A HISTÓRIA
Hoje, completam 11 anos de uma história improvável: a Brawn GP se tornou campeã de construtores e Jenson Button se sagrou campeão do mundo em Interlagos. Vamos tentar contar um pouco aqui...
Vamos voltar a novembro de 2007. Ross Brawn, o todo poderoso diretor tecnico da Ferrari, aceita a proposta da Honda e vai comandar o gabinete técnico da equipe na Inglaterra. A essa altura, a ideia era ficar o trabalho em reestruturar a equipe e focar em 2009
A esta altura, Brawn só tem tempo de revisar ligeiramente o trabalho conduzido por Jorg Zander no RA108, modelo que a equipe disputará a temporada de 2008, tendo como pilotos Jenson Button e Rubens Barrichello
Antonella Bassani e Julia Ayoub passaram para a 2a fase do Girls on Track da FIA. Agora, 8 pilotas voltarão à Paul Ricard em novembro e andarão nós F4. Força meninas!!!
Curioso é ver o nome da Juju Moda, que não estava na lista das 12 primeiras escolhidas...
SOBRE VW NA F1 - O FIO
Mais uma vez se ficou em polvorosa sobre a saida da Honda da #F1 e o nome da VW apareceu como possível substituta como fornecedora. Bora seguir o fio desse rolo...
Se fala na entrada da montadora alemã na categoria desde a década de 90, quando foi estruturado formalmente o departamento de competições. Inicialmente, se falou na Audi, uma das marcas do grupo (+)
A Audi trabalhou em um projeto na categoria. Um motor V10 foi feito e um protótipo. Mas foi escolhido investir no Gr.C, o Audi R8R, que disputou as 24 horas de Le Mans de 99 (+)
Pra tentar simplificar:
- hoje a F1 tem uma Unidade de Potência tecnicamente complexa. Não é qualquer um que faz
- Pra fazer, o investimento é alto. E a aplicabilidade não tem sido muita (A Honda anuncio uo Jazz e a Mercedes o Project One com a tecnologia da F1) (1/n)
- A FIA sabe disso e quis simplificar tudo para entrar junto com o carro novo. Mas as atuais fabricantes barraram por conta do que já haviam gasto e por não querer gastar mais em um motor novo em pouco tempo.
(2/n)
- A solução que a F1 caminha seria a gasolina sintética. Mesmo com a eletrificação crescente, está solução poderia ser viável sem mexer na forma atual. E, em teoria, seria mais ecológica até do que a eletricidade.
Lewis Hamilton teria ganho o #russianGP se não houvesse tomado punição? (fio revisto)
Já havia feito um fio sobre o assunto mais cedo, mas resolvi apagar. Lá vai o dado revisado, com uma projeção de como seria a corrida do Hamilton se não houvesse levado os 10 segundos...
Eis aqui a primeira projeção: Hamilton x Max Verstappen. Lembrando que Hamilton largou de pneus macios e Verstappen saiu de médios. Aqui vai o primeiro quadro, até a parada de Hamilton, que foi antecipada em 9 voltas.
Em seguida, a parada de Hamilton ajustada com a exclusão de 10 segundos das punições. Verstappen ganharia a segunda posição e ficaria nela até a volta 26, na saída de sua parada. Verstappen voltaria 3,6s atrás e tiraria diferença....