BRAWN GP - A HISTÓRIA
Hoje, completam 11 anos de uma história improvável: a Brawn GP se tornou campeã de construtores e Jenson Button se sagrou campeão do mundo em Interlagos. Vamos tentar contar um pouco aqui...
Vamos voltar a novembro de 2007. Ross Brawn, o todo poderoso diretor tecnico da Ferrari, aceita a proposta da Honda e vai comandar o gabinete técnico da equipe na Inglaterra. A essa altura, a ideia era ficar o trabalho em reestruturar a equipe e focar em 2009
A esta altura, Brawn só tem tempo de revisar ligeiramente o trabalho conduzido por Jorg Zander no RA108, modelo que a equipe disputará a temporada de 2008, tendo como pilotos Jenson Button e Rubens Barrichello
O carro se mostrou uma evolução em relação ao seu antecessor, o equivocado RA107. Mas mesmo assim tinha problemas de estabilidade e o Honda V8 não era o melhor do lote. Button e Barrichello não fizeram tempos muito animadores nos testes pré-temporada.
Mas o foco era 2009. E haveria uma mudança grande no regulamento. Visando melhorar a dinâmica de prova, foi acordado que vários apêndices seriam retirados, o aerofólio dianteiro aumentado e o fundo bem revisado....além disso, haveria a introdução do KERS
O KERS era um equipamento que recuperava a energia gerada durante as freadas. O intuito era começar a usar este tipo de sistema para dar mais potência e estudar sua aplicação nos carros de rua. O uso era opcional e quem usasse, poderia ter o carro ligeiramente mais pesado
Para o regulamento técnico, F1 e FIA convocaram os diretores técnicos para ajudar a desenhar esta nova F1. E um deles foi Ross Brawn.
Enquanto isso, a Honda ia sofrendo com o RA108. Os primeiros pontos vieram com Jenson Button em um 6o lugar na Espanha, na 4a prova do ano e após o recebimento do segundo grande pacote de atualizações. Barrichello conseguiu pontuar em Monaco (6o lugar)
A esta altura, a Honda trabalhava na fábrica de Brackley (Inglaterra) e Sakura (Japão) no que viria a ser o RA109. Os japoneses trabalhavam muito na parte mecânica, desenvolvendo câmbio e o KERS e os ingleses iam trabalhando na aerodinamica.
O último alento da equipe foi o terceiro lugar de @rubarrichello em Silverstone, debaixo de um aguaceiro. Por conta dos méritos do brasileiro e de uma boa estratégia de box. Coincidentemente, foi a prova em que o RA108 recebeu sua última grande atualização
O resto do ano foi para ver o que dava para fazer. A cabeça já estava no ano seguinte. Brawn e sua equipe trabalhava gentilmente para o RA109.
Em setembro de 2008, veio a crise americana e uma grande recessão atingiu o mundo. Todos os investimentos iriam ser revistos, mas por enquanto, tudo estava certo. A Honda pensava já no próximo ano e isso passava por uma nova dupla de pilotos
No fim do ano, a equipe foi para Barcelona testar soluções para 2009 e pilotos: Bruno Senna e Lucas de Grassi andaram no RA108. E um acordo parecia encaminhado para que Senna pilotasse pelo time em 2009. Jenson Button seria mantido.
Mas em 5 de dezembro de 2008, veio o aviso: a Honda sairia da #F1 com efeito imediato. A alegação era que a recessão motivada pela crise fazia a categoria um grande fator de custo. Alega-se que o orçamento da Honda batia os US$ 300 milhões.
Alguma coisa precisava ser feita. Afinal, era menos um time e a F1 ficaria com 9 times. Bernie Ecclestone entrou em ação para manter 20 carros no grid na Australia em 29 de março...
Enquanto isso, o trabalho seguia em Brackley para concluir o que seria o RA109. O objetivo era terminar tudo visando deixar a equipe pronta para atuar caso um comprador aparecesse...
E a solução veio: Ross Brawn assumiu o time, pagando formalmente £ 1 libra à Honda pelo controle. Os japoneses ainda garantiram um certo orçamento para que o time corresse. Nascia aí a Brawn GP.
Mas havia um problema: qual motor usar? A Honda não iria fornecer. Aí veio a Mercedes, que cedeu o seu V8 para o time. O acordo foi feito com a anuencia da McLaren. E em 6 de março, o time foi oficialmente anunciado.
