A Novartis, farmacêutica suíça, anunciou que ajudará a produzir a vacina candidata da Curevac, a CVnCoV, que é de RNA mensageiro!
Mas o que é a Curevac? Vou te contar um pouquinho nesse fio!
A CVnCoV, ou a vacina da Curevac, é uma vacina baseada na tecnologia de RNA mensageiro, ou seja, é como se nessa fita de RNA tivesse um manual de instruções para a produção da proteína spike pela célula, para instruir o sistema imunológico a reconhecê-la
Vou deixar uma explicação aqui da @dogarrett no @rodaviva sobre como vacinas de RNA mensageiro funcionam:
A CVnCoVé uma vacina de RNA mensageiro baseada na proteína S encapsulada em nanopartículas lipídicas (LNP)
Os ensaios pré-clínicos (em modelos animais) demonstraram uma boa capacidade de indução de resposta imunológica em roedores, com a presença de células T, além de boa tolerância. biorxiv.org/content/10.110…
Já os ensaios de Fase 1, citados anteriormente, foram realizados no esquema primário de duas doses para avaliar a segurança, reatogenicidade e imunogenicidade em adultos saudáveis em duas faixas etárias (18-40 anos e 41–60 anos) na Alemanha e na Belgica
O principal objetivo do estudo de Fase 1 era avaliar a segurança e a reatogenicidade de 1 ou 2 doses de diferentes dosagens de CVnCoV administradas por injeção intramuscular com 28 dias de intervalo
Um detalhe interessante: alguns participantes com a presença de anticorpos para SARS-CoV-2 também foram incluídos no estudo, para avaliar o impacto dessa presença nos parâmetros avaliados do presente estudo
O principal critério de inclusão dos participantes foi o risco de exposição ao SARS-CoV-2, como profissionais de saúde na linha de frente, em instituições de longa permanência, etc) ou qualquer história de infecção ou exposição a um indivíduo infectado 2 semanas antes do estudo.
245 participantes receberam ou a vacina com o imunizante, ou o placebo, com média de idade em torno de 38 anos, 57% homens e 43% mulheres.
Na 2ª tabela, os dados dos pacientes soropositivos (presença de anticorpos) para SARS-CoV-2
SEGURANÇA: em geral, dor no local foi relatada por parte dos participantes dentro de 24 horas após a vacinação, diminuíram e se resolveram em 48 horas. A incidência de reações foi semelhante após a 2ª dose, mas com intensidade menor.
A maioria dos eventos foram leve ou moderada e de duração transitória, resolvendo-se em 48 horas após a vacinação.
IMUNOGENICIDADE: Fortes respostas imunes foram observadas em todos os grupos de vacina, incluindo em indivíduos que eram anteriormente soropositivos para SARS-CoV-2 no início do estudo.
34–64% tiveram soroconversão no dia 36 (7 dias após a 2ª dose)
Para indivíduos anteriormente soropositivos para SARS-CoV-2, um rápido aumento nos títulos de anticorpos é mostrado dentro de uma semana após a 1ª dose, tanto p/ anticorpos de ligação, quanto p/ neutralizantes.
O efeito de uma 2ª dose foi menos pronunciado; os títulos de anticorpos permaneceram estáveis pelo menos até o dia 57, conforme a figura acima
Atualmente, o estudo está em fase 2/3, ocorrendo em 17 localidades em 6 países diferentes, incluindo países da América Latina.
Indivíduos com 18 anos de idade ou mais receberão um esquema de 2 doses de CVnCoV ou placebo
Dentro dos objetivos nessa etapa: a demonstração da eficácia de CVnCoV na prevenção de casos confirmados de COVID-19 de qualquer gravidade, bem como prevenção de casos moderados a graves confirmados de COVID-19 em participantes que nunca foram infectados com SARS-CoV-2.
Ficaremos acompanhando os próximos resultados dessa vacina, que vem a se somar a várias que estão em investigação mais adiantada de fase 3 no presente momento :)
Com a parceria da Novartis, a escalabilidade de produção pode ser muito relevante para a distribuição dessa vacina.
Segundo a reportagem acima, "Novartis planeja iniciar a produção dessa vacina, que ainda aguarda aprovação do órgão regulador europeu, "no segundo trimestre de 2021", e pretende fabricar "50 milhões de doses" até o final do ano e cerca de 200 milhões de doses em 2022"
Atualizações sobre o soro hiperimune estudado pelo @butantanoficial : O instituto pediu a autorização para o início dos estudos clínicos, em humanos para a @anvisa_oficial !
O soro hiperimune é uma estratégia que vem sendo usada para vários fins. Um deles, por exemplo, é a produção de soro antiofídico! A partir da inoculação de um antígeno, o organismo produz uma quantidade grande de anticorpos (AC) que é obtida para uso em pacientes humanos.
Após 70 dias, o plasma do cavalo exibe anticorpos neutralizantes 20 a 100 vezes mais abundantes contra o novo coronavírus do que o plasma de pacientes convalescentes com COVID-19
Os estados emocionais de um organismo podem regular seu comportamento, isso sabemos bem na prática, não é? E requerem um monte de estruturas conectadas e mandando mensagens umas as outras no nosso sistema nervoso.
Hoje, mais uma pecinha foi adicionada nisso! Vem de #neurofio!
Começando pelo começo: a parte do sistema nervoso central que está dentro da nossa cabela, chamarei de encéfalo aqui! O cérebro é uma parte específica do encéfalo (primeiro mind-blowing hehe), fica aqui a informação ;)
Os estados emocionais modulam muito do nosso comportamento - e digo mais, da nossa própria percepção da realidade.
Dependendo de seu estado, um animal se concentrará em evitar ameaças, em busca de comida ou em interações sociais, e exibirá o repertório comportamental apropriado
Medo é uma palavra de destaque aqui. O início nos assustou, mas achávamos que logo iria passar. Com o tempo, e a situação se estendendo por semanas a meses, a população que acordava chocada com as primeiras notícias do dia relatando o impacto da pandemia na Europa,
passou a ser a mesma população que, por muitas vezes, optava em aglomerar, mesmo com as centenas de mortes diárias, chegando à casa dos mil. O que mudou na percepção do brasileiro frente a pandemia?
Por nota a imprensa, o Inst. Bharat Biotech anunciou que a Covaxin teria eficácia de 81%, em uma análise interina inicial feita com 43 eventos, dos quais 7 estavam no grupo que recebeu a vacina.
Ontem eu publiquei um fio compilando o que sabemos sobre a P.1, em especial, considerando o contexto das vacinas. Temos dados de ação neutralizante (Pfizer, Moderna, Sinopharm) e análises de eficácia (JJ e Novavax).