A Arte do Assassinato Político, que está disponível na @HBO_Brasil, é um documentário com produção executiva de George Clooney que aborda o assassinato do bispo Juan Gerardi, ocorrido na Guatemala em abril de 1998.
Trabalhando ao lado de ativistas de direitos humanos, o bispo Gerardi havia viabilizado a produção de um amplo relatório sobre o genocídio cometido pelo exército da Guatemala em nome do governo de extrema-direita durante a guerra civil que durou de 1960 a 1996.
Dois dias depois de anunciar a conclusão do relatório, que apontava a responsabilidade dos militares sobre a morte de cerca de 150 mil pessoas, o bispo Gerardi foi encontrado assassinado na casa paroquial - e é o processo de investigação deste crime que o doc aborda.
É um caso que, como podem imaginar, choca pela maneira como o governo e os militares guatemaltecos julgaram ser capazes de fazer o que bem entendessem sem enfrentar consequências - e, portanto, ver como o Ministério Público acabou fazendo seu trabalho é uma nota de esperança.
(Inicialmente, claro, o MP nomeou um picareta ligado aos militares - e o sujeito conseguiu a proeza de prender... um CACHORRO pelo crime. Aliás, o investigador Jack Palladino, que morreu há alguns dias nos EUA, vítima de um assalto, aparece brevemente no doc.)
Recomendo o documentário, que - ao menos neste caso específico - demonstra como a justiça guatemalteca se mostrou infinitamente mais corajosa que a brasileira ao apontar os abusos dos militares durante e depois da guerra civil. Enquanto aqui generais de pijama ameaçam o STF.
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Vendo o vídeo no IML do deputado preso por gravar fala pra "impressionar Bolsonaro" (o nível adolescente da coisa), fica muito patente como esses caras são todos iguais: foi só ver uma mulher em posição de autoridade - a policial civil - que o sujeito pirou mais uma vez.
Parte da gritaria do sujeito é espetáculo, pois estava registrando tudo pra colocar nas redes, mas parte é obviamente fruto da incapacidade absoluta que esses caras têm de reconhecer que o mundo já mudou sob seus pés e que sua posição de macho branco pode ser desafiada.
Aliás, o vídeo que o levou a ser (merecidamente) preso não é só um show de fascistismo, mas mais uma evidência de como o bolsonarismo jogou o nível de tudo no fundo do esgoto: mesmo tendo gravado o próprio "discurso", o deputado é incapaz de articular uma ideia coerente.
Ver como o governo de @jairbolsonaro, o Capitão Cloroquina, faz o possível para destruir o Cinema brasileiro, a Ancine e todos os mecanismos de financiamento de nossa produção é um lembrete de como figuras autoritárias têm pavor da Arte.
A Arte estimula a empatia e expande o olhar do público. E o Cinema, como uma mídia de massa, tem uma grande facilidade de alcançar muitas pessoas e de levá-las a ver o mundo através do olhar do outro, despertando também sua consciência crítica. Tudo que esses caras mais temem.
Já mencionei aqui algumas vezes (e nos meus cursos) como Lênin dizia que "de todas as Artes, o Cinema é a mais importante para a revolução", mas antes mesmo disso já era possível ver como seu potencial de mobilização era compreendido pelos poderosos.
Em meu texto sobre o doc The New Corporation, aponto como é importante buscar esclarecer por que fazemos (faço) afirmações como "o capitalismo está destruindo o planeta" e "o mercado é sociopata", já que, isoladas, podem soar apenas como hipérbole ou insanidade de esquerdista.
Então, para tentar ampliar o alcance desta conversa, vou tentar ressaltar uns pontos aqui em formato de fio, incluindo a ligação entre a forma de agir das corporações e o ressurgimento de líderes fascistas no mundo. Se quiserem silenciar esta thread, entenderei.
Acho que uma das questões que fazem com que as pessoas resistam à ideia de que as corporações agem de modo monstruoso reside em nossa tendência natural de não acreditar que uma pessoa (física ou jurídica) faria algo ruim propositalmente. Comecemos por aí, então.
1) Vocês são corresponsáveis pela eleição de Bolsonaro. Vocês demonizaram a esquerda por ANOS achando que isso beneficiaria os tucanos que tanto amam e deu no que deu.
2) Até entendo a raiva, mas uma coisa é xingar no Twitter; outra, num veículo jornalístico. Feio demais.
O que Bolsonaro quer é justamente isso: que todos desçamos ao nível dele, pois é onde domina, já que não tem argumentos, intelecto, honestidade nem coragem para lidar com nada.
Uma coisa é xingar no Twitter; eu mesmo faço isso. Mas jamais publicaria algo assim no @cinemaemcena.
Ver um veículo jornalístico dito sério publicando uma coluna mandando quem quer que seja "pra puta que o pariu", chamando de "criação de cortesã em fim de carreira", é algo que demonstra o tanto que o discurso político no país afundou em todos os aspectos. Vitória de Bolsonaro.
Não sei se vocês estão acompanhando o que está acontecendo na bolsa de valores dos EUA com as ações da GameStop, uma cadeia de lojas especializadas em games, mas é algo muito interessante. E instrutivo.
Vou tentar resumir: um subgrupo do Reddit que reúne pessoas interessadas em ações e na bolsa de valores (mas não ligadas a nenhum grande fundo de investimentos) decidiu investir nas ações da GameStop como uma ação conjunta e passaram a comprá-las loucamente.
Eles escolheram a GameStop por dois motivos: 1) (e isto é suposição) por simpatia pela empresa; e 2) (isto é fato) porque ao valorizarem as ações da franquia, eles trariam um prejuízo bilionário a grandes investidores e fundos de investimentos.
Apresentei Karatê Kid para Nina e para minha sobrinha. Curtiram muito. E vou dizer: não é nostalgia, não; o filme é maravilhoso e ponto.
O Sr. Miyagi é a coisa mais linda do mundo.
Hoje foi a vez de apresentar Karatê Kid 2 para as meninas (minha filha e minha sobrinha). Também curtiram muito. Eu devo ter visto esse filme no cinema umas 15 vezes quando foi lançado. E vou dizer: continua funcionando muito bem.