Olha que resultados promissores da efetividade - como a vacina funciona no mundo real - da Coronavac no Chile.
Opa, a pedidos, entao, uma interpretação do gráfico. é bastante simples, foi um estudo no Chile de acompanhamento de mais de 10 milhões de indivíduos que comparou vacinados, não-vacinados, vacinados após primeira dose, e vacinados após 14 dias da segunda dose.
esses dados do gráfico sao de vacinados 14 dias após segunda dose. e mostram que a vacina foi capaz de prevenir doença em 67%, hospitalização em 85%, necessidade de UTI em 89% e morte em 80%.
Sempre falamos que queríamos uma vacina capaz de reduzir doença grave, hopsitalização e morte, e esse estudo mostra que temos uma. E os 67% de redução de doença são melhores que os 50,7% observados nos testes clínicos, como era esperado.
• • •
Missing some Tweet in this thread? You can try to
force a refresh
Resultados confirmam o que já sabíamos, eficácia de 50,7% para casos leves, 83,7% para moderados. A novidade - muito bem vinda - e aumento da eficácia com maior espaçamento entre doses (62,3%),
o que junto com uma analise de imunogenicidade em idosos que tb aumenta com intervalo maior, sugere que um intervalo de 28 dias pode ser adotado. Outro ponto legal é a cobertura das variantes, funciona bem em todas, como esperado para uma vacina inativada.
Hoje é dia de coluna. Muita gente quer fazer testes de anticorpos para ver se a vacina “pegou”! pode até dar certo para alguns mas não é um método consistente e não serve para isso. blogs.oglobo.globo.com/a-hora-da-cien…
Aproveito para acrescentar - porque coluna tem espaço limitado- que isso também se aplica a esses estudos que mediram anticorpos da Coronavac e deu “ pouco”. Pouco em relação a que? E lembrando que por ser uma vacina inativada ela deve cobrir bem as variantes
então mesmo com eficácia “ menor” pode ter essa grande vantagem. Isso pq as vacinas genéticas e de vetor usam só a proteína S e as inativadas usam o virus inteiro, então tem mais alvos para gerar anticorpos e células T.
A vacina 100% brasileira funciona assim: os americanos desenvolvem, os vietnamitas e tailandeses arranjam os voluntários, e a gente entra com o ovo! www1.folha.uol.com.br/equilibrioesau…
Mauricio e eu comentamos hoje no Diario da Peste sobre o trabalho do Peter Palese. que vergonha ser desmentido pelo pesquisador principal que desenvolveu a quimera. Totalmente desnecessário. O Butantan tem muito mérito no processo,
e fazer parceria com um lab americano de alto nivel deveria ser motivo de orgulho, e nao algo a ser omitido.
Pra quem perdeu hoje o Diario da Peste, Maurício @Virology_FAMERP e eu explicamos com detalhes a relação entre variantes e vacinas.
em resumo: cuidado com preprints e com o alarde feito sobre eles. até agora temos dados suficientes para demonstrar que as vacinas que temos ainda funcionam contra as variantes e por isso devemos usa-las e logo.
alguns preprints mostraram queda de neutralização de anticorpos na variante P1 que circula no Brasil. isso gerou preocupação, fios longos no twitter e muita discussão. os fatos sao bem menos assustadores. ensaios de neutralização medem um único aspecto da resposta imune.
Estudo novo da AstraZeneca mostra uma eficácia de 76% com dose única da vacina, nos primeiros 90 dias, e aumenta para 82,4% após a segunda dose, neste intervalo. Mostrando que esperar 3 meses para dar o reforço pode ser realmente uma boa estratégia.
Mas vale a pena dar o reforço, para garantir maior duração da resposta imune. O número de anticorpos neutralizantes também aumentou bem com o reforço.
ótimos resultados e finalmente a transparência que tanto esperamos. quase 20 mil voluntários, aprox 15 mil vacinados e 5 mil no placebo. eficácia de 91,6%. contra casos graves, nada no grupo vacinado contra 20 no placebo
mostrando mais uma vez o potencial que parece ser comum a todas as vacinas de prevenir doença grave. o que mostra de novo como é irrelevante comparar eficácia de vacinas ao pe da letra.