O trabalho gera riqueza. Não houve demonstração mais clara disso quando os mercados foram abaixo com a mera ameaça dos trabalhadores serem forçados a ficar em casa. Empresas que dependiam do trabalho presencial e não eram “essenciais” (1/27)
sofreram as maiores dificuldades durante o confinamento. Sem trabalho, sem trabalhadores, não há a tal “riqueza” que a direita diz que é preciso criar para depois poder redistribuir (que eles juram que também querem, mas eu confiava mais se houvesse assim um limite (2/27)
claro. É a partir dos 30k per capita? 40k? 50k? Quando é que se começa a redistribuir riqueza?). A resposta automática é “Ah, mas às vezes o patrão trabalha mais que os trabalhadores!” e “e as empresas unipessoais?” e ainda “e se eu encontrar petróleo no chão? E outras (3/27)
Espoletado pela polémica recente sobre direito à informação vs. direito à recompensa pelo trabalho em relação à partilha de artigos sob paywall, vou tentar sintetizar aqui uma proposta para salvar o jornalismo em Portugal.
Começa o fio
1/21 (sorry!)
Qualquer proposta teria de assentar em quatro premissas:
1) Todas as sociedades precisam de acesso a informação de qualidade para funcionar. A informação sobre a Covid durante uma pandemia é um bom exemplo. A informação sobre a extrema-direita também.
2/21
2) O mercado cria incentivos perversos que são contrários à função do jornalismo (consolidação de média, sensacionalismo, Nónio, foco em espaços de opinião, paywalls, publicidade disfarçada de notícia, precarização dos jornalistas).
Então estamos nisto, né, o esgoto a céu aberto do fascismo. Nível de argumentação infantil, só faltou dizer “se uma pessoa roxa mata uma pessoa às bolinhas é racismo?”
É inteiramente possível um homicídio entre pessoa de grupos étnicos diferentes não ser motivado por ódio racial. As declarações repetidas do homicida de Bruno Candé deixam pouco espaço à imaginação. Era preciso que fosse um antifa infiltrado a querer dar mau nome aos brancos. 🙄
Lá estou eu a dar-lhes ideias. Mas eles identificam-se e empatizam (e imaginam-se) demasiado com ele para essa teoria da conspiração. Mesmo que não houvesse óbvio preconceito do homicida, não se pode remover o contexto social. Mesmo que possa haver minorias com sentimentos +
Hoje há primárias em Nova Iorque e no Kentucky. Particularmente relevantes:
🚫 Kentucky fechou 95% dos locais de voto (de 3700 para 170), o que vai causar problemas de supressão de voto e filas.
⚔️Amy McGrath e Charles Booker enfrentam-se para decidir quem vai ao Senado
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🐢 O vencedor enfrentará uma batalha difícil contra o líder da maioria do senado republicano, Mitch McConnell. Normalmente seria visto como quase impossível, mas com uma nova “onda azul” os democratas têm esperança.
📈As sondagens metem ambos os candidatos de 1 a 20% de Mitch.🤷🏻♂️
💂🏻McGrath, uma ex-militar moderada é a candidata de Schumer e Pelosi, o establishment democrata, enquanto que Booker representa a ala progressista com endossamentos de Bernie, Warren e AOC.
🧬Booker apoia Medicare For All e o Green New Deal. McGrath não.
By the way, não acho que “acha que Portugal é racista?” seja uma pergunta fácil. É, de facto, uma boa armadilha política para dividir as pessoas que têm opiniões fortes sobre o que uma construção política abstrata (o país) ou geográfica concreta (as suas fronteiras) ou uma (1/20)
população inteira não homogénea “sente”. A exigência de uma resposta binária (ou Portugal é 100% racista ou 0% racista) como cada lado exige é absurda. Temos pessoas não-racistas, como temos racistas convictos como temos racistas casuais que defendem o blackface. Estas (2/20)
pessoas não sentem o mesmo e mesmo muitos dos convictos não se vêem como racistas porque sabem do tabu social (racismo = mau). No entanto podemos medir efeitos (mal em Portugal devido à color blindeness exigida pelos censos) de racismo e sondar pessoas pelas suas (3/20)
Parte de como o capitalismo funciona é a criação de necessidade constante. Quem tem pouco, necessita para sobreviver e aceitará trabalhar por pouco. A quem tem algum farão sentir que nunca chegará. Quantos de nós estarão confortáveis no mês seguinte se ficarmos sem salário (1/15)
subitamente? E a quem tem muito, igual. Uma empresa manter o seu sucesso e nível de receitas de ano para ano é visto como um falhanço. Para os que têm accionistas então, há a pressão para “cortar gorduras” se as receitas não aumentarem, para haver mais (2/15)
dividendos para distribuir. Vimos isso nos CTT e em dezenas de outras grandes empresas em Portugal. O capital exige retorno, cada vez mais retorno. Isso põe-nos em competição artificial uns com os outros. Artificial porquê? Porque vivemos já numa situação de abundância. (3/15)