Você viram o abaixo-assinado de mil psiquiatras contra o revogaço nas políticas públicas de saúde mental que o governo Bolsonaro quer fazer com o conluio da Associação Brasileira de Psiquiatria?
Aqui está a prova de que há psiquiatras que não concordam com isso. Segue o cordel.
Apenas alguns dias depois da notícia de que o governo brasileiro quer deletar e reescrever a política de saúde mental que vem sendo construída desde 1991, saiu um manifesto assinado por mil psiquiatras que é contrário à decisão. medium.com/@leipsi/manife…
Apesar da ABP dizer que representa os cerca de 12 mil psiquiatras no Brasil, a entidade tem não mais que cerca de 1/3 desse número. Quando mil psiquiatras se juntam e dizem que não concordam, o argumento corporativista da entidade perde força. www1.folha.uol.com.br/equilibrioesau…
Usar os psiquiatras do Brasil para apoiar ações de um governo ideológico que não sabe sequer planejar a compra de vacina durante uma pandemia se trata, portanto, de uma desculpa esfarrapada. Uma pena que isso esteja sendo divulgado muito discretamente.
É, por isso, importante que você ajude a divulgar o que está acontecendo, já que este governo reage à pressão popular e institucional. É preciso ficar claro que não irão 'passar a boiada' na saúde mental porque estamos de olho - com razão - na vacina.
Em primeiro lugar, a narrativa clássica do bolsonarismo de que a notícia de que queriam mudar as portariasde saúde mental e extinguir serviços eram 'fake news' já cai por terra.
O próprio Ministério da Saúde admite que tinha a intenção de revogar portaria.
Está na proposta:
1. Extinguir o Programa de Volta para Casa, que facilita o retorno de moradores crônicos de hospitais psiquiátricos para a comunidade;
2. Acabar com os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) para tratamento de problemas relacionados ao uso de álcool e drogas;
Mas afinal de contas, o que é que o Governo Bolsonaro está querendo fazer com a rede pública de Atenção à Saúde Mental do Brasil?
Vou explicar nesse cordel porque o que estão tentando fazer não parece ser nada republicano ou democrático. Segue aí pra entender.
Tudo começou com o vazamento de informações sobre uma reunião virtual do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (@CONASSOficial) que aconteceu do dia 3 de dezembro último.
Na pauta da reunião, uma proposta de mudança drástica nas políticas de saúde mental no país.
Em uma apresentação se explicava que, baseado em um documento capitaneado pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e um grupo de trabalho instituído pelo Ministério da Saúde, se pretenderia 'rever a atual política de saúde mental e a RAPS [Rede de Atenção Psicossocial]'.
Hoje a Comissão sobre Narcóticos da ONU, decidiu reclassificar a maconha no documento internacional que norteia a política internacional de drogas, a Convenção Única sobre Entorpecentes, ou Convenção de Viena. O Brasil de Jair Bolsonaro votou contra.
Leia o cordel aí e entenda.
Até hoje, a maconha era classificada na lista IV. Isso significa que ela estava acompanhada da heroína, uma substância sem propriedades terapêuticas e alto risco de uso.
Diante das evidências dos riscos associados e de seu potencial terapêutico, essa classificação era absurda.
Só para se ter uma ideia, a morfina, uma substância também com grande potencial de vício, mas com evidentes propriedades médicas, está classificada em outra lista, a lista I.
O documento tem repercussão para todos os países membros e dificulta o uso terapêutico e científico.
Eu gostaria de dirigir algumas palavras sobre Diego Armando Maradona e seu problema com drogas.
A linha fina deste cordel de tuítes é: “Julgar Maradona por sua dependência química e medi-lo somente pelo estigma”.
Quem me conhece sabe que sou muito pouco afeito ao futebol. Não tenho time, o que me deixa um pouco à parte do universo - majoritariamente masculino e ainda bem homofóbico - de se zoar e ser zoado pelas afiliações futebolísticas.
Mas aí está, a morte de Maradona me faz escrever sobre ele. Nasci em 1972 e não vi Pelé jogar ao vivo em seu auge. Mas Maradona sim, eu vi, pela TV. Vi o dia da forra pelas Malvinas. Vi o gol de mão mais famoso da história. E como sudaca e latinoamericano, vibrei.
TERAPIA COM PSICODÉLICOS: O QUE RESPONDO QUANDO ME PEDEM INDICAÇÕES
Eu recebo muitas solicitações –tanto de quem busca ajuda para tratar transtornos mentais quanto de colegas médicos– sobre como fazer tratamento com psilocibina, ayahuasca ou MDMA. Aqui vai um cordel sobre isso.
Antes de começar:
• Os psicodélicos são poderosos. Seu uso não é inócuo. Nem todos podem usá-los.
• Este cordel não tem a intenção de incentivar qualquer pessoa a fazer 'automedicação' com psicodélicos.
• Informe-se. Não dá para esclarecer completamente um tema via Twitter.
Tem sido divulgado na imprensa que, junto com as eleições nos EUA de 2020, os cidadãos do estado do Oregon aprovaram por meio de um plebiscito uma medida que permite a administração assistida de 'cogumelos mágicos' para o tratamento de transtornos mentais. viradapsicodelica.blogfolha.uol.com.br/2020/11/04/ore…
O estado do Oregon, onde a maconha já era legalizada, dá um passo adiante e descriminaliza todas as drogas. Agora, como em Portugal, usuários não poderão ser mais presos por posse de drogas neste estado americano.