Ver como o governo de @jairbolsonaro, o Capitão Cloroquina, faz o possível para destruir o Cinema brasileiro, a Ancine e todos os mecanismos de financiamento de nossa produção é um lembrete de como figuras autoritárias têm pavor da Arte.
A Arte estimula a empatia e expande o olhar do público. E o Cinema, como uma mídia de massa, tem uma grande facilidade de alcançar muitas pessoas e de levá-las a ver o mundo através do olhar do outro, despertando também sua consciência crítica. Tudo que esses caras mais temem.
Já mencionei aqui algumas vezes (e nos meus cursos) como Lênin dizia que "de todas as Artes, o Cinema é a mais importante para a revolução", mas antes mesmo disso já era possível ver como seu potencial de mobilização era compreendido pelos poderosos.
Um exemplo que demonstra isso e que ilustra também como nem sempre é possível perceber, numa observação rápida, as verdadeiras intenções por baixo de iniciativas "nobres": o Ato Cinematográfico aprovado em 1909 no Reino Unido.
Em sua superfície, o Ato Cinematográfico de 1909 tinha como objetivo regulamentar a emissão de licenças para a abertura de salas de exibição no Reino Unido. Isso visava garantir a segurança do público, já que as versões primitivas do nitrato de celuloide eram muito inflamáveis.
Importante, certo? Ninguém ia querer que colocassem um projetor em qualquer lugar, enchessem a sala e começassem a projeção apenas para que a película pegasse fogo e carbonizasse todo mundo, não é mesmo?
Só que na prática o Ato foi usado para outros fins.
Só que na prática o Ato foi usado para outros fins.
Com a ajuda do Ato, a elite econômica e política passou a dificultar a abertura de salas de exibição em certas regiões que concentravam uma população mais pobre e/ou formada por imigrantes - justamente quando o cinema estava comprovando ser uma forma de diversão acessível.
O que os poderosos temiam era justamente a força política do Cinema, que eles não podiam controlar. E a maior prova disso é que mesmo depois que o celuloide se tornou mais seguro, o Ato continuou em vigor e sendo usado para barrar abertura de cinemas naquelas áreas.
O que o miliciano @jairbolsonaro (Capitão Cloroquina) faz hoje segue a mesma lógica das elites britânicas do início do século passado - e seu modo de ver o mundo é igualmente atrasado e parado no tempo.
E, claro, ele é bem menos sutil em seu medo e em suas intenções destrutivas.
E, claro, ele é bem menos sutil em seu medo e em suas intenções destrutivas.
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