Medo é uma palavra de destaque aqui. O início nos assustou, mas achávamos que logo iria passar. Com o tempo, e a situação se estendendo por semanas a meses, a população que acordava chocada com as primeiras notícias do dia relatando o impacto da pandemia na Europa,
passou a ser a mesma população que, por muitas vezes, optava em aglomerar, mesmo com as centenas de mortes diárias, chegando à casa dos mil. O que mudou na percepção do brasileiro frente a pandemia?
A situação da pandemia da COVID-19 no Brasil agravou drasticamente, e ainda assim, não parece ter se traduzido em medo das consequências desse cenário.
O medo é um fenômeno complexo presente e estudado em muitas espécies. Pesquisadores vem aumentando seu entendimento quanto ao medo, sobretudo da sua relevância nas sociedades para além da sobrevivência.
Uma das formas da aquisição do medo é a partir da experiência aversiva direta vivida pelo organismo, mas não é a única.
Explorar experiências aversivas de outros indivíduos por meio da aprendizagem do medo social é menos arriscado, e tem muito valor para uma sociedade.
Tu podes, por exemplo, temer as consequências da pandemia porque viveu diretamente este medo ao experienciar sintomas da doença, porque viu alguém próximo passando por isso
ou porque as imagens e relatos noticiados são impactantes a certo ponto que é possível pressupor o quanto isso está mais próximo do que gostaríamos a cada um de nós.
No início, esse medo nos deixava alertas e a sensação de ter uma “validade”, que acabaria em poucas semanas, motivou-nos a agir de acordo com ele.
Mas com a falta de políticas baseadas em evidências, coord. unificada nacional para o enfrentamento da pandemia entre um leque de problemas e conflitos vividos aqui, o cenário estendeu-se, e as pessoas passaram a incorporar fenômenos anteriormente inaceitáveis em suas rotinas.
O medo transformou-se em algo tão familiar, como se estivéssemos ouvindo aquela sirene tocar todo dia, no mesmo horário, quase não a notamos. No entanto, dentro de nós, essa sensação leva a alterações em rotas metabólicas e modifica o funcionamento de regiões do sistema nervoso,
principalmente, trazendo consigo muitas consequências à nossa saúde e comportamento: ansiedade, depressão e transtornos de humor, por exemplo.
Em uma passagem do livro A Peste de Albert Camus, é mencionado que “quando se vê a miséria e a dor que ela traz, é preciso ser louco, cego ou covarde para se resignar à peste”
Precisamos trazer a sociedade para essa discussão: a pandemia requer ações coordenadas da sociedade para a sociedade lidar e sair da situação de pandemia.
Ao passo que a adaptação a esse novo cenário é um fator importante para lidar com ele, que pode permanecer ainda por mais tempo, não podemos jamais nos esquecer que as perdas que o cenário traz não podem ser aceitas ou toleradas. Estamos falando de vidas.
De pessoas que pertenciam a essa mesma sociedade, a qual não pode permitir-se ao direito de resignar-se frente a isso. Afinal, “Se há outro mundo possível, esse outro mundo está na barriga deste, e temos que ajudá-lo a nascer” – Eduardo Galeano.
Atualizações sobre o soro hiperimune estudado pelo @butantanoficial : O instituto pediu a autorização para o início dos estudos clínicos, em humanos para a @anvisa_oficial !
O soro hiperimune é uma estratégia que vem sendo usada para vários fins. Um deles, por exemplo, é a produção de soro antiofídico! A partir da inoculação de um antígeno, o organismo produz uma quantidade grande de anticorpos (AC) que é obtida para uso em pacientes humanos.
Após 70 dias, o plasma do cavalo exibe anticorpos neutralizantes 20 a 100 vezes mais abundantes contra o novo coronavírus do que o plasma de pacientes convalescentes com COVID-19
Os estados emocionais de um organismo podem regular seu comportamento, isso sabemos bem na prática, não é? E requerem um monte de estruturas conectadas e mandando mensagens umas as outras no nosso sistema nervoso.
Hoje, mais uma pecinha foi adicionada nisso! Vem de #neurofio!
Começando pelo começo: a parte do sistema nervoso central que está dentro da nossa cabela, chamarei de encéfalo aqui! O cérebro é uma parte específica do encéfalo (primeiro mind-blowing hehe), fica aqui a informação ;)
Os estados emocionais modulam muito do nosso comportamento - e digo mais, da nossa própria percepção da realidade.
Dependendo de seu estado, um animal se concentrará em evitar ameaças, em busca de comida ou em interações sociais, e exibirá o repertório comportamental apropriado
A Novartis, farmacêutica suíça, anunciou que ajudará a produzir a vacina candidata da Curevac, a CVnCoV, que é de RNA mensageiro!
Mas o que é a Curevac? Vou te contar um pouquinho nesse fio!
A CVnCoV, ou a vacina da Curevac, é uma vacina baseada na tecnologia de RNA mensageiro, ou seja, é como se nessa fita de RNA tivesse um manual de instruções para a produção da proteína spike pela célula, para instruir o sistema imunológico a reconhecê-la
Vou deixar uma explicação aqui da @dogarrett no @rodaviva sobre como vacinas de RNA mensageiro funcionam:
A CVnCoVé uma vacina de RNA mensageiro baseada na proteína S encapsulada em nanopartículas lipídicas (LNP)
Por nota a imprensa, o Inst. Bharat Biotech anunciou que a Covaxin teria eficácia de 81%, em uma análise interina inicial feita com 43 eventos, dos quais 7 estavam no grupo que recebeu a vacina.
Ontem eu publiquei um fio compilando o que sabemos sobre a P.1, em especial, considerando o contexto das vacinas. Temos dados de ação neutralizante (Pfizer, Moderna, Sinopharm) e análises de eficácia (JJ e Novavax).