O que me entristece mais no caso do João Alberto (além da brutalidade) é como seria mais “natural” se ele fosse baleado pelos seguranças do Carrefour. Aí seria “mais um” negro assassinado no Brasil. Nos vemos no direito de julgar e sentenciar negros diariamente sem sistema penal.
A violência foi chocante e revoltante como deveria ser. Mas não nos chocamos com muito mais que é feito sistematicamente contra negros todo dia. A resposta muitas vezes é o julgamento a posteriori: “alguma coisa fez pra merecer”. Sendo que nem temos pena de morte para brancos.
Curioso que não falei “foi uma morte por racismo”. Comentei como essa violência é mais aceita quando acontece dentro de um contexto racista. E já correram pra deixar claro que não tem racismo.
Se negros se sentem ofendidos, oprimidos ou acuados com esse tipo de violência, como não reconhecer que nossa sociedade tem esse problema generalizado? Independente dessa situação pontual?
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Essa é a vacina com um pedaço do SARS-2 dentro de outro vírus, o adenovírus, modificado pra não causar doença em humanos. Até aqui, analisaram 131 casos de infecção e viram que um regime de duas doses iguais deu 62% de eficácia e outro com meia dose + uma dose deu 90%.
Normal testarem várias regimes se têm voluntários suficientes. Vão refinar mais isso, pq o teste continua rolando.
Viram que o regime mais eficaz tem uma dose inicial menor, que provavelmente desperta menos inflamação e deixa o sistema imune refinar o ataque com a segunda dose.
As duas vacinas de RNA saíram na frente. Não acho coincidência, acho que é o começo de uma "revolução" na forma como fazemos vacinas. Comento sobre isso na coluna da @folha de hoje: www1.folha.uol.com.br/colunas/atila-…
Para quem quiser conhecer a história do desenvolvimento dessa vacina da Pfizer dentro da BioNTech, tem de tudo. De um casal turco imigrante ao desenvolvimento de vacinas contra o câncer – que com certeza vai dar passos largos agora.
Já quem ler sobre a Moderna, vai descobrir uma startup que dependeu de muito investimento até dar resultados. E que começou adiantada por conta de pesquisa básica com a MERS. Ciência empilhada em mais ciência.
Além do RNA, que é a informação que o corpo usa pra fazer as proteínas do vírus que o sistema imune ataca, a vacina precisa de lipídeos (gordura) pra carregar esse RNA pra dentro da célula. A diferença pode estar na composição que cada uma usa. ft.com/content/74e415…
No caso da Moderna, eles já estavam testando a vacina em temperaturas mais altas e viram que ela ainda é viável. A BioNTech/Pfizer ainda não testou. Pode ser que também seja viável em temperaturas mais altas, agora que viram que ela é eficaz, devem testar.
Juntando outra resposta aqui, produzir essas vacinas em outros polos é uma questão da tecnologia envolvida. Vírus atenuado, como na CoronaVac, é uma tecnologia mais tradicional que o Brasil tem condições de fazer na FioCruz ou no Butantan.
Duas ótimas notícias, com um potencial enorme. A Moderna, que testa outra vacina de RNA, anunciou resultados preliminares com 94% de eficácia.
Com esse tipo de resultado, o gasto com refrigeração e transporte desse tipo de vacina começa a valer. Segue fio. nytimes.com/2020/11/16/hea…
Ainda são resultados preliminares e podem mudar, como é o caso da vacina da Pfizer, também de RNA. Mas todos os testes clínicos foram feitos pra dar resultado precoce se funcionarem muito bem. E parece coincidência demais as duas candidatas de RNA serem as primeiras a dar certo.
Se for o caso de o novo coronavírus (SARS-2) ser mais imunogênico (despertar mais resposta imune), veremos esse mesmo tipo de eficácia nas outras candidatas, com outros métodos como vírus inativado (CoronaVac) ou vetor (AstraZeneca/Oxford).
O pessoal que analisa o SIVEP-Gripe, como o @marfcg vem alertando constantemente sobre tendências de alta em várias cidades, apesar do sistema ter saído do ar. E apesar da falta de testes forçar de novo a volta de Síndrome Respiratória Aguda Grave.
Ou seja, sem testes como o país tem feito sempre, não temos como ver um aumento de casos óbvio em todas as cidades. E somos obrigados a usar métricas indiretas, como SRAG ou internações hospitalares. E essas têm aumentado muito. São Paulo, por exemplo
Olha a reversão em hospitais privados. A situação estava melhorando, até que parou de melhorar e piorou. Só que hospitais particulares fazem mais testes e pessoas com mais dinheiro circulam mais. Esses são os primeiros sinais, como foi no começo do ano.
Cidade do Texas contrata caminhões refrigerados porque necrotério está lotando com a COVID. É o começo do ano em câmera lenta. É o que nos aguarda. reuters.com/article/us-hea…