Um ano de epidemia de COVID-19 no Brasil, e até o momento foram notificados:
1.397.852 hospitalizações e/ou óbitos por SRAG [com intervalo de 95% indo de 1.381.176 até 1.418.825]
Dessas notificações, a COVID-19 foi confirmada em
814.906 [ 803.042; 830.619] casos de SRAG-COVID
Quantos aos óbitos, até o momento foram notificados
336.265 [332.504; 341.635] óbitos com SRAG
E desses, a COVID-19 foi confirmada em
248.267 [245.020; 253.072] óbitos com SRAG-COVID
As estimativas são baseadas num modelo estatístico que corrige o atraso de notificação, e os valores são estimativas até a 8a epiweek de 2021. Outros grupos, modelos e configurações paramétricas podem gerar estimativas distintas, por isso é imperativo sempre reportar incerteza.
Embora as séries para o país todo ainda não mostrem uma retomada, é muito provável que em breve, por conta das variantes de preocupação, essa retomada aconteça. Primeiro nas hospitalizações e posteriormente nos óbitos. (Isso já é visto em várias localidades)
Se cuidem!
Como sugestão do @felipefbsilva segue o total de hospitalizações e óbitos de 2009 até 2019. Nesses 11 anos de dados foram:
361.672 hospitalizações notificados como SRAG
34.221 óbitos notificados
Mesma figura mas separando os óbitos.
Letalidade. O dado de 2021 está sujeito a atraso de notificação, e a letalidade menor embora muito alta, tenha a ver com o conhecimento acumulado do manejo do caso grave.
Atualização: Não é ainda um ano de epidemia, mas um ano desde o primeiro caso em SP como me alertou bem a @anarina que me mostrou essa matéria maneirissa do pessoal do G1
Óbitos por SRAG-COVID no Brasil. Por esse previsão estamos no pior momento da epidemia em termos de óbitos. Em algumas semanas a gente pode confirmar isso. A estimativa pra semana 1/2021 é de 8730 (5176, 14239), o pico em maio foi de 7500 óbitos por semana.
Um pouco mais sobre os eventos graves num ensaio clínico, nao necessariamente no da coronavac. Qualquer ensaio clínico para covid.
Vamos supor que vamos fazer um ensaio clínico com 10000 voluntários, dois grupos A e B. E um dos objetivos é comparar os grupos para um evento raro.
No caso da Covid, hospitalizacao e óbito. Baseado no que a gente sabe até agora, em 10 meses de epidemia no Brasil (corrigindo atraso) tivemos até então:
645 mil hospitalizações por SRAG-COVID
200 mil óbitos por SRAG-COVID
Em um estudo com 10 mil voluntários na população, dividos em dois grupos de 5000, esperaríamos em 10 meses de estudo 15 hospitalizações e 5 óbitos em cada grupo.
O estudo precisaria ser muito maior para podermos diferenciar com segurança estatística os dois grupos.
Sobre o estatiquês da divulgação da Coronavac de ontem (12/1).
Ele usaram um modelo de Cox para estimar a razao de incidências (HR hazard ratio) para diferentes desfechos, e calcularam a eficacia de cada desfecho usando:
Eficacia = 1 - HR.
Warning: Fio bastante matemático.
Antes de continuar, deem uma olhada no excelente fio do Otavio
Os desfechos são o tempo até o evento, onde 3 eventos foram apresentados: (i) caso de Covid confirmado (com eficácia de 50%); (ii) casos de Covid que buscou assistencia (78%); e (iii) casos hospitalizados (100%). Vou chamar de evento pra facilitar a vida.
Com os dados do opendatasus já organizados pela equipe de nowcasting do @obscovid19br (valeu @rafalpx )
Total de óbitos por SRAG-COVID corrigidos com atraso: 193.757 (190.030; 200.229)
Se olharmos a série de óbitos por SRAG corrigindo os atrasos já estamos com 269.774 (265.777; 276.123) vidas perdidas.
As figuras são muito parecidas, mas não são as mesmas.
Temos 270 mil óbitos por SRAG, desses 193 mil com confirmação confirmação.
Vale lembrar que desde março, nosso grupo (e acredito que muitos outros grupos tb) vêm afirmando que a maioria dos casos de SRAG são causados pela COVID-19.