A grande mídia vai morrer abraçada ao PSDB, não tem jeito. Repetem que o PT foi o 2o maior derrotado nas urnas desta eleição, depois de Bolsonaro. Dória é apontado como candidato natural à Presidência, por ser o Governador de São Paulo. Os dados contradizem essa leitura (segue).
O PT perdeu 71 prefeituras, cerca de 39%; o PSDB perdeu 264, o equivalente a 60%. Perdeu, proporcionalmente, 50% mais prefeituras que o PT. pt.wikipedia.org/wiki/Eleições_…
Ah, mas ganhou em SP. E daí? O último prefeito a se tornar Presidente foi... Washington Luis em 1926. Tem um tempinho, né? (Jânio foi Prefeito depois de ser Presidente).
O último Governador de SP a se tornar Presidente foi o Jânio, em 1961. Há 60 anos, portanto.
Aliás, o último Presidente a ter sido Governador ou Prefeito antes da presidência foi o Itamar Franco, após o impeachment de Collor, último Presidente eleito que tinha sido Governador ou Prefeito anteriormente (no caso, de Alagoas). Collor assumiu em 1990, há 30 anos.
Política sempre foi sobre narrativas; a importância do PSDB e sua vocação natural a pleitear a Presidência não tem amparo nem nas últimas eleições, muito menos na história recente do país. É uma construção interessada de narrativa, e não uma análise empírica ou histórica.
ERRATA importante: li mal a tabela, como me advertiram. PT perdeu 71, ficando com 183 prefeituras; PSDB perdeu 265, ficando com 520. Isso dá uma perda proporcional ao PT de 28% e ao PSDB de 34%. O delta é bem menor, mas não muda que perdeu mais que o PT. Obrigado @luizfustaino!
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Sem dúvida, o maior derrotado foi o bolsonarismo. Dos 13 candidatos a prefeito apoiados pelo PR, só 2 foram eleitos no 1o T e os 2 q foram para o 2o T perderam (Rio e Fortaleza). Foram eleitos com seu apoio os prefeitos de Ipatinga (46 mil votos) e Parnaíba/PI (52 mil votos).
Difícil comparar com Lula, já que Bolsonaro espertamente deixou morrer a Aliança e não abraçou nenhuma legenda, justamente para que hoje ficasse difícil medir sua derrota.
Pode haver crime na decisão da ANVISA de suspender a pesquisa da vacina Sinovac? Segue o fio. Spoiler: sim.
Premissa: não estou afirmando que a decisão extrapola as finalidades do ato administrativo. Estou apenas discutindo quais seriam as consequências CASO isso tenha acontecido.
O Estado pode muito, mas não pode tudo. O ato administrativo (como a decisão da ANVISA) tem como requisito atender a uma finalidade; quando serve a "satisfazer finalidade alheia à natureza do ato utilizado", fala-se em desvio de poder (cf. Celso Antônio Bandeira de Mello).
Eleições em São Paulo. Por que vou de @GuilhermeBoulos. Covas está no segundo turno. Com quem? Russomano, Boulos ou França. Continuo na toada de que é importante derrotar o fascismo. O primeiro passo é não ter Russomano no segundo turno.
@GuilhermeBoulos é quem tem mais chances e, de quebra, é vocal contra Bolsonaro, que não é o caso do Márcio França. Para vereadora, vou de @quilomboperifa (50020), chapa coletiva de lideranças negras na periferia de São Paulo.
Política é, no mais das vezes, a escolha do menos pior. Contra a dobradinha bolsodória, votei em França para governador.
Rápidos comentários ao caso Mariana Ferrer ou lição prática sobre a cultura do estupro. (segue o fio).
Estupro é a prática de ato libidinoso (ato típico de satisfação sexual) por meio de violência ou grave ameaça, cf. o art. 213 do CP, e recebe pena de reclusão de 6 a 10 anos.
Variação mais grave é o estupro de alguém particularmente vulnerável, seja pela idade (menor de 14 anos), seja pela incapacidade, permanente ou momentânea, de consentir com o ato sexual (a exemplo daquele profundamente embriagado). Nesses casos, a violência é presumida.
Houve crime de racismo na seleção do @magazineluiza? Spoiler: não. Segue o fio.
É verdade que a Lei n. 7716/89 criou o seguinte tipo penal
Alguém está obstando a contratação de brancos? Não. Entre as várias seleções do @magazineluiza, essa foi dedicada a candidatos negros. Poderia ter sido para indígenas ou trans.
É tentadora a lógica do direito individual a escolher a tomar vacina ou não, já que "eu escolho o que é melhor para a minha saúde". Mas o direito de escolher usar cinto de segurança? E o de construir minha casa do jeito que eu quiser? E o dar bebida alcóolica ao meu filho menor?
O livrinho de 1988 estabelece uma série de direitos sociais, que têm uma condição curiosa: para que eu tenha acesso a esses direitos, é preciso que você o respeite, e vice-versa. Assim, para que eu tenha segurança no trânsito, você temos que usar cinto. E vice-versa.