A maneira como o governo de São Paulo, o secretário de Saúde e o presidente do Butantan trataram os resultados da eficácia da Coronavac foi errada desde o início. E continua errada.
Siga o fio.
O secretário Gorinchteyn não consegue responder nenhuma pergunta sem começar exalçando os 120 anos do Butantan e as credenciais acadêmicas de Dimas Covas (coisas que ninguém perguntou e ninguém quer saber - até porque já se sabe). E acaba não dando nenhuma resposta direta.
O mesmo acontece com o próprio Dimas Covas. Gorinchteyn e Dimas São oblíquos.
Afinal, o Butantan conhecia ou não conhecia a lista dos documentos exigidos pela Anvisa? Entregou ou não entregou todos os documentos que estavam na lista?
Se a Anvisa diz que não entregou, isso se refere aos itens originalmente exigidos ou a outros pedidos de esclarecimento adicionais? Ninguém responde.
Isso contribui para a desconfiança de parte da comunidade científica e do público em geral, abrindo um flanco para ataques sórdidos dos teleguiados do malfeitor Carlos Bolsonaro.
Afinal, por que divulgar um resultado de 78% (apenas para uma categoria de infectados) e, dias depois, outro de cerca de 50% (dito global)?
O mais provável é que não tenha havido erro técnico relevante do Butantan (a não ser, talvez, na escolha, ousada, do universo testado). A mídia, benevolamente, chama de "erro de comunicação". Não! O erro é político mesmo e é erro grave.
Uma vacina de vírus inativado costuma ter essa eficácia global (entre 40 e 60%, semelhante às vacinas da gripe) e é muito útil como imunizante. Por que não se deixou isso claro desde o início?
Por que os adiamentos sucessivos a pretexto de obedecer a cláusulas contratuais com a Sinovac (e cadê o contrato)? Como explicar essa disparidade de resultados em comparação com a Turquia e com a Indonésia?
Por que a Sinovac, inventora da vacina, não se pronuncia? Ficou tudo muito nebuloso.
Vai ser difícil consertar o malfeito sem colocar todas as cartas na mesa. E as consequências desse erro serão prejudiciais ao combate à pandemia.
Os erros reforçam o movimento anti-vacina e a construção sórdida bolsonarista de que se trata de uma "vacina chinesa do Dória" feita para prejudicar os brasileiros.
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1 - Não haverá impeachment sem campanha pelo impeachment.
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2 - Sim, é possível uma campanha do impeachment em condições de pandemia. Se a campanha eleitoral de 2020 foi possível, então também será possível a campanha do impeachment de 2021.
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3 - A campanha do impeachment é como qualquer campanha. Tem como objetivo principal e inicial ganhar os votos que ainda faltam para que um pedido de impeachment seja aprovado pela Câmara (com 342 votos).
Providências imediatas para salvar a democracia dos ataques do populismo-autoritário
Siga o fio.
1 - Banir do Twitter, do Facebook, do Instagram, do Youtube, do WhatsApp e do Telegram, os hubs das redes populistas descentralizadas de falsificação da opinião pública (por exemplo, os influenciadores trumpistas e bolsonaristas).
2 - Tirar do ar falsas mídias sociais que são, na verdade, organizações políticas disfarçadas: instrumentos do populismo-autoritário para destruir a democracia (como o Parler e o Gab, por exemplo).
O LULOPETISMO É UM MOVIMENTO DE REPETIÇÃO DE PASSADO
Essas pessoas das nossas relações que viraram bolsonaristas - aqueles seu tio, seu médico, seu pai, até sua avó - não eram de extrema-direita. Em grande parte, eram indiferentes à política.
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Eram pessoas "normais", que carregavam elementos da cultura patriarcal, conceitos e preconceitos autoritários, racistas, machistas, que foram reprimidos pela vida cívica moderna, mas não metabolizados.
Entretanto, ficaram com uma raiva tão grande do PT que isso serviu para localizar no partido e em seu líder tudo que, dentro delas (e entre elas), não estava bem resolvido.
Não valia tanto a pena assim manter o mundo pré-pandemia
Siga o fio para ler a mensagem.
O mundo nunca precisou tanto de inovadores. De pessoas (ou seja, redes) capazes de pensar e ensaiar novas formas de vida e convivência social nas novas circunstâncias da pandemia.
Quem não inova, só aguardando as vacinas para voltar aos velhos hábitos, não entendeu o que está acontecendo. Não haverá essa salvação universal. Mesmo com vacinação em massa (de 80% da população planetária), a imunidade coletiva vai demorar (pode nem ser alcançada em 2021).
Vamos voltar às estatísticas e ao seu uso desumano por parte do bolsonarismo.
Se morressem 400 mil brasileiros (o dobro das mortes atuais) isso seria apenas 0,18% da nossa população. Para os bolsonaristas, tal número seria desprezível.
Siga.
Se morressem 800 mil brasileiros (o quádruplo das mortes atuais) isso seria apenas 0,37% da nossa população. Para os bolsonaristas, essa porcentagem seria desprezível também.
Se morressem 1 milhão de brasileiros isso seria apenas 0,47% da nossa população. Ainda seria desprezível para os bolsonaristas.
Reconstruí (em setembro de 2016) a autocrítica que o PT não teve coragem de fazer abertamente, de forma nua e crua. Mas é exatamente isto: basta ler as resoluções do Diretório e da Executiva Nacional do PT (de 17/05 do mesmo ano).
Siga o fio, por favor.
1 – Erramos quando não tomamos a decisão de impor o controle social da mídia. Agora não é mais possível segurar as notícias desfavoráveis a nós sobre o que fizemos no governo, nas estatais e nos fundos de pensão.
2 – Erramos quando não forçamos a barra para aprovar uma reforma política que estabelecesse a fidelidade partidária, o voto em lista fechada e predeterminada e o financiamento exclusivamente estatal de campanha.