Hoje quero convidar vocês a valorizarem um dos mais importantes instrumentos de justiça social já produzido no Brasil: o Sistema Único de Saúde.
Mesmo em meio a crises e a seu constante subfinanciamento, o maior sistema de saúde do mundo promove inclusão social e contribui com o aumento da longevidade e qualidade de vida da população, beneficiando a todos, mesmo aqueles que acreditam nunca terem usufruído de seus serviços
Em meio a pandemia, devemos lembrar que fazem parte do SUS os centros e "postos" de saúde, hospitais, laboratórios, hemocentros, bancos de sangue, além de institutos de pesquisa como a Fundação Oswaldo Cruz. E isso é só a ponta do Iceberg. Você vai ser vacinado graças ao SUS.
Não se trata de não criticar o SUS. Eu mesmo tenho duras críticas ao sistema, em especial no direcionamento de recursos para ações sem base em evidências... Mas as críticas deveriam ser no sentido de ajudar a aprimorá-lo, não colaborar para destruí-lo.
"Saúde não é só ausência de doença. Saúde deve ser entendida como um bem estar físico, social, afetivo e ainda de ausência do medo (...) da violência de um governo contra o seu próprio povo."
- Sergio Arouca, médico sanitarista, na 8a Conferência Nacional de Saúde (1986).
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O Coronavírus está no ar - há muito foco nas superfícies. Infectar-se pelo coronavírus a partir das superfícies é raro. A Organização Mundial da Saúde e as agências nacionais de saúde pública precisam esclarecer seus conselhos.
Este é o início do editorial da Nature do dia 02/02
Antes que alguém venha dizer que eu estou sendo irresponsável e falando que não precisa mais usar álcool em gel ou desinfetar superfícies, deixa eu esclarecer o que diz o editorial:
- É plausível que pessoas se contaminem por superfícies, mas o risco real é a contaminação PELO AR
E por que é importante falarmos sobre isso?
Porque vejo muita gente altamente preocupada em ficar limpando tudo, passando álcool o dia todo e não usando corretamente a máscara, não mantendo distanciamento e não ventilando adequadamente os ambientes.
Hoje fui fazer alguns ajustes ergonômicos na minha bike, com o @CarlosPitrosky . Enquanto o Carlos fazia as diversas medidas antropométricas, as medidas na bike e observava as angulações da minha postura e movimentos, pensei em como isso se relacionava com as vacinas pra COVID-19
- Tá maluco, André?
Na verdade, me veio à cabeça que a ciência é de fato algo para ser usada no dia a dia. Na minha cabeça de ciclista iniciante, pra pedalar bastaria apenas subir em uma boa bicicleta com freios em dia e pneu calibrado.
Mas após observar um pouco da biodinâmica envolvida em tudo isso, foi possível entender por que meu joelho e meus pulsos doíam. Os ajustes deixaram a bike bem mais confortável e com melhor rendimento.
Quando afirmo a necessidade de ensaios clínicos randomizados (inclusive durante a pandemia) para demonstrar eficácia de medicamentos, eu ouço:
"André, é antiético usar placebo em um dos grupos". Ou "É antiético ficar parado e 'deixar o paciente morrer' ".
Será? Segue o fio..
Existe uma confusão enorme aí. A primeira é que assumiu-se ARBITRARIAMENTE que certos medicamentos funcionam. Ou seja, mesmo sem demonstração de eficácia, disseminou-se que ivermectina ou hidroxicloroquina eram eficazes. E já sabemos que isso é a inversão do método científico.
Como no imaginário popular do senso comum (que inclui muito profissionais da saúde 😢) foi popularizada a hipótese de que esses medicamentos funcionam, criou-se a falsa sensação de que fazer estudos com placebo ou não utilizar esses medicamentos na prática médica seria antiético.
Estudos científicos são o melhor modo de nos aproximarmos de verdades na área da saúde e a melhor forma de fazer essas verdades serem reconhecidas.
E foi empregando o raciocínio científico que uma jovem enfermeira revolucionou o sistema de saúde vitoriano.
Vamos de historinha!
Na primavera de 1820 nascia Florence Nightingale, em uma privilegiada família britânica. Ao contrário do que se esperava de uma dama inglesa da época, Florence dedicou-se à enfermagem
Chocando ainda mais a sociedade (e os pais), foi trabalhar nos hospitais da Guerra da Crimeia
Em 1854, administrando como voluntária um hospital da Turquia, desconfiou que a sujeira, falta de saneamento e a comida estragada eram mais responsáveis pela morte de soldados do que os ferimentos de guerra.
Parece loucura, mas na época, ninguém pensava muito nisso...
"Eu tive COVID-19 e me recuperei graças ao tratamento com Kit-Covid".
Sinto informar que que a frase está incorreta. O certo seria: "Eu tive COVID-19 e me recuperei, APESAR do tratamento com Kit-Covid"
A boa notícia é que você é um duplo vencedor. Venceu a Covid e a iatrogenia.
Iatrogenia: alterações patológicas derivadas de intervenções médicas. No caso do uso de medicamentos, são os efeitos adversos e consequências negativas não intencionais.
Se tem uma coisa que aquele ensaio clínico da Colchicina nos mostrou (volta lá no meu feed ver o vídeo) é que no grupo placebo (que não tomou medicamento nenhum), apenas 6% dos pacientes foram hospitalizados e 0,04% foram a óbito sem utilizar medicamento (ou kit-covid nenhum).