Um dos pilotos seria Jenson Button. O segundo posto estava indefinido. Bruno Senna estava apalavrado, mas Brawn queria alguém mais experiente. Barrichello reapareceu na jogada. E foi para Brackley, se posicionando na porta da fábrica com um motorhome.
A pressão deu certo. Barrichello pilotaria para o time nas 4 primeiras etapas. Depois, se veria como fazer. E o time foi para Barcelona para os testes de pré-temporada...
Aí fez-se a luz: o Brawn BGP001 foi apresentado e simplesmente varreu a concorrência. Button e Barrichello falavam como ficaram maravilhados com o comportamento do carro.
Um dos segredos era o famoso difusor duplo: Brawn, Williams e Toyota tiveram uma interpretação diferente do que as regras previam para a posição de 175 mm do difusor e criaram um degrau, o que aumentava a eficiência da peça. As demais equipes chiaram, mas a FIA aprovou
Com isso, a Brawn venceu 6 das 7 provas iniciais. Aí, veio o resto: a Red Bull se desdobrou e fez o difusor soprado enquanto a Brawn praticamente congelou o desenvolvimento, por conta das incertezas do futuro e por olho grande de Ross Brawn...
No fim, a Brawn conseguiu vencer o campeonato e Jenson Button obteve o título. E em 19 de novembro de 2009, foi anunciada a compra do time pela Mercedes...
Um dos assuntos dessa semana foi a frase de Toto Wolff, que a equipe não mexia no W11 há bastante tempo. Isso deixou a comunidade em polvorosa e motivou uma série de comentários, alguns impróprios. Por isso, segue a thread...
Um #F1 leva de 10 a 15 meses para ficar pronto, desde o início do projeto até o término da sua fabricação. É um conjunto de aplicação de tecnologia e gestão em altíssimo nivel
Estão diretamente envolvidos de 300 a 500 pessoas entre projeto e construcao. Muitas vezes, em períodos de 24/7. Mas isso é papo para outra thread
Antonella Bassani e Julia Ayoub passaram para a 2a fase do Girls on Track da FIA. Agora, 8 pilotas voltarão à Paul Ricard em novembro e andarão nós F4. Força meninas!!!
Curioso é ver o nome da Juju Moda, que não estava na lista das 12 primeiras escolhidas...
SOBRE VW NA F1 - O FIO
Mais uma vez se ficou em polvorosa sobre a saida da Honda da #F1 e o nome da VW apareceu como possível substituta como fornecedora. Bora seguir o fio desse rolo...
Se fala na entrada da montadora alemã na categoria desde a década de 90, quando foi estruturado formalmente o departamento de competições. Inicialmente, se falou na Audi, uma das marcas do grupo (+)
A Audi trabalhou em um projeto na categoria. Um motor V10 foi feito e um protótipo. Mas foi escolhido investir no Gr.C, o Audi R8R, que disputou as 24 horas de Le Mans de 99 (+)
Pra tentar simplificar:
- hoje a F1 tem uma Unidade de Potência tecnicamente complexa. Não é qualquer um que faz
- Pra fazer, o investimento é alto. E a aplicabilidade não tem sido muita (A Honda anuncio uo Jazz e a Mercedes o Project One com a tecnologia da F1) (1/n)
- A FIA sabe disso e quis simplificar tudo para entrar junto com o carro novo. Mas as atuais fabricantes barraram por conta do que já haviam gasto e por não querer gastar mais em um motor novo em pouco tempo.
(2/n)
- A solução que a F1 caminha seria a gasolina sintética. Mesmo com a eletrificação crescente, está solução poderia ser viável sem mexer na forma atual. E, em teoria, seria mais ecológica até do que a eletricidade.
Lewis Hamilton teria ganho o #russianGP se não houvesse tomado punição? (fio revisto)
Já havia feito um fio sobre o assunto mais cedo, mas resolvi apagar. Lá vai o dado revisado, com uma projeção de como seria a corrida do Hamilton se não houvesse levado os 10 segundos...
Eis aqui a primeira projeção: Hamilton x Max Verstappen. Lembrando que Hamilton largou de pneus macios e Verstappen saiu de médios. Aqui vai o primeiro quadro, até a parada de Hamilton, que foi antecipada em 9 voltas.
Em seguida, a parada de Hamilton ajustada com a exclusão de 10 segundos das punições. Verstappen ganharia a segunda posição e ficaria nela até a volta 26, na saída de sua parada. Verstappen voltaria 3,6s atrás e tiraria diferença....