Há exatos 85 anos, nascia Lorenzo Bandini, piloto italiano que teve uma grande passagem pela Ferrari, em uma época aonde as corridas de endurance eram os eventos principais, infelizmente acabou morrendo muito jovem em um acidente em Mônaco, eis a thread:
Para quem assistiu Ford vs. Ferrari, Bandini foi grande rival de Ken Miles na disputa das 24 Horas de Le Mans de 1966, até seu carro quebrar, a história é até interessante, mas infelizmente fictícia, já que a Ferrari de Bandini nem chegou perto de ameaçar os carros da Ford
Bandini nasceu em uma cidade da Líbia chamada Al Marj, na época uma colônia da Itália, já muito jovem se mudou para Itália, na pequena cidade de Brisighella. Ele perdeu seu pai com apenas 15 anos, começou como mecânico, teve passagem pelas motos, mas se encontraria no Sportscar
Bandini começou a correr nessas competições em um Fiat 8V, na Coppa Inter-Europa de 1958, o resultado é desconhecido, mas sua primeira experiência pela Ferrari foi seu primeiro triunfo. Em 1961, nas 4 Horas de Pescara.
Bandini dividiu a Ferrari 250 TRI/61 da equipe cliente da Ferrari, a Scuderia Centro Sud, com Giorgio Scarlatti, ele venceu com uma volta de vantagem para o segundo colocado, um Porsche oficial de fábrica.
A Scuderia Centro Sud também corria na F1, com um Cooper T53 com motor da Maserati, e foi lá que ele deu seus primeiros passos na F1, correndo em quatro etapas de 1961, mas teve nenhum resultado muito expressivo. Porém ele chamou a atenção de Enzo Ferrari
Para 1962, ele assinou contrato com a montadora italiana, que naquela época estava atingindo uma fama no automobilismo muito grande, suas vitórias em Le Mans, Targa Florio, Sebring, entre outras, faziam a Ferrari ser a grande equipe a ser batida na época.
Além da equipe ser a atual campeã da F1, com Phil Hill, porém na época a F1 era segundo plano, e seu foco naquele ano seria no endurance, mesmo assim ele em sua primeira corrida pela Ferrari chegou em terceiro em Mônaco, atrás de Bruce McLaren e Phil Hill.
Em Targa Florio naquele mesmo, ao lado do também italiano, Giancarlo Baghetti, com uma Ferrari Dino 196 SP, ele chegou em segundo, atrás de outra Ferrari, essa era uma corrida perigosa e importuníssima, realizada na Sicília, em uma estrada aonde a torcida ficava bem próxima
Foi também o ano de sua primeira Le Mans, de qual ele não concluiu. Naquele ano ele venceu a Vallelunga com um carro da Abarth. Na F1, ele fez mais duas corridas, na Alemanha, aonde abandono, e na Itália, onde chegou em oitavo
Em 1963, Bandini foi segundo nas 12 Horas de Sebring, com a Ferrari 250P, junto com Mairesse e Vaccarella. Nos testes para Le Mans, que acontecem antes da final de semana da prova, ele conseguiu o melhor tempo. Em Targa Florio, novamente um segundo lugar.
Nas 24 Horas de Le Mans, pilotado uma Ferrari 250P junto com o Ludovico Scarfiotti, acabou tendo a vitória geral, sua maior conquista na carreira. Também venceu a Trophée d'Auvergne. Na F1, foram sete etapas, não participando das três primeiras.
Foram três quinto lugares: Grã-Bretanha, Estados Unidos e África do Sul, Um décimo lugar: na França e três abandonos: Alemanha, Itália e México.
Em 1964, as atuações no endurance se limitaram a terceiro lugares, em Sebring, Le Mans e nos 500 km de Spa, e um P2 em Reims
Mas na F1 foi um grande ano, três terceiros lugares e uma vitória, na Áustria, seu único triunfo na categoria. Inclusive seu terceiro lugar no México foi fundamental para o campeonato de john Surtees, ao dar a posição para ele no final, após o abandono de Clark.
