À esquerda, banquinha de bijus da feirinha da Liberdade. À direita, excrescência abjeta do racismo praticado nalgum maldito canto dos EUA.
A Liberdade em si é um tesouro. Conhecido como o "bairro japonês" de São Paulo, atualmente abriga poucos nipônicos ou seus descendentes, embora conserve a estética baseada nalgum tipo de nipofilia.
Há lojas de tudo por lá, com muitas coisas importadas do Japão e da China, da Coreia, etc, muita coisa de produção local. Se encontra todo tipo de coisa, de um pão de melão produzido por alguma bachan no interior de SP a uma besta moderna de 80lb.
E nas galerias podemos encontrar animes, games, gadgets, perfumes, camisetas e lingerie. E o que é a variedade culinária do bairro?
As feirinhas aos fins de semana lotam de gente. E encontramos de takoyaki a bijus. Umas coisas são feitas por descendentes de bolivianos, outras por descendentes de italianos, outras por descendentes de japoneses, etc...
Como saber? Não é preciso. Gente de todo tipo frequenta, gente de todo tipo produz e vende. Já comi takoyaki preparado por cozinheiro nordestino, já vi sushiman estrangeiro.
Certa vez, em 2002, fui com amigos comer yakisoba lá. Uma delas era uma descendente de austríacos que sabia japonês. Outro era um negro otaku com camiseta de anime. Outro um nordestino visitando SP e curtindo tudo aquilo.
Essa pluralidade sintetizada em um caleidoscópio de influências culturais é COSMOPOLITISMO. Nele as pessoas curtem a herança cultural compartilhada e oriunda de múltiplas origens, adaptando e combinando com tantas outras e produzindo encontros únicos.
Não se atribui valor maior ou menor às coisas ou pessoas por sua pretensa ligação com esta ou aquela cultura ou com este ou aquele padrão fenotípico.
Mas há a sobreposição (frequentemente purista ou exclusivista) de tradições e influências culturais, que são adjacentes mas não interagem, não se fundem, não sintetizam algo novo e frequentemente gera conflitos, não consensos: o MULTICULTURALISMO.
A Liberdade é um exemplo de cosmopolitismo, ou pelo menos era. Ghettos de muçulmanos, de chineses, de judeus, de árabes, etc, coisa comum em cidades europeias, configuram multiculturalismo. Chega a haver leis e tribunais distintos para pessoas desta ou daquela origem cultural!
Pior do que o MULTICULTURALISMO é o RACISMO. Atribuir valor a pessoas e produtos baseando-se na ALEGADA origem "racial". Causar disputa, dissensão entre indivíduos e grupos com base em características inatas e inalteráveis.
O que é mais justo: comprar uma biju na feirinha da Liba (sem saber a "raça" de quem a produziu) ou etiquetar a pretensa "raça" de quem produziu cada peça?
Queremos mesmo DISCRIMINAR a "raça" dos donos de cada empresinha?
Cuidado, pois, com toda trilha que leva a este fim.
• • •
Missing some Tweet in this thread? You can try to
force a refresh
Around three decades ago I learned that in English we should say "common sense" for what in Portuguese we call "good sense". And that fact tells something about how each culture see their general population knowledge.
There is a phrase in Portuguese that is the exact translation of "common sense" (senso comum), but it means an uneducated opinion, a poor understanding of the subject. The phrase has a taste of disdain and is employed to disqualify someone's opinion as simplistic, superficial.
In Portuguese we assume common people are superstitious, dumb and prone to misunderstanding everything. Hence "senso comum" (common sense) is not a good thing.
It should be simple and somewhat obvious: any political movement that keeps race as the most important thing (or very important) in politics and how to deal with people in day-to-day life is a dangerous, racist ideology that will harm society.
Even when an ethnic or religious group is struggling against genocidal policies, the decent people will try to stand by the UNIVERSAL Human traits these oppressed held. Reckognising the Universal Human traits is the way we can overcome racism.
We can't impose over people special rights or duties based on their phenotypes or ancestrality — that's simply racist. We must offer basic equal rights and demand basic equal duties to anyone, regardless how they looks like.
Uma das coisas mais divertidas sobre pronome neutro é que, em geral, não é um pronome o que sofre modificação.
Sabe por que tem este nome sem noção? Porque esta nóia é DIRETAMENTE importada dos anglófonos, e em inglês é nos pronomes que, às vezes, se marca o gênero (gramatical).
Os bovinos microcefálicos que importaram esta praga sequer notaram as diferenças fundamentais entre os idiomas, e fizeram uma tradução à lá Google Translator do nome idiota desta merda — que faz algum vago sentido somente em inglês.
O português conservou do latim mais flexões do que o inglês das primitivas línguas germânicas continentais, então marcamos gênero e número em artigos (definidos e indefinidos), adjetivos, pronomes, até nalguns pronomes relativos (dos quais descendem os artigos, mesmo em inglês).
I'm gaining a weird taste: to hear foreign people singing in Brazilian Portuguese (when they know nothing or almost nothing about the language). It's funny and interesting.
Gringos learning Portuguese often say "the language has a musical way when correctly spoken", but normally I don't think so: it's just a language, after all.
But as foreign people that are not into studying Portuguese can sing quite well, perhaps the language is easier to sing. Most interesting is that they sing with strong accent (obviously) and without knowing which word is which, blending them and...
Durante os anos 30 e até no início dos anos 40, houve defensores do Nazismo nas democracias liberais. Houve também quem não defendesse, mas relativizasse, principalmente com "e o X?", onde X eram os maus feitos por alguma potência Ocidental não germânica.
Como o racialismo estava na moda desde o fim do século XIX, promovido pelos autoproclamados PROGRESSISTAS (sim, as leis segregacionistas americanas foram promovidas pelos progressistas), racialistas pan-africanistas do Brasil e dos EUA viam no NSDAP um exemplo.
Todo mundo sabia que a visão de mundo nazista era fortemente racista. Que era belicista. Revanchista. Entretanto ela não se vendia como o "lado negro da Força".
Bolsonaro é um meme de si mesmo, uma sátira dele próprio, uma caricatura. Isso que ele fez na ONU foi bizarríssimo.
Até parece que ele se infiltra em comunidade esquerdista e vê do que é que tiram sarro, o que de caricato, por exagero, ele faria. Daí ele vai lá e faz.
Não se trata só das mentiras deslavadas, mas de toda a paranoia conspiracionista daquilo que foi dito. Parecia um daqueles canais bizarros do YouTube que fala merda sobre globalismo, reptilianos, etc.