Os bruxos estão preocupados com a volta às aulas em Hogwarts depois do recesso escolar. Está complicado ir à escola através do Expresso Hogwarts. Na estação 9 3/4, os estudantes comentam com seus pais, bruxos ou trouxas, que estão cientes que precisam usar máscaras, até no trem..
Mas nunca usaram uma máscara antes! A Hermione fica avisando a todos que o professor Flitwick já havia ensinado o feitiço Idoneam persona (que faz surgir uma máscara que fica bem ajustada ao rosto) e falado de sua importância...
Mas Draco Malfoy e sua turma da Sonserina insistem que não querem usar! E a preocupação de que Aquele-que-não-deve-ser-nomeado havia criado um novo feitiço chamado de Covideos desenovium, quase tão letal quanto o “Avada kedavra”, pairava sobre todos...
Porém, Valdemort não ousava colocar seus pés (com unhas sujas e encravadas) em Hogwarts, pois os protocolos de higiene jamais permitiriam isso, e todos os bruxos se sentiam muito protegidos quando a história do novo feitiço surgiu.
Com o passar dos dias, uma vez ou outra, aparecia algum estudante na enfermaria da Madame Pomfrey com sintomas de uma doença desconhecida; uma vez ou outra, algum estudante sumia misteriosamente... Não se sabia quem poderia ser suscetível ao feitiço ou não.
Dumbledore logo instituiu que os estudantes não deviam ficar perambulando pela escola depois de certo horário, que fossem para suas casas mantendo certo distanciamento uns dos outros, coisa que até Harry, Ronny e Hermione cumpriram de prontidão...
Afinal, ninguém estava entendendo muito bem o que acontecia, mas uma coisa era certa: alguém estava conjurando feitiços Covideos desenovium na escola! Teria algum comensal da morte, disfarçado de estudante ou professor com a poção polissuco, aprendido o novo feitiço?
A nossa crônica aqui hoje é para descrever o efeito da nova variante, B.1.1.7, não em Hogwarts, mas na escola Willibrord, Holanda.
Até novembro, pela ausência de surtos, as crianças, que frequentavam as aulas em tempo integral, só eram obrigadas a usar máscaras em corredores e áreas comuns, não em suas classes, que ficavam distanciadas umas das outras.
Nessa escola, de 818 pessoas, incluindo professores, funcionários, alunos e familiares, 123 (quase 15%) foram infectadas apenas um mês após a identificação do primeiro caso na escola, onde a nova variante foi responsável por uma grande fração desses casos.
Esta semana, as autoridades de saúde pediram aos mais de 60.000 moradores da região da escola (incluindo os tios trouxas de Harry), ao norte de Roterdã, que fossem testados para o vírus, em um esforço para entender o quanto ele se espalhou na comunidade.
O texto da rede resume as informações prestadas pela correspondente Gretchen Vogel para a revista Science e que podem nos auxiliar em tomadas de decisão aqui no Brasil. sciencemag.org/news/2021/01/n…
Aqui no Brasil, onde o nosso torneio Tribruxo (ENEM) e as partidas de Quadribol não foram suspensos, as preocupações são grandes, pois independentemente da entrada de novas variantes no país, não conseguimos fazer a contenção da disseminação da forma original do vírus.
Além disso, nossos estudantes continuam a sair para Hogsmead, para tomar a cerveja amanteigada no pub Três Vassouras, onde deixam máscaras e distanciamento de lado. Depois, voltam para casa pondo em risco familiares e outras pessoas da comunidade.
Por fim, o nosso Ministério da Magia precisa ajudar os aurores brasileiros em suas buscas de contra-feitiços, através de maior suporte de verba para pesquisa. Do mesmo modo, toda a sociedade, bruxos e trouxas, precisam se unir contra o feitiço Covideos desenovium.
Somente com medidas rígidas de prevenção (máscara, distanciamento e higienização), enquanto ainda não aprendemos o Vulnera sanentur (ou Veni vacinum), contra-feitiço que age para bloquear o Covideos desenovium e remover os piores efeitos da maldição, poderemos nos proteger!
