Pfizer mostra que sua vacina é 85% eficaz após 1 única dose, podendo ser armazenada em freezers comuns, segundo novos dados! Mas quero discutir uma coisa com vocês, em especial, sobre as variantes P1 e B.1.351
ANTES DE TUDO: é um estudo com pseudovírus, in vitro, NÃO É UM DADO DE EFICÁCIA e sim de ação neutralizante. Ou seja, temos que interpretar com calma, e não sair batendo o martelo até ter dados de eficácia dessas vacinas, com 1 e/ou 2 dose(s), sobre essas variantes
Feito esse alerta, nesse tuíte do fio, comento que, em determinada parte do preprint, os autores demonstram que apenas 1 dose de uma das vacinas de RNA (Pfizer ou Moderna), a ação neutralizante foi muito reduzida para variantes como P1/B.1.351
Novamente, ressalto que precisamos de mais estudos, principalmente estudos clínicos de eficácia, para demonstrar a real eficácia dessas vacinas sobre as VOCs. Como o próprio preprint demonstrou, não foi estudada a ação da imunidade celular, que é peça fundamental nisso
Portanto, vejo a notícia como muito promissora e importante, mas ao mesmo tempo, ressalto a relevância de testar isso em VOCs, especialmente com os dados preliminares do preprint em ensaios in vitro de pseudovírus, para que a gente paute nossas ações o mais assertivas possíveis
A @luizacaires3 fez um post sensacional sobre isso no seu Instagram (mesmo @ daqui) e o que ela ressalta lá é imprescindivel: temos que investir em vigilância epidemiológica e acompanhar a dinâmica desses vírus de relevância pra nós
Não significa (pelo menos ainda) uma epidemia nem nada do tipo. O que foi constatada foi a transmissão ave > humano, algo que ainda não havia acontecido para o H5N8, um vírus influenza A que tem sido identificado em surtos de granjas desde 1980
Esse vírus detectado apresenta mutações que podem estar relacionadas a essa capacidade de infectar humanos, o que chamamos de spillover
Expliquei um pouco sobre isso aqui no contexto da COVID-19
Acho muito triste que, em pleno 2021, defender medidas restritivas já é diretamente associado a 'lockdown'. Gente, existe um espectro de medidas restritivas existentes e *necessárias*. A medida que a situação agrava, mais medidas vão sendo somadas.
Fio a vista. 👇
Existe uma questão bizarra acerca do lockdown que é em decorrência de sua implementação tardia. Quem segue o @schrarstzhaupt sabe que existe um momento para tu implementar, no geral é um momento antes da subida acelerada dos novos casos, por ex.
E isso não é reflexo (ainda) do Carnaval.
Veremos as consequências do Carnaval daqui a algumas semanas.
Temos que agir agora. Ponto final.
Vamos esperar todas as métricas apontarem para o que estamos avisando há meses, ou vamos agir @SebastiaoMelo@maurosparta?
@EduardoLeite_ está fazendo uma live no facebook do @governo_rs agora, demonstrando que o crescimento das ocupações na UTI estão numa velocidade MUITO mais rápida do que anteriormente (+2x superior)
Leite pede a população que atenda às medidas de restrição e enfrentamento, mas isso precisa se traduzir em decretos, leis, fiscalização e principalmente, ações por parte dos gestores.
Não é com kit COVID que vamos resolver isso @SebastiaoMelo é com ciência.
[ATUALIZAÇÃO DO FIO] - Dados de ação neutralizante sobre as VOCs (variantes de atenção) aqui do Brasil: P1 e P2 em relação às vacinas da Pfizer/BioNTech e Moderna
[ATUALIZAÇÃO DO FIO] Foram publicados na @NEJM
estudos com soro de pessoas que foram imunizadas com as vacinas da @pfizer/@BioNTech_Group e da @moderna_tx em relação à variante B.1.351 (primeiramente descrita na África do Sul)
Primeiro, o da Pfizer/BioNTech:
Soro de 20 participantes foram testados para 3 diferentes vírus recombinantes com as mutações:
- K417N, E484K, e N501Y
- B.1.351-RBD+D614G
- Todas as mutações encontradas no gene S da variante B.1.351
Traduzi uma imagem compartilhada pelo @EricTopol muito interessante sobre diferentes ações das vacinas: é possível que, mesmo após a vacinação, possa haver a transmissão do vírus, ainda não sabemos se as vacinas levam a imunidade da mucosa (1/n)
Segundo Eric Topol, a probabilidade pode aumentar com o tempo após a vacinação (com menos níveis circulantes de IgA, que conferem proteção a mucosa) e com variantes que aumentaram a transmissibilidade (como B.1.1.7).
Existem alguns ensaios clínicos para vacinas intranasais, mas ainda muito iniciais (fase 1), como esse da Índia: