Bom texto. As medidas propostas fazem sentido.

As escolas dos mais novos devem ser a prioridade na reabertura se salvaguardado o seu efeito previsível na evolução epidemiológica da pandemia.

Alguns estudos recentes para contribuir para a discussão: publico.pt/2021/02/23/opi…
Estudo do UK (15 Feb) que estima o impacto da reabertura das escolas no R(t):

"Reopening all schools could increase R from an assumed baseline of 0.8 to between 1.0 and 1.5, or to between 0.9 and 1.2 reopening primary or secondary schools alone." cmmid.github.io/topics/covid19…
Estudo do @imperialcollege (22 Feb) sobre diferentes cenários de reabertura no UK:

"Going from level 7 to level 6 (opening schools) will increase R_excl_immunity by an average +0.5 (+0.25 if opening only primary schools)." gov.uk/government/pub…
Estudo francês (16 Feb) sobre impacto das escolas na reabertura:

"Reopening schools is expected to lead to an increase in COVID19 cases, yet protocols exist that would allow maintaining the epidemic under control without saturating the healthcare system." nature.com/articles/s4146…
Não se pode ignorar o efeito na mobilidade e portanto na transmissão do vírus e evolução da pandemia.

Dito isto, é possível (e prioritário) abrir as escolas, particularmente para os mais novos, com um plano que inclua medidas objetivas e uma monitorização cuidada.
Do ponto de vista de saúde pública, como indica o texto, é particularmente importante:

- Prevenção (ventilação dos espaços, máscaras, distanciamento social)
- Monitorização (mais testagem, rastreios regulares e contact tracing rigoroso)
- Vacinação professores e trabalhadores
Há meios para fazer isto acontecer.

É preciso um plano de desconfinamento detalhado, gradual, realista e flexível, com linhas vermelhas e monitorização constante, que nos permita andar à frente da curva.

Nesse plano, reabrir as escolas dos mais novos deve ser a prioridade.

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24 Feb
Sobre a reabertura do pré-escolar, creches e escolas primárias.

Há múltiplos argumentos que defendem a necessidade de abertura das escolas antes da Páscoa. Um que me parece pouco frisado é do ponto de vista da própria saúde pública: 1/7 expresso.pt/politica/2021-…
A reabertura das escolas até à primária enfatizaria uma estratégia de reabertura gradual e de controlo. Algo também muito importante na comunicação.

Quanto mais se aguarda, mais a pressão aumenta para abrir múltiplos ciclos/serviços de uma vez, o que seria um erro grave. 2/7
A reabertura destas escolas seria também um caso de estudo privilegiado para monitorizar evolução e a aplicabilidade/eficácia das:

- Medidas de contenção local
- Rastreios regulares (incl. testes rápidos)
- Contact tracing direcionado
- Vacinação dos trabalhadores escolares 3/7
Read 7 tweets
5 Feb
Novo estudo de modelagem (pre-print) confirma que, independentemente do confinamento imposto, a variante #B117 será a dominante em Portugal já em Fevereiro.

Previsões para o desconfinamento também não são nada animadoras. 1/n
A variante #B117 deverá ser dominante (representativa de +50% dos novos casos) já na semana de 15 a 21 de Fevereiro, mantendo ou não o confinamento. 2/n
No final de Março, perto de 100% dos novos casos em Portugal serão atribuíveis à variante #B117. 3/n
Read 16 tweets
3 Feb
Portugal caiu no Ranking Democrático do @TheEconomist, de "Democracia Plena" para "Democracia Imperfeita", colocando-se agora no 26º lugar no mundo.

Fora comentários incendiários sobre uma headline certamente tentadora e esmiuçando um pouco: economist.com/graphic-detail… Image
França e EUA caíram com Portugal, estando abaixo de países como Uruguai, Chile ou Costa Rica. O ranking é liderado pela Noruega e países escandinavos. ImageImage
A explicação dada pelo @TheEconomist para a queda deste ano: "In Portugal, the frequency of parliamentary debates (through which the prime minister is held accountable) was reduced during the pandemic. This, coupled with the lack of transparency around the appointment...
Read 7 tweets
30 Jan
Projeções do @IHME_UW estimam que estejamos já a iniciar o período descendente na curva de novas infeções.

Segundo o modelo, o pico foi atingido nas ~45 mil infeções diárias (inclui os casos não testados). 1/n covid19.healthdata.org/portugal
A incerteza do modelo considera possível um pico com 70 mil infeções diárias, mas nunca inferior a 30 mil. 2/n
Estes dados são uma indicação sóbria de que o nº de novos casos divulgado diariamente representa apenas uma pequena proporção da realidade.

Continuamos a fazer muito poucos testes. A média móvel do rácio de testes/casos positivos é agora de 19,2% (@WHO recomenda <5%). 3/n
Read 12 tweets
30 Jan
O crescimento exponencial da #B117 em Portugal pelo @irj_pt:

• "No início de dezembro não passaria de um percentual mínimo de 1%"

• "À data de hoje, entre 35% e 40% dos casos totais"

• "Dentro de 3 semanas serão cerca de 65% de todos os casos" 1/5 visao.sapo.pt/visaosaude/202…
"Terão ocorrido 'imensas introduções' durante o mês de dezembro. Esses casos terão sido associados naturalmente com o massivo regresso dos nossos emigrantes a trabalhar no Reino Unido e também muitos turistas britânicos que vieram passar férias a Portugal." 2/5
Não é nada de novo, esses dados eram já conhecidos no início de janeiro: 3/5
Read 5 tweets
18 Jan
Se nos mostrassem estes gráficos em Março, alguém acreditaria?

Infelizmente parece que a vida humana perdeu valor com o tempo.

#FicaemCasa, por favor. ImageImage
O pequeno epidemiologista que cresceu em todos nós em 2020 deve conseguir olhar para estes gráficos e entender que isto não vai ficar por aqui.

É triste chegar aqui. Muito triste saber que podia ter sido evitado. E ainda mais triste saber que vai piorar.
Um ano depois do início da pandemia ainda persistem comportamentos inconscientes, medidas desajustadas e má comunicação.

É também por isto que é certo que esta não será a última pandemia.

Mas pelo menos que se acabe com esta de uma vez por todas.
Read 5 tweets

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