Fiozinho para explicar esse artigo da Science sobre nanocorpos (estruturas engenheiradas por biotecnologia com função semelhante a de anticorpos) para bloquear o SARS-CoV-2 e suprimir o escape mutacional. science.sciencemag.org/content/early/…
Primeiro, só para relembrar: imunização ativa é aquela oriunda da resposta a uma infecção ou obtida através da vacinação; imunização passiva é aquela proporcionada através do uso de anticorpos, que podem ser obtidos através do soro humano ou animal.
Essa última (passiva) é importante para os imunossuprimidos (ou, imunocomprometidos) que são as pessoas (incluindo crianças) para quem as vacinas algumas vezes não são efetivas.
Pessoal, vou fazer um fio/texto assim que possível, mas não podia deixar de compartilhar essa ótima notícia, "quentinha" da Science de hoje! De 188 pacientes com COVID analisados, células B de memória foram mais abundantes aos 6 meses do que em 1 mês após o início dos sintomas.
Fiz esse fio para ajudar nos esclarecimentos desse artigo muito interessante da Science Advances sobre os fluxos de ar no interior dos automóveis e a transmissibilidade de doenças respiratórias. advances.sciencemag.org/content/7/1/ea…
Já sabemos que a transmissão de doenças respiratórias altamente infecciosas, incluindo a COVID-19, é facilitada pelo transporte de gotículas exaladas e aerossóis que podem permanecer suspensos no ar por longos períodos de tempo.
Nós utilizamos automóveis para nos locomovermos, e muitas vezes compartilhamos com pessoas que não convivem conosco. É o caso dos táxis, carros por aplicativo e caronas. O interior de um carro cria um microclima que pode potencialmente aumentar a transmissão de patógenos.
As perguntas que não querem calar quanto a COVID-19 e a tão sonhada imunidade: “quanto tempo estaremos protegidos do vírus através da imunização?” e “quem pegou a doença já está imune?” Siga o fio feito em parceria com a @mellziland! :)
Na biologia, a imunização corresponde à aquisição de proteção a um determinado agente infeccioso, criando uma resistência à doença causada por esse agente, através da estimulação de uma resposta imune!
Essa resposta pode ser dividida em 1) inata (não específica, também conhecida como nossa primeira linha de defesa) ou 2) adquirida (adaptativa, mais específica, acionada para se somar à inata) se houver necessidade de resposta mais específica.
Ainda sobre a nitazoxanida, reportagem na Science de hoje. E, apesar de toda essa palhaçada e a vergonha mundial que estamos passando, eu quero agradecer aos colegas cientistas brasileiros sérios e a meus colegas da @analise_covid19, que analisaram o referido estudo (1)
e colocaram os "pingos nos is" sobre como se faz ciência de qualidade aqui no Brasil. Ciência exige método e modéstia, pois o conhecimento é transitório e relativo. Desconfie de alguém que diz ter certeza sobre A ou B. O nome disso é charlatanismo. (2)
Pontos importantes da reportagem sobre a avaliação clínica do fármaco:
"Uma carga viral mais baixa tem pouco significado se não faz o paciente se sentir melhor e é improvável que reduza a transmissão da doença 10 dias após o início dos sintomas. (3)
Reportagem da Science feita a partir de artigos da Nature e do New England a respeito da expressão de genes identificados em relação à COVID-19 grave (siga o fio...)
1. IFNAR2, que codifica um receptor para interferon, uma molécula que ativa as defesas imunológicas quando um vírus invade uma célula. "Uma variante do IFNAR2 encontrada em um em cada quatro europeus aumentou o risco de COVID-19 grave em 30%."
2. OAS, codificam proteínas que ativam uma enzima que quebra o RNA viral. Uma mudança de expressão nesses genes pode prejudicar essa ativação, permitindo que o vírus "faça a festa".