Essa é a vacina com um pedaço do SARS-2 dentro de outro vírus, o adenovírus, modificado pra não causar doença em humanos. Até aqui, analisaram 131 casos de infecção e viram que um regime de duas doses iguais deu 62% de eficácia e outro com meia dose + uma dose deu 90%.
Normal testarem várias regimes se têm voluntários suficientes. Vão refinar mais isso, pq o teste continua rolando.
Viram que o regime mais eficaz tem uma dose inicial menor, que provavelmente desperta menos inflamação e deixa o sistema imune refinar o ataque com a segunda dose.
Mesmo na eficácia combinada, de 70%, ainda teríamos uma proteção suficiente para compensar produzir e distribuir. Como os testes continuam, devem encontrar os regimes de doses mais eficientes e eficazes, que viabilizam mais doses, como as outras fabricantes tb tão fazendo.
São dois avanços juntos uma eficácia tão alta. O primeiro, que acho o mais importante, é mostrar que mesmo com outra estratégia (Moderna e Pfizer são de RNA) se tem tanta eficácia. Isso é um sinal de que o vírus desperta boa imunidade e mais vacinas devem ser protetoras.
Outro avanço é que, de cara, essa vacina é bem mais prática de produzir, transportar e armazenar. Ela usaria a infra padrão de produção e armazenamento que institutos e postos de saúde têm. Essencial pra termos vacinação mas rápida.
Temos acordo com a AstraZeneca de fornecimento de 100 milhões de doses ano que vem. Seriam 15 milhões de doses por mês de janeiro a julho. Quem faria parte delas é a @fiocruz. O que permite vacinar 50 milhões de brasileiros em 2021. exame.com/ciencia/astraz…
Espero que cheguem em um acordo que permita a fabricação de mais doses. Se dobrarmos essa produção em 2021, em 2022 estaríamos chegando em mais de 50% da população vacinada, o que somado aos "curados" começa a proteção.
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O que me entristece mais no caso do João Alberto (além da brutalidade) é como seria mais “natural” se ele fosse baleado pelos seguranças do Carrefour. Aí seria “mais um” negro assassinado no Brasil. Nos vemos no direito de julgar e sentenciar negros diariamente sem sistema penal.
A violência foi chocante e revoltante como deveria ser. Mas não nos chocamos com muito mais que é feito sistematicamente contra negros todo dia. A resposta muitas vezes é o julgamento a posteriori: “alguma coisa fez pra merecer”. Sendo que nem temos pena de morte para brancos.
Curioso que não falei “foi uma morte por racismo”. Comentei como essa violência é mais aceita quando acontece dentro de um contexto racista. E já correram pra deixar claro que não tem racismo.
As duas vacinas de RNA saíram na frente. Não acho coincidência, acho que é o começo de uma "revolução" na forma como fazemos vacinas. Comento sobre isso na coluna da @folha de hoje: www1.folha.uol.com.br/colunas/atila-…
Para quem quiser conhecer a história do desenvolvimento dessa vacina da Pfizer dentro da BioNTech, tem de tudo. De um casal turco imigrante ao desenvolvimento de vacinas contra o câncer – que com certeza vai dar passos largos agora.
Já quem ler sobre a Moderna, vai descobrir uma startup que dependeu de muito investimento até dar resultados. E que começou adiantada por conta de pesquisa básica com a MERS. Ciência empilhada em mais ciência.
Além do RNA, que é a informação que o corpo usa pra fazer as proteínas do vírus que o sistema imune ataca, a vacina precisa de lipídeos (gordura) pra carregar esse RNA pra dentro da célula. A diferença pode estar na composição que cada uma usa. ft.com/content/74e415…
No caso da Moderna, eles já estavam testando a vacina em temperaturas mais altas e viram que ela ainda é viável. A BioNTech/Pfizer ainda não testou. Pode ser que também seja viável em temperaturas mais altas, agora que viram que ela é eficaz, devem testar.
Juntando outra resposta aqui, produzir essas vacinas em outros polos é uma questão da tecnologia envolvida. Vírus atenuado, como na CoronaVac, é uma tecnologia mais tradicional que o Brasil tem condições de fazer na FioCruz ou no Butantan.
Duas ótimas notícias, com um potencial enorme. A Moderna, que testa outra vacina de RNA, anunciou resultados preliminares com 94% de eficácia.
Com esse tipo de resultado, o gasto com refrigeração e transporte desse tipo de vacina começa a valer. Segue fio. nytimes.com/2020/11/16/hea…
Ainda são resultados preliminares e podem mudar, como é o caso da vacina da Pfizer, também de RNA. Mas todos os testes clínicos foram feitos pra dar resultado precoce se funcionarem muito bem. E parece coincidência demais as duas candidatas de RNA serem as primeiras a dar certo.
Se for o caso de o novo coronavírus (SARS-2) ser mais imunogênico (despertar mais resposta imune), veremos esse mesmo tipo de eficácia nas outras candidatas, com outros métodos como vírus inativado (CoronaVac) ou vetor (AstraZeneca/Oxford).
O pessoal que analisa o SIVEP-Gripe, como o @marfcg vem alertando constantemente sobre tendências de alta em várias cidades, apesar do sistema ter saído do ar. E apesar da falta de testes forçar de novo a volta de Síndrome Respiratória Aguda Grave.
Ou seja, sem testes como o país tem feito sempre, não temos como ver um aumento de casos óbvio em todas as cidades. E somos obrigados a usar métricas indiretas, como SRAG ou internações hospitalares. E essas têm aumentado muito. São Paulo, por exemplo
Olha a reversão em hospitais privados. A situação estava melhorando, até que parou de melhorar e piorou. Só que hospitais particulares fazem mais testes e pessoas com mais dinheiro circulam mais. Esses são os primeiros sinais, como foi no começo do ano.
Cidade do Texas contrata caminhões refrigerados porque necrotério está lotando com a COVID. É o começo do ano em câmera lenta. É o que nos aguarda. reuters.com/article/us-hea…