No campeonato ele ficou em quarto lugar. Mas para 1965, a Ferrari não fez um bom carro, Lorenzo ficou em sexto no campeonato, atrás do seu companheiro, John Surtees. Sua melhor colocação foi um segundo lugar em Mônaco
Mas no endurance foi um bom ano para ele. Conquistou Targa Florio ao lado de Vaccarella, venceu o GP Roma Vallelunga e em Le Mans, acabou abandonando.
O ano de 1966 começou bem para ele na F1: um segundo lugar em Mônaco, e um terceiro lugar na Bélgica, era líder do campeonato
Mas não conseguir largar na França e não correr na Grã-Bretanha, por uma escolha da própria Ferrari, porque na época cada equipe tinha uma taxa que cobrava para participar do GP e Enzo não ficou feliz com o dinheiro oferecido pela organização local
Após esses eventos, foram dois sextos lugares, nos Países Baixo e na Bélgica e dois abandonos. Bandini acabou apenas em oitavo lugar no campeonato.
No endurance ele teve menos sorte ainda, a Ford, com seus GT40, já eram os melhores.
Em Sebring, ao lado de Scarfiotti, ele conseguiu um quinto lugar com uma Ferrari Dino 206S. Em Targa Florio, ao lado de Vaccarella, com a Ferrari 330 P3 ele abandonou. Nos 1000 Km de Nurburgring, um segundo lugar com Scarfiotti, de novo uma Dino 206S.
Em Le Mans, ao lado de Jean Guichet, Bandini foi um mero figurante, esqueça as batalhas descritas em Ford vs. Ferrari, na verdade Bandini nem chegou a ameaçar a Ford, sendo que a única Ferrari a conseguir ameaçar foi a de Ginther e Pedro Rodriguez, a noite, na chuva
O protótipo da Ferrari de Bandini foi a última a abandonar, na 17° hora, declarando o fracasso do time italiano e a vitória esmagadora da Ford. Mas em um momento aonde estava longe de qualquer chance de vitória.
1967 começou como um ano promissor para Bandini, ao lado de Chris Amon, com a Ferrari 330 P3, venceu as 24 Horas de Daytona, com 1-2-3 da equipe italiana, a "vingança" de Enzo Ferrari estava se realizando no quinto da Ford.
Nos testes para Le Mans daquele ano, ele ficou em primeiro. Nos 1000 Km de Monza, outro triunfo, vencendo com a Ferrari 330 P4, novamente ao lado de Amon. Parecia um ano bem promissor
Ele não correu na primeira etapa da temporada da F1, mas foi para Mônaco
Bandini fez o segundo lugar com a Ferrari 312/67. Ele chegou a assumir a liderança da prova no inicio, caiu para terceiro e voltou para segundo, estava perseguindo a Brabham de Denny Hulme, quando aconteceu uma tragédia
Na chicane do porto, que na era apenas uma simples curva que conectava as duas retas, ele bateu em uma proteção feita de feno, um material altamente inflamável, seu carro explodiu, e Bandini ficou preso nas ferragens sendo queimado vivo enquanto a corrida prosseguia
Bandini foi resgatado e levado ao hospital, tinha 70% do corpo queimado e múltiplas faturas, após três dias foi declarado sua morte. Após esse fato, as proteções de feno foram banidas da F1.
Bandini morreu com apenas 31 anos, ele tinha muito o que mostrar ainda na categoria, seu legado ficou, até hoje é um piloto amado pelos tifosis, e também um daqueles pilotos que marcaram do motorsport.
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Em 1969, a Chrysler revolucionou a NASCAR trazendo inicialmente o Dodge Charger Daytona e posteriormente o Plymouth Superbird. Dois dos carros mais icônicos que já passaram pela categoria. Conto a história nessa thread:
Em 1969, a Ford trouxe para a categoria o Torino Talladega, esse era uma evolução do Torino Cobra, que em 1968 tinha conseguido finalmente desbancar a Chrysler, que corria com o Dodge Charger R/T e o Plymouth Belvedere.
Foram 21 de 49 vitórias, sendo que 16 dessas vitórias foram do campeão, David Pearson, que terminou a temporada 126 a frente de Richard Petty “The King”, estrela da Plymouth. E o Talladega só vinha aumentar ainda mais o domínio da marca.
