Hoje é dia de coluna. Muita gente quer fazer testes de anticorpos para ver se a vacina “pegou”! pode até dar certo para alguns mas não é um método consistente e não serve para isso. blogs.oglobo.globo.com/a-hora-da-cien…
Aproveito para acrescentar - porque coluna tem espaço limitado- que isso também se aplica a esses estudos que mediram anticorpos da Coronavac e deu “ pouco”. Pouco em relação a que? E lembrando que por ser uma vacina inativada ela deve cobrir bem as variantes
então mesmo com eficácia “ menor” pode ter essa grande vantagem. Isso pq as vacinas genéticas e de vetor usam só a proteína S e as inativadas usam o virus inteiro, então tem mais alvos para gerar anticorpos e células T.
E para realmente comparar eficácia de vacinas teríamos que testar no mesmo ambiente, mesma população e mesma janela de tempo. Só assim seria uma comparação justa. é o que fazemos nos testes de “não inferioridade”. Comparamos uma vacina com outra
No caso das vacinas de Covid elas foram testadas em momentos, locais e populações diferentes e ainda com critérios diferentes para definir o que é um caso. portanto, até agora todas as vacinas aprovadas são boas. e o que diz isso são os testes clínicos, não sorologias individuais
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Resultados confirmam o que já sabíamos, eficácia de 50,7% para casos leves, 83,7% para moderados. A novidade - muito bem vinda - e aumento da eficácia com maior espaçamento entre doses (62,3%),
o que junto com uma analise de imunogenicidade em idosos que tb aumenta com intervalo maior, sugere que um intervalo de 28 dias pode ser adotado. Outro ponto legal é a cobertura das variantes, funciona bem em todas, como esperado para uma vacina inativada.
A vacina 100% brasileira funciona assim: os americanos desenvolvem, os vietnamitas e tailandeses arranjam os voluntários, e a gente entra com o ovo! www1.folha.uol.com.br/equilibrioesau…
Mauricio e eu comentamos hoje no Diario da Peste sobre o trabalho do Peter Palese. que vergonha ser desmentido pelo pesquisador principal que desenvolveu a quimera. Totalmente desnecessário. O Butantan tem muito mérito no processo,
e fazer parceria com um lab americano de alto nivel deveria ser motivo de orgulho, e nao algo a ser omitido.
Pra quem perdeu hoje o Diario da Peste, Maurício @Virology_FAMERP e eu explicamos com detalhes a relação entre variantes e vacinas.
em resumo: cuidado com preprints e com o alarde feito sobre eles. até agora temos dados suficientes para demonstrar que as vacinas que temos ainda funcionam contra as variantes e por isso devemos usa-las e logo.
alguns preprints mostraram queda de neutralização de anticorpos na variante P1 que circula no Brasil. isso gerou preocupação, fios longos no twitter e muita discussão. os fatos sao bem menos assustadores. ensaios de neutralização medem um único aspecto da resposta imune.
Estudo novo da AstraZeneca mostra uma eficácia de 76% com dose única da vacina, nos primeiros 90 dias, e aumenta para 82,4% após a segunda dose, neste intervalo. Mostrando que esperar 3 meses para dar o reforço pode ser realmente uma boa estratégia.
Mas vale a pena dar o reforço, para garantir maior duração da resposta imune. O número de anticorpos neutralizantes também aumentou bem com o reforço.
ótimos resultados e finalmente a transparência que tanto esperamos. quase 20 mil voluntários, aprox 15 mil vacinados e 5 mil no placebo. eficácia de 91,6%. contra casos graves, nada no grupo vacinado contra 20 no placebo
mostrando mais uma vez o potencial que parece ser comum a todas as vacinas de prevenir doença grave. o que mostra de novo como é irrelevante comparar eficácia de vacinas ao pe da letra.
Disclaimers de sempre: é press release, e tem poucos dados. Mas o que tem é muito bom! Eficácia de 72% nos EUA, 66% na América Latina e 57% na Africa do Sul. Ensaio com 43 mil voluntários, e 468 eventos. Assim como a Novavax, chama atencao a perda de eficacia na Africa do Sul.
Mais um sinal de alerta para variantes com escape de mutação. Isso mostra - de novo - a urgência de vacinar rapidamente e caprichar na prevenção, pra evitar mais mutantes. Outro fator importante é termos vacinas diferentes, com tecnologias diferentes,