A inflação vai bombar em 2021 e, a bem da verdade, o processo de alto de preços tardou a acontecer, por vários fatores. Entenda (1/7):
O Brasil possui aluguéis e grandes tarifas de serviços essenciais, como energia, atrelados a chamada correção monetária, isto é, à compensação pela inflação registrada em um ano, calculada em geral por um índice ligado a produtos que variam bastante pelo dólar (2/7).
Ao contrário de um país sério, o Brasil vários índices de inflação. O oficial, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), não é utilizado para a aberrativa "correção monetária", algo que fazia sentido na época da hiperinflação, mas não hoje (3/7).
O que é utilizado são os chamados índices da família IGP, tipo o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) para os aluguéis. Ou seja, a correção monetária acusa a inflação ligada ao câmbio e repõem as perdas para proprietários de imóveis e concessionários de serviços (4/7).
Em resumo, a correção monetária produz mais inflação ainda para gerar proteger os ganhos dos proprietários de imóveis e concessionários de serviços públicos. Essa aberração é o que criou o, aparentemente racional, Plano Real (5/7).
Por várias questões conjunturais e, ainda, propositais o Real perdeu valor em relação ao Dólar. Exportadores ganharam dinheiro e proprietários de imóveis e concessionários logo seriam "recompensados", mas o que Guedes não estava nem aí é para os resultados sistêmicos disso (6/7).
Guedes, inclusive, não está "nem aí" porque sabe que isso gera um mote para voltar a aumentar os juros e, assim, trazer rentistas de volta à renda fixa, uma vez que manter seus investimentos na Bolsa é um risco. Durma-se com essa barulho (7/7).
P.S.: Guedes banca ser muitas coisas, mas ele é o típico expoente da turma do desbunde e nunca se preocupou em fritar a economia para gerar ganhos de curto prazo para a turma do grande capital. E o resto que se vire. Aguardem 2021.
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