Há exatos 10 anos, Sebastian Vettel conquistava seu primeiro título mundial, no GP de Abu Dhabi. Na temporada mais disputada da história da F1, onde quatro pilotos chegaram na última etapa com chance de título. Conto a história nessa thread:
Durante a temporada de 2010, Hamilton, Alonso, Webber, Button e Vettel disputaram o título, desses cinco, apenas Button chegou a Abu Dhabi sem chance de conquistar o campeonato
Pelo lado da Red Bull, Vettel e Webber fizeram uma temporada disputadíssima.
Vettel sofreu com três problemas mecânicos: no Bahrein, Austrália e Coréia, o que lhe custou 63 pontos, e se envolveu em dois acidentes evitáveis: na Turquia com Webber e na Bélgica com Button. Foram 4 vitórias e 10 pódios. Ele chegou na última etapa com 231 pontos, em 3° lugar
O Toyota TS020, mais conhecido como GT-One, foi o modelo da marca japonesa que levou o conceito de achar brechas no regulamento ao extremo. Conto a história do projeto feito para vencer as 24 Horas de Le Mans nessa thread:
Nunca foi segredo que para as marcas japonesas, vencer Le Mans era o objetivo principal no automobilismo. Nissan e Toyota tentavam a tão sonhada vitória desde os anos 80. Mas sem carros competitivos com Porsche, Sauber-Mercedes e Jaguar.
A Toyota não abandonou a categoria mesmo em um momento de crise. Mesmo em 1992, Quando o WSC (WEC) acabou. A Toyota bateu na trave em 1992 e 1994, sendo segunda em ambos. Em 1995, a Toyota entrou na Classe LMGT1, através da SARD.
Muitas vezes quando um carro de F1 é muito ruim, é comum falar que ele é um trator. Mas na Rothmans 50000 de 1972, Se teve talvez a corrida prelimitar mais excêntrica de todas, uma verdadeira corrida de tratores. Conto a história desse fato inusitado nessa pequena thread:
Como quase tudo no automobilismo, isso envolveu um fator marketing, vindo da Ford. Os tratores da marca americana eram bem populares no território britânico. A Rothmans 50000 não foi uma prova oficial, foi promovida pela própria marca de cigarros e realizada em Agosto de 1972
A corrida foi em Brands Hatch, aonde se tinha uma forte presença de agricultores, a Ford se aproveitando do fato resolvendo apresentar seu novo modelo: Ford 5000, fazendo uma corrida de 10 voltas, eram 12 pilotos, ou até mais, os nomes que se tem certeza que correram foram:
Ontem fez 12 anos que Lewis Hamilton conquistou seu primeiro título mundial, em uma temporada cheia de reviravoltas e com um final cinematográfico. Conto a história da F1 em 2008 nessa thread:
A F1 vinha de uma temporada conturbada, Kimi Raikkonen da Ferrari era o atual campeão, em um final surpreendente. Hamilton estava 17 pontos a frente do finlandês faltando duas corridas, e ele conseguiu tirar essa diferença
A McLaren foi excluída dos construtores, após um escândalo de espionagem que envolvia a Ferrari ser revelado, o pivô da revelação foi Fernando Alonso, que estava inconformado com seu tratamento no time, pois queria preferencia.
Toto Wolff sair da Mercedes seria algo complicado, ele foi fundamental na manutenção do corpo técnico, pegando pessoas da Ferrari (depois de serem demitidas) e não deixando ninguém sair para adversários fortes, como foi o caso de Aldo Costa e Lowe.
James Allison, atual DT e Lorenzo Sassi atual gerente de motores vieram da Ferrari, que por sua vez sofreu com uma má administração de Sergio Marchionne nessa questão, ele nunca devia ter se metido. Ele queria implantar uma estrutura mais horizontal.
Depois de sua morte, Camilleri mudou essa politica. As mudanças na estrutura da Ferrari já são significativas, voltando para uma estrutura mais vertical. Uma equipe de F1 precisa de estabilidade e trazer grandes nomes.