“Com a chegada de Chávez ao poder pelo voto, em 1998, as Forças Armadas passaram a se infiltrar em todas as instâncias do Estado venezuelano...”
“... E ganharam papel de maior destaque e voz mais alta em 2002 – quando, com o apoio militar, o chavismo derrotou as duas maiores ameaças que enfrentara até então: uma tentativa de golpe, em abril, e uma greve que paralisou a produção petrolífera, em dezembro...”
“... O golpe fracassado de 2002 foi a justificativa ideal para que o governo promovesse um expurgo total do Exército. 'Um ano depois, já não se encontrava em nenhum quartel venezuelano nem mesmo um único oficial que questionasse qualquer ação de Chávez'...”
“...descreveu, numa entrevista de 2015, o jornalista e crítico do chavismo Teodoro Petkoff, que morreu no ano passado.”
“O preço do apoio dos quartéis a Chávez foi alto. Além do loteamento de cargos estatais, o chavismo franqueou aos comandantes aliados generosos espaços em diferentes setores da economia venezuelana - lícitos ou não.”
“O grupo de militares que passou a ser designado pejorativamente como 'boliburguesia', a nova casta burguesa bolivariana, assumiu o controle da cadeia de produção petroleira, além da extração de outros minérios, incluindo ouro.”
“Na mesma época, em todo o território do país, empresas vinculadas aberta ou secretamente a comandantes militares – da produção de alimentos a bens de consumo aos serviços de coleta de lixo – firmaram lucrativos contratos com vários níveis do governo.”
“Na ponta dos negócios ilícitos, o desabastecimento crescente abriu a oportunidade de militares – associados a gangues locais – lucrarem com o contrabando de produtos, de papel higiênico a pneus de automóveis.”
“Além disso, a brutal diferença entre a cotação da moeda nacional no câmbio oficial e no paralelo proporciona negócios milionários no mercado irregular.”
O Brasil tem um presidente militar eleito pelo voto. Esse presidente vem amarrando o apoio dos militares com caríssimos cargos públicos. Recentemente, tentou entregar aos militares até mesmo o comando da estatal petrolífera.
Há toda uma ala de militares lucrando com serviços clandestinos nas periferias das principais cidades. Estes criminosos chegaram a ser defendidos e homenageados pelo presidente quanto ainda deputado. Os decretos do presidente são muito úteis a esses milicianos.
A moeda local segue se desvalorizando. E o presidente segue se livrando de qualquer aliado que não endosse seus movimentos mais autoritários, concentrando poder nos aliados que endossam o autoritarismo.
Eu queria ter a tranquilidade dos que não veem chance de Bolsonaro atingir os próprios objetivos. Daqui, vejo Bolsonaro emplacar cada vez mais aliados nas posições que precisa ocupar para que não haja quem o pare.
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Minha sugestão é a de que usemos o 31 de março anualmente para que nunca mais seja esquecido o regime ditatorial, assassino, corrupto e incompetente que as Forças Armadas impuseram ao Brasil por 21 anos. Se querem que seja lembrado, que seja lembrado pela verdade.
Sugiro que comecemos pelo Caso Para-Sar. Que, quando resgatei em 2018, contabilizava apenas 29 citações em toda a história do Twitter.
Vale também rememorar o documento da CIA que testemunha o envolvimento de três generais que presidiram o Brasil no assassinato de 104 opositores em apenas um ano. history.state.gov/historicaldocu…
Acho bem equivocado confiar a democracia à suposta incompetência de Bolsonaro. Ao todo, ele participou de 9 eleições, e foi bem sucedido em todas, incluindo a disputa presidencial. Parentes dele disputaram 16 eleições, e se deram bem em 15. Mais do que isso...
Em 27 meses, Bolsonaro conseguiu emplacar aliados fiéis no comando da PGR, da PF, da Câmara, do Senado, na CCJ e em um gabinete do STF. Derrubou o ministro mais popular para emplacar lá um que vive a perseguir adversários.
Vem causando um prejuízo enorme à imprensa mais crítica dele, e garantindo fortunas à imprensa bajuladora. Além disso, montou um gabinete de difamação de adversários, uma agência clandestina de espionagem, toda uma agenda de destruição do meio ambiente...
A imprensa internacional registra que tudo começou em 2017 como uma pegadinha do 4chan, fórum no qual um anônimo tentou espalhar a ideia de que o gesto de "OK" seria, na verdade, uma referência a "white power", com 3 dedos formando um "W", e os outros dois compondo um "P".
E que, como o objetivo era confundir e irritar esquerdistas e jornalistas, a brincadeira logo foi abraçada em peso por trumpistas.
Eu conhecia uma origem um pouco distinta, mas me passada de maneira informal, o que pode conter erros. No caso, de que a "pegadinha" já teria nascido para explicar o gesto que Trump sempre faz ao discursar.
A imprensa costuma manter todo um time focado no que internamente é chamado de “factual”. Em resumo, o fato acontece? Gostando dele ou não, o fato é registrado pela imprensa.
É dessa linha que saem manchetes como “Dilma é reeleita”, “Morre Nelson Mandela”, “Lula é preso” ou “Lula é solto”.
No futuro, quando historiadores escreverem livros sobre o que vivemos, eles certamente visitarão os acervos dos principais jornais para conferir o desenrolar dos fatos. Daí a importância histórica de um trabalho aparentemente tão simples — não é tão simples, demanda muito suor.