Fascinating piece by @zeithistoriker and @willcallison. In Brazil, it’s maybe too early for this stuff to be fully discernible as an independent strand in the far right, but what they say tallies with my observations.
I’ve noticed that, because my
piece @PublicBooks said
that Bolsonaro made inroads with the poorest (until then fairly refractory) during the pandemic, some people have interpreted it as saying that his strongest base was the poor. But the situation is closer to what they describe here.
As I write in a piece on Bolsonarismo coming out soon on @rphilos, the quintessential bolsonarista belongs to what Orwell woul call a ‘lower upper middle class’, adjusting for the particularities of Brazilian class structure — ie, a wafer-thin middle class wedged between
a tiny elite and an ocean of poor. With poorer academic qualifications and little by way of assets, this stratum is very exposed to economic fluctuations and downward mobility, as in the last 5 years.
Their characteristic occupation is ‘failed businessperson’:
they are people who flit between self-employment (reframed as entrepreneurialism) and failed attempts to start businesses, and generally hustle. Management speak, coach culture etc. is rife.
And this is the great similarity with what the text describes.
As I write in the @rphilos piece, Bolsonarismo is not just pro entrepreneurialist ideology: it is an entrepreneurial phenomenon in its own right. It’s a career path for the temporarily embarrassed, who go from online angry person to YouTube influencer to media figure,
and use to visibility to either promote their ventures or go into politics.
One difference, and reason why Querdenken might not quite catch in Brazil, is that anticommunism is one of the glues holding Bolsonarismo together, so the ‘neither left nor right’ branding wouldn’t work.

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More from @OrangoQuango

17 Dec 20
A great exchange, this one. Since @BueRubner mentioned my work, here are some thoughts:
My impression is that the problem Bue points out lies not in the use @endnotesjournal make of the concept of "non-movements" as such, but in the grammar this concept supposes and reinforces.
This is a grammar in which something is either a movement or not a movement because (this ultimately being the relevant feature) it is either organised or not organised. The question is then, what must we suppose in order to think that? I’d say at least two things:
1) That organisation is either/or: there is a definite threshold separating the non-organised from the organised. In the grammar of concepts like “non-movement”, it’s clear what the threshold is supposed to be: a certain type of “traditional” organisation that came to structure
Read 24 tweets
4 Nov 20
Isso é só um lembrete de que este sistema eleitoral bizantino existe em parte porque os estados do sul precisavam compensar o fato de que possuíam menos eleitores (=homens brancos) do que os do norte –– dado que aproximadamente 40% de sua população era de escravos.
Verdade seja dita, a maioria dos Pais Fundadores era bastante desconfiada com a eleição direta, e outras soluções que não essa poderiam ter servido ao mesmo fim. Mas este cálculo político dos estados sulistas foi explicitado com todas as letras por James Madison durante
a Convenção: o sul jamais aceitaria eleições diretas porque seus candidatos não tivessem chances de ganhar, o que os impediria de defender seus interesses. Entre estes interesses, claro, um dos principais era a manutenção da escravidão.
Read 7 tweets
4 Aug 20
O artigo na @folha deste domingo afirmando que é intelectualmente desonesto relacionar o liberalismo ao fascismo ou está supondo uma noção extremamente ingênua do que são conceitos ou, sinto dizer, está sendo desonesto.
O argumento é basicamente o seguinte: eis o conceito de liberalismo; eis o conceito de fascismo; há elementos do conceito de liberalismo que estão em contradição com o conceito de fascismo; logo, não pode haver qualquer relação entre os dois.
O problema é óbvio: um conceito não é apenas sua definição, mas seus usos. Por isso, há mais de um conceito de liberalismo.

Não quero dizer com isso que há mais de uma definição de liberalismo, ou que o consenso entre autores que se definem como liberais não seja absoluto.
Read 16 tweets
30 Jul 20
Para quem gosta de passar raiva, o artigo do Robert Brenner na última @NewLeftReview é imperdível. Através de uma análise do pacote de resgate aprovado nos EUA, ele confirma algo que Philip Mirowski já tinha sugerido: se é verdade que a dimensão e natureza (sanitária) desta crise
provocou uma resposta fiscal muito maior que qualquer coisa vista em 2008, por outro lado estamos vendo basicamente um replay de 2008, no qual a única diferença importante é a escala. Para dar uma ideia dessa diferença: em março deste ano o Banco Central norte-americano estava
adquirindo ativos financeiros a um ritmo de $90bi por dia –– mais do que se gastou na maioria dos meses que se seguiram ao colapso da Lehman Brothers em 2008. A cada segundo, o Fed trocava quase $1mi em títulos do Tesouro e títulos lastreados em hipoteca por dinheiro.
Read 21 tweets
10 Jul 20
Torcer pela morte de Bolsonaro é igualar-se a ele? Opor-se a quem tem posições extremas é tornar-se um extremista? E o que um povo da Nova Guiné tem a nos dizer sobre polarização política? Se você ficou curiosx, mas acha a expressão “segue o fio” cafona: follow me.
Na década de 30, Gregory Bateson identificou entre os Iatmul, da Nova Guiné, um padrão social que ele batizou de “cismogênese”: um processo pelo qual o comportamento de dois indivíduos ou grupos vai se diferenciando como resultado cumulativo da interação entre eles.
Para Bateson, a cismogênese é simétrica quando a diferenciação se dá entre comportamentos iguais mas em sentidos opostos (competição); e complementar quando produz comportamentos desiguais (eg, dependência/cuidado, dominação/submissão).

Corta para o final dos anos 00.
Read 26 tweets
7 Jul 20
A frase do Guedes sobre ser mais fácil formar um esquerdista que um liberal retoma uma das constantes do discurso neoliberal: a ideia de que o neoliberalismo é um pensamento da complexidade social, ao passo que noções como "justiça social" são resquícios de formações sociais
mais simples, sentimentos ou hábitos mentais primitivos (antropomorfismo, finalismo, incapacidade de conceber ordens que emergem espontaneamente). Isso remonta à primeira grande conquista intelectual do neoliberalismo, no contexto do chamado
“debate sobre o cálculo socialista” nos anos 20 e 30: o argumento de que o mercado, através dos sinais que o sistema de preços oferece aos agentes econômicos, é capaz de reunir e processar informação dispersa com uma eficiência que um órgão de planejamento jamais poderia ter.
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