Doria, é claro, mascarou a pandemia de Covid-19 durante as eleições e isso foi bem grave assim como o retorno precipitado ao trabalho e tudo mais, MAS, na questão da vacina ele está certo. Inclusive, as DUAS leis que Bolsonaro sancionou sobre a pandemia autorizam ele (1/5).
A ANVISA É OBRIGADA a autorizar a vacina que venha a ser importada: "§ 7º-A. A autorização de que trata o inciso VIII do caput deste artigo deverá ser concedida pela Anvisa em até 72 (setenta e duas) horas após a submissão do pedido à Agência, (...)" (2/5).
"(...) dispensada a autorização de qualquer outro órgão da administração pública direta ou indireta para os produtos que especifica, sendo concedida automaticamente caso esgotado o prazo sem manifestação" -- se não vier a autorização em 72 horas, ela é desnecessária (3/5).
A questão, lembrando que a Lei 13.979 já foi alterada pela Lei 14.006, é que se houver registro pelas autoridades supremas sobre medicamentos de EUA, Europa, Japão ou CHINA, entramos na seara da Autorização AUTOMÁTICA pela Anvisa (Art. 3º, VIII, "a" da Lei 13.979/2020) (4/5).
Ou seja, Bolsonaro está em contradição com o conteúdo de DUAS LEIS QUE ELE PRÓPRIO SANCIONOU (Sendo a segunda para alterar alguns dispositivos da primeira) e pouca gente na imprensa vai lá ler a Lei. Não há polêmica, mas sim crime de responsabilidade de Bolsonaro (5/5).
P.S.: se não é caso de crime de responsabilidade, é caso de interdição. Não existe "polêmica" na questão. Nem à luz da lei mesmo.
Corrigindo, além das duas principais leis sobre o enfretamento da Covid-19, há outras cinco que alteram em parte a lei original, decretos e uma ADPF! Ou seja, é pior do que parece. Para Bolsonaro.
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A inflação vai bombar em 2021 e, a bem da verdade, o processo de alto de preços tardou a acontecer, por vários fatores. Entenda (1/7):
O Brasil possui aluguéis e grandes tarifas de serviços essenciais, como energia, atrelados a chamada correção monetária, isto é, à compensação pela inflação registrada em um ano, calculada em geral por um índice ligado a produtos que variam bastante pelo dólar (2/7).
Ao contrário de um país sério, o Brasil vários índices de inflação. O oficial, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), não é utilizado para a aberrativa "correção monetária", algo que fazia sentido na época da hiperinflação, mas não hoje (3/7).
As eleições parlamentares na Venezuela seriam vencidas pelo governo, então a oposição fez o de sempre nessa situação: boicotou para deslegitimar o pleito. O que deveria ser uns 50% por causa da pandemia de quórum virou 30% (1/7).
Levamdo em consideração o boicote e a pandemia, o comparecimento em 2020 foi maior do que 2005, quando também o ocorreu boicote da Oposição, que registrou 25% de quórum (2/7).
Em 2015, a oposição venceu a disputa com 74% de quórum, mas agiu apenas para derrubar Maduro, gerando uma crise grave que debelou um processo constituinte inconcluso, que serviu para a Assembleia Constituinte travasse a Assembleia Nacional (3/7)
Li o tal texto do Pablo Ortellado acusando Caetano de Stalinismo e isso é risível, não apenas pelo fato em si, uma vez que Caetano nunca defendeu Stalin, como pelo fato de ser...o Caetano, a figura mais não-stalinista do mundo. Isso diz muito sobre Pablo do que sobre Caê (1/5).
Sem querer ser monotemático, mas a gente precisa falar sobre isso: Caetano desembarcou do Liberalismo e falou dos problemas do Liberalismo. Hoje, falar dos crimes do Liberalismo vale à acusação de "stalinista" para qualquer um no Brasil (2/5).
Sintomático, intelectuais liberais acusando o golpe e atacando qualquer um que aponte o quanto a violência liberal não é normal -- e falamos de colonialismo e racismo (3/5).
Quando eu falo que é fundamental localizar o liberalismo no século 19, onde de fato ele nasceu, não é só preciosismo e precisão, mas é o cuidado de impedir que os liberais se apropriem da tradição iluminista como eles fazem para se legitimar (1/7).
Esse erro metodológico se chama "anacronismo"; Na época de Locke sequer havia a palavra liberalismo, mas a questão é que esse erro na verdade atende a uma demanda ideológica e de classe (2/7).
De novo, pela milionésima vez, o Liberalismo não é uma invenção britânica, mas Ibérica: é uma questão da Espanha e Portugal imediatamente posterior às invasões napoleônicas e que tem a ver com (1) não retorno ao absolutismo, mas (2) recolonização das Américas (3/7).
O mais curioso no que diz respeito ao Liberalismo é a própria noção a-histórica, idealista e romântica que muitos liberais têm do seu movimento, o que aparece na forma de uma quimera maniqueísta, onde tudo que é ruim não é liberal e tudo que é bom é. Vamos lá (1/24).
Isso aparece na apresentação do Liberalismo como mito, ora ligado ao Iluminismo, ora retrocedido ao Mundo Antigo, onde toda e qualquer reivindicação por Liberdade é apontada como a presença objetiva de um Liberalismo onipresente (2/24).
Com efeito, não é. O adjetivo liberal, quando se referia às artes liberais tinha outro significado. Em Shakespeare, liberal tem outro significado. O adjetivo ali, contudo, era relativo à ideia mais geral de Liberdade não a uma doutrina chamada Liberalismo (3/24).
O ex-presidente argentino Eduardo Duhalde falou na possibilidade de golpe militar na Argentina até ano que vem. Seria uma ameaça ou um aviso? Eu diria: os dois. Segue o fio (1/13).
Duhalde, "El Cabezón", é um nome histórico do peronismo e participou da "adequação" do Partido Justicialista no pós-Guerra Fria como um partido de centro-direita. Mas ele sempre foi um nome menos radical do que Menem, seu aliado e depois rival interno (2/13).
Quando Duhalde sucede a Menem, este depois de dois mandatos, como candidato justicialista em 1999, é claro que a ala menemista torcia por sua derrota frente ao fraco De la Rua (3/13).